— Nossa... e seus pais simplesmente decidem de quem você tem que ser amiga? — Perguntei, fazendo uma careta. Parecia uma droga.

— Não é bem isso... É que eles querem que eu viva minha vida do jeito que eles acham que é melhor pra mim— explicou— e eles sempre acharam que ela era uma boa influência. Só esqueceram de perguntar se eu estava feliz assim.— completou, baixando o tom de voz aos poucos, melancolicamente.— Eu nem sei por quê eu tô te contando isso, eu não costumo sair falando da minha vida por aí, isso tudo é bem pessoal, na verdade.

— Relaxa, lobinha, seus segredo está guardado comigo. — Garanti, com um sorriso compreensivo.— Mas sério, você não tinha mais nenhum amigo?

— Não, andar com ela meio que repelia literalmente qualquer outra pessoa. De qualquer lugar que fosse.— Respondeu, meio tristonha

— Ahhh, não fica triste não, lobinha. —Saltei, entrando na frente dela.

Ela cruzou os braços virando o rosto pro lado.

— Não, não, não, olha aqui.— Reclamei, abrindo um sorriso acolhedor.— Você não precisa mais lidar com essa tal Débora, ok? Na Brown, as coisas são diferentes, tem gente legal por aqui, eu prometo. — Falei, pousando minhas mãos em seus ombros, a sacodindo de leve.— Você é muito gata, e parece ser realmente muito legal. E pode ter certeza que eu não sou a única pessoa que vai querer te conhecer.

Nesse momento, o rosto dela corou, e ela deu um sorriso. Podia jurar que meu coração deu um pulinho. Que estranho, enfim.

— Desculpa ter sido rude com você lá na sala— ela falou— eu só... Uns caras zoaram meu uniforme, eu tava estressada e descontei em você.

— Tá tudo bem.— respondi, compreensiva— E esse negócio do uniforme é...

— Coisa da Débora.— ela respondeu — nem queira saber.

Dei uma risadinha.

— Ok então — olhei pra ela, ela estava sorrindo também. De repente, tive uma ideia— É.. hoje a noite vai ter uma festa! — Lembrei, tirando o panfleto que a Zoey deu do bolso.— É a fantasia e tal. É uma ótima oportunidade pra eu te apresentar pras pessoas!

Lorena analisou o panfleto, e perguntou:

— Por que é proibido ir de Minnie?

— Longa história...— Respondi, com uma risada contida.— E então, você vem comigo?

—Hum... não sei se isso é uma boa ideia — Murmurou, resistindo a ideia. — e eu nem tenho uma fantasia.

— Ah, eu também não!— Admiti, dando de ombros.— Vamos lá, isso é fácil de resolver! Eu vou improvisar alguma coisa assim que eu chegar no meu dormitório.

Ela abalisou a proposta por uns momentos enquanto andávamos. Até que por fim, respondeu.

— Tá bom... Eu vou.— Disse, as palavras pareciam custar a sair.— Mas só se eu achar uma fantasia.

— É isso aí!— Comemorei, animada.— Agora vamos, a sala do reitor é logo ali. — Apontei, me virando.

Então andamos até a sala do reitor, e entramos.

• • •

— Senhorita Chermont.— Disse o reitor, já acostumado.— E senhorita...

— Leslie, senhor.— Ela se apressou em responder, nervosa.

— Pois bem, podem se sentar.— Ele fez um gesto apontando para duas cadeiras em frente a sua mesa.— O que as duas aprontaram?

Only God can judge youWhere stories live. Discover now