Que comecem os jogos

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—Bem. Dadas às circunstâncias... Vejo que todas já receberam suas cores. Victoria me passe o sinalizador.

E a ruiva entregou para ela que em poucos segundos agilmente o ativou criando uma explosão de cores pelo céu ao mesmo tempo em que gritava um "já" ridiculamente alto. Todas as meninas que estavam a minha volta iniciaram uma corrida frenética e sem sentido. Cada uma ia para um lugar diferente.

—Vem Cami... Vamos lá –dizia Hannah enquanto caminhava ao lado de Katie.

—Para onde?

—Sei lá. Pra onde Katie?

—Para onde a sorte nos levar –disse ironicamente.

—Garotas, olhem lá! É uma luz roxa naquele banco perto da entrada. Aposto que o nosso quebra-cabeças está lá.

—Óbvio demais –sussurrou a monitora –Zoey não é uma pessoa muito previsível.

Estávamos parecendo três baratas tontas andando ao leste de Stanford. Ainda bem que eu havia calçado um tênis, porque aquele gramado estava coberto por cerração e espinhos.

—Tudo bem. Vamos por aquele lado –apontou a ruiva para o seu lado esquerdo –A maioria das garotas já saíram e nós estamos perdendo tempo.

Caminhamos em meio ao mesmo gramado que eu havia recebido uma bolada no rosto. Ótima lembrança.

Durante o caminho Hannah ficou em silêncio ao passo que a monitora sibilava algumas palavras desconexas. Foi então no instante seguinte que percebi onde estávamos indo: havia um pequeno lago quando terminamos de vagar pela grama gélida. E de imediato notei ao longe uma figura estranha que quanto mais próxima ficava de mim conseguia enxergar com mais nitidez.

—Oh, que fofinho. É um cãozinho–dizia Hannah fazendo movimentos com os dedos o chamando.

Katie estacou e pensei que ela tivesse visto a presidente, mas não. Ela apontou para o cão no exato momento em que eu percebi do que se tratava aquela cena.

—Hannah, para!

—Hannah ele não tem cara de ser um cãozinho bom–murmurei insegura.

—Ai meu Deus... É o... Totó. –sussurrou Katie

—Totó?

—Sim. É o cão farejador que as pessoas do Direito usam para simular procura por drogas e assassinos.

A figura de um Rottweiler preto ficou clara. Ele estava de pé em uma posição pronta para o ataque. Salivava tanto que seu olhar vidrou em cada uma de nós três.

—Mas eles deveriam usar um Pastor-alemão e não um Rottweiler –sussurei morta de medo.

—O que nós fazemos agora? Esse cachorro não tem cara de Totó.

—CORRAM –berrou a monitora já disparando.

Hannah e eu não ficamos para trás. Seguimos agilmente a maluca que estava a nossa frente gritando "por aqui" e "por ali". Foi difícil conseguir ser veloz, visto que minha colega de quarto não parava de me tocar na esperança de que conseguisse seguir o meu ritmo que era mais rápido. Por isto acabei me cansando um pouco mais rápido e logo as duas estavam em minha frente.

Percebi que estávamos nos afastando daquele gramado e o que vinha a frente eram as construções das mais diversas fraternidades.

—Corre Camila... O Totó está quase alcançando você.

—Isto era para ser... Um... Incentivo? –questionei sem fôlego.

—Vem Cami... Vem –gritava Hannah.

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⏰ Last updated: Jul 29, 2017 ⏰

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