Capítulo 6

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Mayara

Ressaca!

Ressaca!

RESSACA.

- MAYARA, respira e tente lembrar-se o que aconteceu.

Sem ousar abrir os olhos repito cada pedaço da noite anterior, tento colocar as imagens em ordem para ver se encontro algum sentido. Lud, vinho, namorada, nascer do sol, Bianca... até aqui tudo mais ou menos certo, mas o que aconteceu depois disso? Sem sucesso tento manter a sanidade, porém quanto mais penso nos eventos de ontem, menos respostas eu tenho.

Abro os olhos pausadamente, não vou mentir tudo ainda está rodando e a claridade ameaça me cegar. Sento na cama, que por sinal não se parece nada com a minha, coloco as mãos nos olhos e lá vamos nós... 3, 2, 1 e merda, merda, merda. Pego o controle da cortina no criado mudo, aperto o maldito botão até obter um ambiente com meia luz.

Faço uma pequena inspeção em busca de algo conhecido, de fato esse não é meu quarto, devo surtar agora ou mais tarde? Ainda não sei, olho para o outro lado da cama e encontro um pequeno bilhete ao lado da bandeja contendo o café da manhã.

Bom dia amor! Considerando a quantidade que bebemos ontem, você estará com uma pequena ressaca, tome a aspira, depois coma algo... e sem protestos mocinha.

Beijos, Bianca Robins.

- Está bem, mãe – Digo em voz alta, sinto um sorriso meio bobo se formar e não consigo controlar.

Vamos seguir as ordens da Dra. Bianca, está tudo organizado na bandeja: Aspirina, Suco de laranja, sanduíche natural e algumas frutas picadas. Bebo a aspirina com um pouco de suco de laranja, como dois pedaços de melão e me jogo na cama. Meu estômago ameaça rejeitar o que acabei de comer, porém respiro fundo e espero o incômodo passar. Preciso trabalhar, mas não consigo levantar, fecho os olhos e adormeço novamente.

~~*~~

Acordo e procuro pelo meu relógio no criado mudo, não o encontro. Sinto-me um pouco melhor, levanto e caminho até o banheiro. Nada melhor que um banho para ressuscitar alguém, não literalmente claro. Ao entrar no quarto decido não vou mexer nas roupas dela, acho que não temos essa liberdade ainda, sem ter outra saída abro a porta, olho de um lado para outro e corro para meu quarto sem roupa... digamos que não encontrei nenhuma toalha disponível. Coloco uma calcinha boxer preta, um blusão vermelho e desço as escadas em direção à cozinha onde encontro Bianca com os cotovelos apoiados no Balcão de mármore tomando sorvete.

- Quer dizer que alguém resolveu colocar um pouco de roupa?! – Bianca me olha de cima a baixo e fixa o olhar na minha boxer, ou no que está por baixo dela.

- Não tive muita escolha, afinal está um pouco frio, mas minha ideia era andar nua pela casa – Dou um sorriso de lado e caminho até a geladeira a procura de água.

- O que uma noite na minha cama não faz com alguém.

Engasgo cuspindo toda água na pia.

- É... Então... A gente... - Pigarreio tentando fazer as palavras sair – Eu e você? – Aceno para ela e depois de volta para mim.

- Você não lembra? – Ela tira a colher da boca de forma sexy e coloca a mão no peito como se estivesse ofendida.

- Do que?

Ela levanta do banco, deixa o sorvete no balcão, caminha na minha direção e com os braços me prende na pia

– Curioso. – Olha fixamente para meus lábios e aos poucos se aproxima.

- O que você acha que está fazendo? – Pergunto aterrorizada.

- Vai me dizer que você não quer?

Minha respiração começa a ficar ofegante, tenho a impressão que a qualquer momento meu coração vai sair pela boca, sinto algo pulsando entre minhas pernas, mordo meus lábios e encaro os seus.

- Me responde, Bianca.

- O que você quer saber? – Ela se aproxima um pouco mais e beija meu queixo.

- Eu e você? Ontem, o que rolou?

- Saímos, bebemos um pouco, brincamos no parque, jogamos conversa fora e contemplamos o nascer do sol.

- Bianca não subestime minha inteligência, você entendeu minha pergunta.

- Está ficando nervosa? – Pergunta mordendo a pontinha da minha orelha

- Não, eu estou extremamente calma. – Na verdade estou completamente excitada, penso.

Bianca coloca as mãos nas minhas coxas e impulsiona meu corpo para cima da bancada sem nenhuma dificuldade, se eu dissesse que estou lutando contra estaria mentindo, mas tenho receio do rumo que as coisas estão tomando.

- Sendo assim, me diga o que você quer?

- Eu. Quero. Saber. Se. Nós. Transamos. Ontem. – Digo pausadamente para ver se ela entende.

Bianca passa os dedos nos meus lábios, olha dentro dos meus olhos solta um pequeno sorriso e se afasta.

- Não transamos Mayara, eu falei que iria cuidar de você e foi exatamente o que fiz, você estava na minha cama por motivos diferentes.

Ela vira as costas e caminha para o escritório. Vou atrás dela escoro no batente da porta e observo ela ajeitar os óculos.

- É... obrigada.

- Não por isso, meu anjo.

- Vai sair hoje?

- Ainda não sei, quer fazer alguma coisa? – Ela pergunta sem desviar atenção do notebook.

- No momento meu corpo está querendo apenas cama.

- Vou enviar alguns relatórios para Mariana e mais tarde subo para assistirmos algum filme. O que acha?

- Perfeito, até logo.

- Até logo.

DESAFIOS DO AMOR - AMOSTRAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora