Submersão

9 1 8
                                    

Havia apenas calma e tranquilidade no recinto, os únicos sons audíveis eram as respirações serenas de Galek e Naya. O barulho um tanto irritante do celular vibrando em cima do criado mudo acabou com o sono da garota. Ela abriu os olhos vagarosamente, estava desnorteada, tateou o criado mudo procurando o aparelho e o desligando. Mentalmente agradeceu, pois, a barulheira do dia anterior a assustou ao acordar. Se encolheu nos grossos cobertores, grunhiu pois sabia que teria que levantar, devagar colocou os pés no chão e se livrou das cobertas, encolhendo-se ao sentir o frio no quarto se dirigindo para o banheiro, despindo-se notou os cortes no antebraço. Ainda vermelhos, finas linhas tortas na horizontal. Havia se machucado, uma espécie de punição por ter sido fraca no dia anterior, ela sabia que podia ter de livrado e matado todos os amigos de Serena... Mas ao pensar em como se sentiria ao ver aquelas pessoas mortas... Ao apertar o local dos cortes uma fina sensação de dor veio a tona, não a incomodara, mas a voz de Simone veio a tona.

"Você foi feita para isso não se prive do prazer, vá e faça! Seja quem você foi criada para ser!"

- NÃO! - A garota gritou, lágrimas já desciam pelos olhos.

Olhando-se no espelho novamente ela apenas decidiu ir em direção ao box, abriu o registrou e logo a água quente e confortante tocou seu corpo.

Após o banho se aconchegou em um roupão indo até o closet para escolher uma roupa, depois de estar vestida e bem agasalhada checou a mochila e a colocou nas costas, já com o celular em mãos fechou a porta do quarto se despedindo de todos. Foi até a cozinha e para sua surpresa Linda estava acordada e de bom humor, a moça estava ao fogão preparando algo com um cheiro bom.

- Bom dia querida! Pegue uma torrada antes de ir, se não vai passar mal.

- Obrigada, Linda - Ela pegou uma torrada dando apenas uma mordida e se arrependendo, comer algo não era certo. - O que está preparando?

- Panquecas! Já tem algumas prontas na marmita, sei que gosta de comer algo na praça, fiz panquecas doces.

- Que bom - Ela sorriu para disfarçar. -  Obrigado Linda. - Mentalmente pensou se Cássia gostaria das panquecas.

Com a marmita em mãos Galek saiu se despedindo da senhora, seguindo o caminho para o Instituto. Seu passeio pela cidade era sempre com trilha sonora, dessa vez estava ouvindo Atlantis - Seafret. Gostava de música, lhe passava uma sensação de calma e a ajuda na árdua missão de enfrentar o dia. Andava pelas ruas serenata observando os prédios cinzentos e sem graça. Um mundo completo de monotonia.

Ao chegar na esquina do grande prédio ela respirou fundo, no instante o pensamento de ir para o parque invadiu sua mente, parecia fácil e não tinha ninguém ali. Mexeu o pé alguns centímetros, virou a cabeça para o lado, mas quando ao se preparar para correr ouviu uma voz conhecida.

- Amoor! Bom dia! - Serena se aproximava dela e seu plano foi pelos ares.

- Oi, Serena... - Ela queria matar a garota, mas se conteve. - Bom dia.

- Vamos  entrar querida? Não queremos nos atrasar! - Ela sorria para a garota.

- Okay - A menor apenas continuou andando deixando Serena para trás, mas a mesma correu para se adiantar e alcança-la.

Acompanhando Galek até a porta da sala Serena se despediu tentando roubar um simples selinho da menor, que desviou o rosto rapidamente abrindo uma carranca. Decepcionada, Serena apenas seguiu seu rumo. Galek entrou na sala e sentou-se na cadeira branca. A sala estava fria e assustadora como sempre. Ela respirava fundo e devagar, se sentia presa, angustiada com o local.

Em alguns minutos uma figura vestida dos pés à cabeça de branco surgiu, sentou-se à mesa do computador digitando algumas informações e se levantando para posicionar os equipamentos na garota. Antes de apertar o botão inicial se pronunciou.

ColorsOnde histórias criam vida. Descubra agora