Pesadelo cor de rosa

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Acabei adormecendo no sofá, com Stace. Quando acordei, vi que dormimos abraçados, e eu pude sentir o maravilhoso cheiro de margaridas do seu cabelo. Um calafrio na espinha me puxou para a realidade: O que pensariam se nos vissem abraçados assim? Minha mãe poderia morrer de preocupação se eu não voltasse rápido para casa. E a questão mais importante (e assustadora) fez com que eu a acordasse. "E se o irmão dela chegasse?"
 
- Stace, acorde. - Eu disse, acariciando seu rosto. A ruiva acordou meio desnorteada mas, quando me viu, abriu um belo sorriso e beijou minha bochecha.
 
- Bom dia, Thomas.
 
- Bom dia. - Eu me perdi olhando para aqueles lábios rosados, sorrindo, e Stace fez o mesmo. Mesmo que eu almejasse beijá-la naquele minuto, livrei-me de tais pensamentos por causa de minha mãe.

- É melhor eu ir. Minha mãe deve estar preocupada.
 
- Espera. Fica mais um pouco. - pediu, manhosa, aconchegando-se em meu peito - Pelo menos toma café comigo.

Sorri e abracei sua cintura.

- Como eu posso negar um pedido desses?

Nos olhamos vorazmente e, quando eu me aproximava para beijá-la, a garota recuou, tensa.

- Ah, meu Deus! Eu provavelmente estou horrível! - e se levantou, agitada.

Ela estava com o cabelo embaraçado, cara de sono, roupa amarrotada. Porém Stace continuava linda, a meu ver. Me levantei e disse:

- Você está linda, Stace. Você sempre está linda.

Acariciei seu rosto. Faíscas, como fogos de artifício, soavam em meu peito. Eu tinha medo de que ela escutasse, mas Stace estava concentrada demais em meus lábios para ouvir. Pelo menos era o que parecia.

Nos aproximamos cada vez mais, e o beijo que demos foi melhor do que o outro. Ela puxava meu cabelo enquanto eu apertava sua cintura. Era um beijo mais provocante que o outro, mas eu ainda sentia todo o carinho do nosso primeiro.

Ouvimos a mãe de Stace nos chamando para o café e nos sentamos para comer, lado a lado.

Quando terminamos, me despedi de todos, até de seu irmão. John apertou minha mão tão forte que Stace teve que nos separar.

Eu gritava enquanto andava de bicicleta. Uma grande euforia tomava conta de mim. Tudo que ela fazia, fosse um olhar ou um beijo, mexia comigo de um jeito que me fez constatar o óbvio: eu amava (e ainda amo) Stace.
 
Cheguei em casa e abracei minha mãe. Dona Carmem espantou-se com minha alegria, porém correspondeu o abraço.
  
- Eu sabia que era ela. - disse.
  
Aquela frase foi o suficiente para que nós dois sorríssemos. E também para que ela zombasse de seu "filhinho apaixonado" o resto do dia.
  
À tarde, a campanhia tocou e minha mãe estava no banho. Logo, eu teria o desprazer de atender. Minha única esperança de uma visita legal e não constrangedora seria Zack ou, melhor ainda, Stace.
  
Quando abri a porta, não vi nenhum dos dois, mas sim uma menina de olhos azuis escuros como tempestade e cabelos cor de mel. Usava um vestido rodado rosa e salto de mesma cor, além de um sorriso exagerado como sua maquiagem. Por que meninas gostam tanto de se maquiar? Por esconder quem são?
  
Nesse dia, tive a certeza que os meus pesadelos usavam rosa e  falsa felicidade.
  

Eu esqueci de postar terça, por isso, postarei dois capítulos hoje. Aproveitem!❤

Amor nos olhos azuis [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now