-A Hanna disse que querias falar comigo... O que queres?- cruzei os braços.
Jean olhava me, analisando-me de cima a baixo. Mexeu no lábio inferior com o polegar. Estava com dois amigos atrás deles e duas raparigas, que apertavam os seus músculos.
-Calma princesa... Cada coisa com o seu tempo.- riu se, tirando as mãos das raparigas do seu corpo e agarrando-as no rabo, aproximando-as dele.
Revirei os olhos. Gonçalo estava tenso. Apertou a minha mão firmemente.
-Jean, não começes, diz logo.
Ele suspirou.
-Pensava que me podias explicar porque é não me tens mandado SMS... e não teres estado a respeitar a minha ordem.- dizia convencido.
Ok... isto é estúpido. Porque raio ele veio ter comigo para me dizer isto?
Aproximou se de mim. Fiquei tensa.
-E porque é que continuas com este rapaz?- mexeu numa madeixa do meu cabelo.
Crispei os lábios e a minha respiração estava ofegante. Tirei o dedo dele da minha madeixa.
Gonçalo estava a preparar-se para se meter à minha frente, mas, felizmente, agarrei-o antes disso.
-Ohh... o rapazinho está irritadinho. Ela é minha, palhaço! Ainda não percebeste? - Jean riu se. -És tão patético... Guedes.
Antes que Gonçalo pudesse fazer algo, espetei um estalo em Jean. Sim, no meio da rua.
A rua parou. Toda a gente olhava para nós, chocados. Sentia os olhares todos em mim e em Jean que me fitava com um olhar ameaçador.
-Tu não voltas a dizer nada sobre ele, nem a fazer-me nada, ouviste? Senão, diz adeus à tua boa vida.
Estava ofegante. Ele que se atreva a vir a minha casa bater-me ou ameaçar-me. Nunca mais.
-Vamos embora Gonçalo. - e dito isto, peguei na mão dele e sai dali o mais rápido possível.
***
Fechei a porta do meu apartamento. Tirei o casaco e pousei a mala. O olhar de Gonçalo estava em mim. Ignorei-o. Não estava com paciência para contar a história que tivera com Jean. A violência... as ameaças...
Fui até à cozinha e abri o frigorífico, tirando uma cerveja. Abri-a e bebi um pouco. Fresca e saborosa.
-Podes me contar o que se passou ali? Podes me contar o que é que Jean te disse?
Fitei Gonçalo. Estava contra a parede, com os braços cruzados e olhava me preocupado. Mordi o lábio inferior. Fiz-lhe um sinal e ele seguiu-me até ao sofá, onde nos sentamos.
Cruzei as pernas e olhei para a cerveja. Pousei -a e fitei os meus dedos. Gonçalo esperava uma resposta. Suspirei.
-Tudo começou quando ele me viu contigo pela primeira vez. Naquela festa... Puxou me para um beco e deu me uma estalada...
Não consiga olhá-lo, mas sentia o horror que se instalara na sua cara. Suspirei de novo.
-Semanas depois, ele , não sei como, soube que havia um clima entre nós... e soube que eu te beijei... e nesse dia, veio a minha cara e bateu-me, ameaçou-me... e apartir daí vinha muitas vezes aqui, e fazia sempre isso, até que um dia...
Parei ao relembrar que este me quase sufocara. Suspirei.
-Ele veio cá bêbedo e quase me matou.
Gonçalo arregalou os olhos.
-C..OM..O?
Ele estava em estado choque.
-Sim... sufocou-me. Mas isso fez com que eu ganhasse força e o enfrentasse por isso mais tarde liguei e acabei com ele... mas no outro dia, ele ameaçou me de novo. E pronto é isto.
Entrelaçei os meus dedos. Olhei para Gonçalo. Estava vermelho de raiva.
-Eu vou matar aquele filho da puta.
Levantou-se e, bruscamente, andou até à porta, abrindo-a. Corri atrás dele, impedindo-o de sair.
-Gonçalo... Olha para mim..- levei as minhas mãos ao seu rosto e beijei-o.
Ele correspondeu. Estava tão tenso e cheio de raiva.
-Foi por causa de mim isto tudo...- disse desolado.
Abanei a cabeça... não não não.
-não Gonçalo não foi... nem te atrevas a dizer isso. Por favor.
-Vanessa, ele quase te sufocou até à morte por causa dos ciúmes. Por causa de mim. Não eu não posso permitir isso.
Estava nervosa. Agarrei-o com força, fazendo com que ele olhasse para mim. Os seus olhos refletiam a sua tristeza e o seu ódio, não só por Jean... mas por si mesmo.
-Por favor Gonçalo...Para! Tu és a melhor coisa que me aconteceu. Não te culpes por isto! Não te odeies.
Gonçalo abanava a cabeça.
-Como é que eu nunca reparei... foda-se.
Uma lágrima correu pelo meu rosto. Agarrei-o com mais força. Fechei a porta.
Ele encostou se na porta e escorregou devagar até cair no chão. Eu meti me de joelhos e abraçei-o.
-Gonçalo , tu foste a melhor que me aconteceu. Foste tu que me deste força para tudo e que finalmente me tiraste daquela confusão. És tudo para mim... Por favor, não te culpes... isso mataria-me por dentro.
Começei a chorar. Não consegui resistir. Era demasiado forte. Agarrava a camisola de Gonçalo com toda a força. Não queria que ele se odiasse, que se fosse embora...
Senti os seus braços fortes a envolverem o meu corpo. Meti a minha cabeça no seu ombro, e afaguei as minhas lágrimas no tecido da sua camisola. Ele agarrava me firmemente.
E ficamos ali. Os dois abraçados. Em silêncio, apenas a ouvir o barulho do meu choro descontrolado.
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Ola meus amores!
Eu sei que o capítulo está pequeno e peço desculpa pela demora!
É um capítulo um pouco clichê mas pronto... espero que gostem!
Não se esqueçam de deixar o vosso voto e comentário!
Adoro vos!! X.
Joana
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Obsession || A Gonçalo Guedes Fanfic
Teen FictionVanessa Stonefeild é uma rapariga de 19 anos, órfã de pai e mãe, aluna de mérito da turma do 1 ano de advocacia da universidade de Pantheon-Sorbonne, em Paris. Stonefeild vive a sua vida um dia de cada vez, criando objetivos para o futuro até que...