Capítulo 17 - Está tudo bem, eu só não posso surtar.

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- Seu...?

- Namorado – respondi, eu tinha começado com essa historia, então era melhor continuar.

- Seu namorado estava parado em um cruzamento, e um motorista bêbado bateu em sua traseira. O autor do crime também sofreu alguns traumas, mas não corre risco de vida, vai poder pagar por seus crimes.

- Fico feliz em ouvir isso – disse sinceramente enquanto limpava as lagrimas que por algum motivo ainda caiam, e foi então que me lembrei de outra pergunta importante. – Anthony estava sozinho no carro? Dirigindo?

- Sim, por quê?

- Não, nada. Eu só... Tudo bem. – sorri, então Marco não estava com ele. - Eu posso vê-lo?

- Dê uma volta e coma alguma coisa na lanchonete enquanto o levamos para o quarto de visitas, daqui uns quinze minutos pode ir vê-lo no quinto andar quarto 103.

- Tudo bem – sorri. – Obrigada doutor.

- De nada.

Eu segui para o banheiro e joguei uma água no rosto, meus olhos estavam vermelhos e inchados, eu estava horrível. Eu queria ir vê-lo direto, mas meu estomago roncou em protesto, olhei para o relógio na parede enquanto seguia pelo corredor e me surpreendi com a hora, eram 22h45m, quando tinha ficado tão tarde? Fui à lanchonete e comi um bolo de chocolate, mesmo com toda a comoção e o susto, eu não conseguia não sentir fome, os dois anjinhos dentro de mim queriam mesmo comer. Depois de uma fatia de bolo e um pão de queijo eu subi para o quinto andar com as pernas tremulas, o medico já disse que ele está bem, não precisa se preocupar, você o vê, tem certeza que está vivo e vai embora. Esse era o plano, mas eu sabia que não seria exatamente assim.

Abri a porta e me surpreendi em vê-lo ali deitado, os cabelos estavam bagunçados e ele tinha um curativo na testa e outro no queixo, seu braço esquerdo estava engessado e o direito tinha uma agulha de soro presa a ele, Anthony parecia tranquilo, voltei a chorar assim que vi seu peito subir e descer tranquilamente. Acho que eu ainda não tinha me convencido de que ele estava bem.

- Está tudo bem – a enfermeira que terminava de ajeitá-lo na cama sorriu pra mim se afastando. – Ele está bem.

- Obrigada – agradeci em meio às lágrimas e ela assentiu e saiu logo em seguida.

Me sentei na poltrona ao lado da cama e fiquei lá o encarando, e quando dei por mim estava acariciando minha barriga que mostrava os primeiros sinais visíveis da gravidez.

- Papai está bem – disse olhando pra ela. – Ele quase me matou do coração, mas está bem. Quando vocês saírem daí e estiverem com ele, peçam pra ele tomar mais cuidado, Ok?

Eu sorri limpando os últimos resquícios das lágrimas, essa era a segunda vez que eu fazia isso, digo, conversar com os bebês, a primeira tinha sido semana passada, quando eu fiquei o dia todo passando mal e resolvi pedir, delicadamente a eles que me deixassem comer alguma coisa antes que eu desmaiasse. E surpreendentemente era muito divertido fazer isso, mas eu não podia. Eles não eram meus bebês, eu não podia me envolver. E foi em meios a pensamentos assim que acabei dormindo.

Acordei e pisquei me sentando, me sentindo incrivelmente desconfortável. Estiquei os braços para me espreguiçar e o bati em alguém.

- Ai – a pessoa reclamou e eu pisquei. Eu tinha acabado de dar com a mão na cara do Anthony.

- Merda, me desculpa! Você bem? – perguntei ficando de pé. – doendo? Quer que eu chame um médico?

- Eu estou bem Srta. Banks, pode ficar calma, sente-se. – fiz o que ele pediu e bocejei, olhei para o relógio na parede e pisquei surpresa, eram 04h30 da manhã. – Por que está aqui? – ele perguntou e eu o olhei sem entender.

Contrato de Amor ✓Where stories live. Discover now