capítulo treze

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Pov. Leonardo.

- ahhhhhhhh grrr. - Nanda aperta minha mão ainda mais forte, sinto meus dedos reclamarem da força que minha mulher emana.

Porra! Isso dói!

- respira amor, respira. - falei imitando um cachorro enquanto ela acompanhava meu ritmo olhando pra mim com olhos chorosos.

Estou desesperado.
Estou desequilibrado.
Estou tentando esconder essa aflição.

Ela se acalmou, revirou os olhos e caiu exausta na cama. O que está acontecendo? Minha mulher se debate agoniada!

- os batimentos cardíacos dela estão fracos.  - o enfermeiro grita e uma multidão se junta perto dela. - a pressão está aumentando demais. - gritam me fazendo ficar pálido.

Que merda Tá acontecendo caralho?

- o que está acontecendo? - perguntei alarmado.

- o senhor vai ter que sair da sala, por favor. - me olha vermelho e volta os olhos pra minha Nanda que parece estar sofrendo o bastante.

- não vou, preciso saber o que está havendo. - tentei me aproximar de Nanda.

- por favor, tirem ele daqui. - a médica fala evasiva e aparentemente calma.

- não, não. - os enfermeiros me empurram sala afora e a única coisa que vejo são os olhos angustiados da minha Nanda.

O medo me corrói as vísceras, sinto vontade de quebrar a cara dos idiotas que me puseram pra fora daquela porra. Minha filha, Céus, minha filha!

- abraaam. - bati furioso. - abram essa porta agora. - tentei várias vezes e o silêncio pairou sobre tudo.

Me sentei no chão indignado, com raiva, com medo, com todos os sentimentos ruins que possam existir. Senti minhas bochechas molharem e me vi chorando feito moleque. Sequei as lágrimas com as costas da mão bruscamente. Me levantei e fui pra sala de espera. Nossa família estavam lá e se assustaram quando me viram.

- o que aconteceu? - Alice perguntou aflita com os olhos assustados.

- eu...eu não sei. Aqueles filhos da Puta me tiraram de lá. Ela não está bem. - passei as mãos no cabelo e saí dali o mais rápido possível.
Fui no banheiro e encostei na pia com as mãos no rosto.

O que será de mim se acontecer algo com ela? Porra eu a amo demais pra resistir a um choque desses. Desde que descobri meu amor por essa mulher que eu não me contenho de alegria e admiração, cada momento com ela é mágico e me faz ama-la drasticamente. O problema é que ela me ensinou a amar, não a perde-la.

Lavei o rosto com uma rapidez extrema e fui mais calmo depois de muito me agarrar a uma palavra chamada 'confiança' — cheguei e estava um chororô só. A agonia e dor estampadas nos olhos de todos e eu sabia que as notícias viriam péssimas.

- a enfermeira disse que tiveram de seda-la e levá-la para sala de cirurgia imediatamente. Ela teve complicações no parto normal e pediu pra esperarmos por notícias mais claras. - fechei os olhos aflito e inspirei profundamente o ar.

Me sentei distante de todos e me pus a pensar. Ela vai ficar bem. Ela tem que ficar bem.

*****
Já haviam se passados minutos, horas não sei bem ao certo. O que sei é que não mencionei uma só palavra. Apenas rezando pra que dê tudo certo com minhas garotas.

Senti alguém tocando meu ombro e olhei para cima.

- notícias pai? - perguntei apressado.

- não. - respondeu intranquilo. - vim lhe trazer um café.

consequências do desejo.Where stories live. Discover now