As minhas aspirações embrionárias
Se tornaram decepções fracionárias
Que se quebram e são quebradas
Em noites, no escuro das estradas
Amanhã eu irei partir
Só assim poderia um dia sorrir
Não se ofenda, não é pessoal
Trata-se apenas do destino final
E ninguém pode escolher
O que vai de fato ser
Quando se diferenciar em um organismo
E optar por levar adiante o sedentarismo
Eis que parti, e quis me construir
Nem que pra isso, precisasse consumir
Todas as minhas energias
E destruir as minhas autarquias
Reis, rainhas, viscondes e tolos
Posso dizer que os homens conheci todos
Não posso dizer que todos amei
Porém é difícil odiar um rei
Nos outonos da minha vida, sofria
Não conseguia suportar a soidão, fria
Nem os ventos fortes e ambiciosos
Que me levaram a homens odiosos
Soube que era destinado ao medo
Mas prossegui, mantendo segredo
Secreto sentimento envolto em misericórdia
Que sobre os grandes causou discórdia
Meu pulso braquicárdico um dia vai parar
E um dia já não mais irei respirar
Mas até lá tenho que conseguir
Com todas as raízes me redimir
Por que sou tão radical
Que por esperar o final
Voltava contente, sempre ao início
E me jogava ao meu precipício
Por isso viajo de uma a uma
E flores conheci uma ruma
Fui chamado de o amoroso
Por matar, mas antes dar gozo
E por qual razão não daria a elas
Minhas amarelas e rosas belas
Se esse é o sentido da vida no final
Nascer no sangue e morrer no pau
Na cruz de nossos destinos
Ouvimos o badalar dos sinos
Anunciando a morte do querer
E a ressurreição do mudo ser
Morremos todos os dias
Sangrando por diferentes vias
E vendo que as nossas benditas vaidades
Estão escorrendo sem fim pelas fortes vontades
Na cruz de nossos destinos ei de sangrar
E um dia irão me lembrar
Como o homem que escreve poemas
Sobre flores e seus grandes problemas
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A Filosofia da Morte
PoetryEssa obra é sobre a pequenez do ser humano, as sensações que abalam nossa existência, os amores, os desperdícios e os pensamentos que nos impedem de dormir. Sobretudo é uma confissão da minha existência, sobre a qual passa a narrar os meus dias mais...