Dani

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RJ- Dia dos namorados- 2015

-Onde vai?- Perguntou Clara assim que a viu sair de trás do balcão.

-Preciso fazer algo especial hoje.
Respondeu Dani eufórica, pondo o seu casaco de courou preto amarrado na cintura por cima do jeans escuro.

-Mas o seu namorado daqui a pouco está aqui, o que digo pra ele quando chegar?
-Fica tranquila eu vou chegar a tempo e se Deus quiser...

Dani sorri, pondo sua bolsa no ombro e saindo dda cafeteria onde trabalhava as pressas.

Ela anda aproximadanete 4 quadras com um sorriso enorme no rosto.

Em cada esquina um balão vermelho, um buquê de flores, um casal se beijando.
Nada muito fora do comum para um dia dos namorados.

Sabe aquele dia que as cores tem mais vida, hoje era um dia assim para ela.
Desde que acordou , sua alma sentia que hoje era um dia especial.

Mulher de 22 anos, independente, feliz e prestes a fazer, talvez a sua primeira loucura de amor.
E quando se trata do Jhonathan, seu namorado desdos 17 anos , ela não mediria esforços.

30 minutos depois estava tudo certo. Pontualidade.
Ela se auto avaliou pela câmera do celular e sorriu.
Seus cabelos loiros estavam presos em um rabo de cavalo no alto.
Seu Baton nude e maquiagem leve ao escondiam a beleza natural daquela mulher.

Uma mensagem chega e ela abre de imediato.
Era ele.

"Não vejo a hora de poder lhe encontrar meu amor."

"Nem eu meu bem... <3"

Bloqueou a tela do celular sorrindo...

A recepcionista do estúdio já a conhecia pelos dois últimos encontros ao longo desse mês e a levou ao seu chefe assim que o mesmo pediu para entrar com a cliente.

-Vejo que a senhorita não desistiu.-Aquele homem barbado detrás de uma grande mesa sorriu para ela.

Ele poderia assustar a primeira vista, mas era um rapaz legal e sua credibilidade ajudava a passar confiança.

-É claro que não. - O sorriso Largo é sinal que desistir estava longe de ser uma opção para ela.

-Espero que goste do meu trabalho.-Ele disse isso, indicando o local aonde ela deveria sentar-se.

Para se eternizar um momento ou sentimento e preciso ter coragem e era nisso que Daniele pensava, enquanto seu parceiro de loucura preparava todos os matérias.

Ela olhava para as centenas de fotos em uma parede. Eram inusitadas algumas, outras mais comuns.
Pessoas diferentes em cada fotografia, porém todas com algo incomun. O mesmo tatuador.
- Alguém já voltou aqui para tentar retirar ou sei lá fazer algo encima.
-Eu estaria mentindo ao dizer que não, pois sempre a um que se arrepende uns meses depois , mas o processo de remoção é caro e dolorosa, então acabam deixando...
-Entendi.
As mãos dela soavam.
-Nervosa?- Ele questiona.
-Um pouco...
-Quer beber alguma coisa? Dizem que ajuda.
-E ajuda?
-Não, mas da uma falsa coragem. Faz bem pra uns.
Eles riem.
Ações prévias feitas. O tatuar se aproxima.
-Quanto tempo estão juntos mesmo?
-Hoje faz 5 anos...
-Admiro a coragem de quem faz isso por amor... Ainda bem que esperou esse tempo todo para ter certeza.
-Sim, eu sempre quis fazer, mas nunca senti que era a hora, mas agora tenho certeza que é agora.
-Ele deve ser um homem sortudo.
-Eu sou uma mulher de sorte.
Ele se posiciona ao lado dela que sentada retira a sua blusa e abaixa um pouco a alça de teu sutiã.
A higienização é feita e um frio sobe a barriga dela.
-Sentirá um leve formigamento, que pode se intensificando na medida que vou fazendo. Qualquer coisa estranha me comunique. Certo?
-Tudo bem.
Ela sorri e ouvi pela primeira vez o som de algo que lhe deixará marcas eternas...

- Obrigado. Acho que não poderia ter ficado melhor.
Daniele admirava sua primeira tatuagem e primeira demonstração eterna de amor no espelho reservado aos clientes.
- Não a de que. Foi tranquilo.
Algo simples e bonito. Ele vai gostar.
-Assim eu espero.
Daniele simula um toque ao seu símbolo de infinito ligando o nome de seu namorado ao seu por cima de uma proteção e o teu celular toca.

-Me de licença.
-Toda!
-Oi Clara, eu acabei. Ele chegou?
-Dani...
-Que barulho é esse de sirene?
-Amiga, aconteceu um acidente ... O Jonathan. Ele. Amiga vem pra cá, por favor.

("A momentos na vida em que gostaríamos que fossem apenas o ápice de um pesadelo, mas depois de sentir o impacto, você não abre os olhos e sente a luz forte, você não sente a respiração voltar ao seu ritmo normal, você simplesmente fica perdido. Sem chão.
Esse era um desses momentos.")

Não diga Eu Te AmoWhere stories live. Discover now