Julia

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                                                                                                                           RJ- Dia Dos Namorados- 2015.

O som cessou no exato instante em que Julia  foi da ponta ao chão.

-De novo!-Sua diretora da academia de Ballet disse.

Ela se recompôs e ao som inicial da musica recomeçou sua coreografia pela 7 vez naquela manhã...

-Julia, você é boa, mas falta algo.

- O que é?

Julia dedicar-se ao papel do cisne como nenhuma outra bailarina, mas sempre faltava algo...

-Eu vejo no seu rosto a paixão do cisne branco, mas na hora da morte, eu não enxergo verdade.  Acho que teremos que usar duas bailarinas para o mesmo papel...

-Não... - A voz de Julia se alterou . - Eu consigo . Acredita em mim.

- Me mostre que o amor tem várias vertentes Julia, deixa eu sentir a paixão e a dor do cisne. Ok meninas, bom feriado para todas, vejo vocês amanhã.

A dona da academia se despediu de todas suas bailarinas as dando uma rosa vermelha na saida.

Julia sorriu ao receber a sua.

-Dedique-se seja o que dança e irá longe.

Julia caminhou até o vestiário admirando a sua rosa e pensando como ser amor e dor no mesmo instante.

Ela se olha no espelho e sorrir. Esse sorriso não era  satisfação  pelo ensaio, e sim pela mensagem que acabara de receber. Seu namorado havia acabado de mandar uma das mensagens mais bonitas que ela receberá.

" O sentimento que nós une é mais que um feliz acaso e nossa historia agora será eterna meu bem. Eu te amo. Feliz 5 meses de namoro e feliz dia dos Namorados minha ruiva linda."

Ela não senti-a se feliz a tanto tempo.

Julia o conheceu em uma das apresentações de sua companhia no verão e a partir dai os sentimentos afloraram.

A arte da conquista era a melhor arma do Cesar, tanto que se tornou o namorado dela semanas depois. Eles se viam pouco devido ao trabalho de Cesar em duas filhais i em estados distintos do Brasil , mas ele sempre estava presente. Em todas as suas mensagens, ligações, cartões postais.

-Julia? -Chamou uma colega ao ver a amiga flutar com o celular nas mãos.

-Oi.- Ela voltou ao mundo.

-Estava pensando no Cesar? 

- Sim, como saber?

-Bailaria quando namora e está apaixonada ler mensagens sorrindo e na ponta. E foi exatamente o que você estava fazendo.

-É estava? -Julia analisa suas sapatilhas.

-Vão se encontrar hoje?

-Infelizmente não, ele está em São Paulo. Vamos comemorar na semana que vem.

-Está feliz ne amiga?

-Como uma bailarina fazendo o solo de o lago dos cisne.

O coque estava perfeito.

A roupa ainda era a de guerra dos ensaios. 

-Até mais meninas.-Julia se despediu, pondo os fones no ouvido.

Julia anda duas ruas e sente que está sendo seguida.

Ela esconde o celular.

Sua respiração acelera.

No primeiro cruzamento ela vira a esquerda.

Ela se recolhe nas paredes da rua , ela imagina que vai ser assaltada no minimo. Então vê a silhueta de uma mulher. Fica mais tranquila, mas suas preocupação tem nível de estresse parecido com a de alguns segundo atrás.

A mulher se aproxima. 

Ela é loira. Magra e alta. Aparenta ter uns 30 anos. Ela usa uma saia lápis preta eu uma blusa branca de seda. Em sua ão uma bolsa de couro.

Julia tem medo do que pode sair dali.

A mulher lhe olha com serenidade. Serenidade essa que deixa Julia desconcertada. 

-Julia Martins, certo?-A voz da mulher não condiz com seu olhar. Cada palavra que sai da sua boca, soa tremula.

-Depende ... Quem é você?

-Paula Freitas. 

-Freitas.

Julia acha esse sobrenome familiar.

-Por que me procura? E por que veio andando daquela forma atrás de mim? Eu levei um susto.

-Então estamos quites.

-Quites?- Julia tinha o corpo ereto agora. Ela não queria ser diminuída por aquela mulher, já não basta suas vestes.

-Sim, eu te assustei com a minha aparição, do mesmo jeito que você me assustou quando eu soube da sua existência.

-Acho que não quero mais conversar com você. Não é legal conversar com quem me conhece e eu não sei quem por descaso de consciência é você. 

-Desculpa, acho que não ligou o nome a pessoa. É uma enorme insatisfação conhecer você. Eu sou Paula,  a esposa do seu namorado.

-Que?-Julia está incrédula.

-Vai me dizer que nunca imaginou que o Marcos era casado?

-Marcos? Eu namoro o Cesar.

-É , o Marcos Cesar.

Julia estava suando frio. Ela deu dois passos para trás e saiu daquela rua andando apressadamente. 

-Não fuja. Volte aqui sua vadia.

-Eu...Eu não...

Julia estava tremula e olhava de um lado para o outro na esquina de uma cafeteria.

-Você é a amante do meu marido e isso não vai ficar assim...

-Mas eu não tenho culpa alguma nisso...

-Você é só mais uma vadia que apareceu no caminho.

-Eu não sou assim... Eu achava que ele.

-Vadia!

A esposa traída gritou, aproximando-se de Julia.

Julia fecha seus olhos com lagrimas e ela só os abre quando ouve o som do cantar pneus de um carro vindo em sua direção.

Ela não teve a vida toda passando como um filme diante dos teus olhos, mas pensou que era essa sensação de impotência e tristeza que o cisne sentia em sua morte.

("Existem amores que vem para o bem, outros são amores maldosos.")

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