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-----------------VAMOS A HISTÓRIA------------------
Meu olhar cruzou com o dele, um calafrio gostoso percorreu minha espinha, por um instante senti o ar me faltar nos pulmões, ninguém nunca tinha me olhado com tanta intensidade. Por mais que eu tentasse meus olhos não conseguia largá-lo, gravei na memória cada centímetro daquele corpo que mesmo debaixo das roupas grossas percebia-se ser másculo, me imaginei percorrendo cada milímetro de sua pele com as pontas dos dedos.
Ele estreitou os olhos e franziu o cenho, me reprovando por analisá-lo tão descaradamente. Que culpa tem eu de ele ser o homem mais lindo que já vi?
Cruzei as pernas, revelando minhas coxas, nunca fui tão ousada para atrair alguém, mas algo dentro de mim clamava para ter a atenção daquele homem só para mim. Senti meus lábios secarem, corri a língua sobre eles pra umedecer, ele acompanhou cada movimento meu, seu olhar ganhou um brilho intenso, ele parecia travar uma batalha consigo mesmo e como resposta ele meneou a cabeça, balançando a vasta cabeleira negra. Acompanhei-o com o olhar até perdê-lo de vista entre as pessoas que estavam na danceteria naquela noite.
Para minha sorte, Bianca estava entretida com um garoto em um algum lugar e não tinha visto minha tentativa frustrada de seduzir um homem. Sim, um homem, diferente dos outros caras da faculdade que lotavam aquela danceteria nos finais de semana em busca de alguma diversão.
Frustrada, me levantei da mesa, onde eu estava sozinha, nenhum dos garotos que tentaram flertar comigo não me agradaram.
Dirigi-me para o banheiro, eu precisava me acalmar, um breve encontro de olhar com aquele homem me fez ficar estranhamente quente, meu corpo vibrou só de imaginar aquelas mãos em minha pele. Nem a água fria foi capaz de amenizar aquele fogo abrasador dentro de mim. Me aproximei do bar e pedi uma bebida, eu não tinha o hábito de beber, porém naquela noite eu necessitava de algo que entorpecesse aquela inquietação que aquele homem despertou em mim. Ocupei o assento junto ao balcão, fingi indiferença aos garotos que me olhavam descaradamente, maldita hora que segui os conselhos de Bianca e vesti aquela saia tão curta. Uma voz rouca ecoou nas caixas de som, levando as mulheres a gritarem ensandecidas, procurei o dono daquela voz, um misto de surpresa e espanto se apossou de mim quando vi o homem que tinha me deixado naquele estado em cima do palco, mesmo a certa distancia senti seu olhar sobre mim, a batida da musica vibrava dentro de mim, eu me vi ao lado dele, dançando loucamente, com o corpo colado ao seu, me puxando abruptamente ele cola os lábios nos meus num beijo cheio de lasciva, balancei a cabeça afastando aquele pensamento. Eu só poderia estar enlouquecendo.
Paguei pela bebida e saí em busca de Bianca, eu precisava ir embora, se não encontrasse Bianca eu iria sozinha, minha casa não ficava muito longe.
_ Aonde pensa que vai com tanta pressa? _ Me virei para ver de quem era àquela voz e senti minha perna vacilar, quando encontrei o homem de antes muito próximo a mim. ¬_ A noite só está começando. _ Intrigada, o olhei mais uma vez. Se eu o tinha visto em cima do palco há alguns minutos atrás como ele poderia estar ali?
"Isso é loucura."
Ele deu alguns passos e me encurralou na parede, sem se importar que estivéssemos dificultando a passagem das pessoas. Nossos olhares se encontraram, o efeito do seu olhar me deixou completamente entregue, ele se aproximou rápido demais, segurou minha face entre as mãos e tomou minha boca com urgência, com sua língua macia e quente explorou a minha boca, eu ansiava por mais eu pedia por mais.
"Isso é loucura." _ Repetia incessantemente em pensamento.
Loucura ou não, agarrei-me ao seu pescoço, e deixei me levar pelo beijo, que acabou cedo demais, cedo demais o vi me largar, cedo demais o vi partir, sem me dizer seu nome.
Forcei passagem entre as pessoas, pulei os degraus de dois em dois, eu precisava alcançá-lo, como se minha vida dependesse daquilo.
_ Espera! _ gritei sem me importar quem pudesse me ouvir. Ele parou e meneou a cabeça me advertindo de algo que eu não fazia ideia do que pudesse ser.
_ Não me lembro de ter dito para você me seguir.
_ Eu...
_ Você? _ Ele olhou para a lua que brilhava no céu naquela noite, era noite de lua cheia. _ Você não tem noção de perigo.
Em poucos minutos ele já havia se afastado novamente de mim.
Impensadamente o segui, e o vi entrar em uma viela.
_ Eu disse que você não tem noção do perigo. _ ressoou uma voz inumana, era a criatura mais horripilante que já vi, seus dentes afiados saltavam para fora. _ Você não tem noção...
Olhei para todos os lados, meus calçados estavam largados num canto, levantei o cobertor e eu estava com o meu pijama de sempre, esfreguei os olhos tentando voltar a mim, eu estava bêbeda de sono, minha mente me arremeteu à noite e a criatura que eu achava ser um lobisomem, se eu estava na minha casa na minha cama, aquilo era um...
