Prólogo | Linkin Park

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— Leva Billy de volta, tá.

— Não! - ele se aproxima, sopra a fumaça na minha cara. — Eu não vou deixar você ficar correndo trás daquele idiota.

Era o que me faltava. Reviro os olhos afastando pra trás, o cheiro ruim da maconha estava impregnado nele me fazendo querer vomitar. Empurrou Blake e caminho pra faço o caminho até a saída da cada casa a passos largos.

— Qual o seu problema Alex? Você não gosta de mim? Eu só quero que você fique comigo - ele puxa meu braço me fazendo tropeçar. Seu hálito alcoólatra se mistura com a minha pouca respiração e me faz embrulhar o estômago. Eu não tinha nojo dele, Blake costumava ser legal, mas essa era minha opinião antes dele me arrastar em direção ao fim do corredor e tentar me beijar a força.

— Sai Blake, não estamos na mesma página, e você tá chapado - bato em sua mão fazendo a garrafa se despedaçar no chão. — Se liga.

— Você é vadia, o cara tá afundando em outra e você correndo atrás dele.

Uma risada amarga escapuliu de meus lábios, meu punho entrou no dele.

— Com quem você pensa que está falando seu babaca? – gritei dando outro soco no seu rosto. 

Mais que depressa corro pelo corredor em busca da saída, eu vi a hora que ele se levantou e veio cambaleando na mesma direção que eu.

— Billy, vamos embora - puxo-a pra saída.

— Calma aí Alex, o quê está acontecendo? Você está suada.

— Primeiro a gente precisa sair daqui. 

— Eu vi o Jay, ele estava muito chapado e saiu com sua moto.

— Com a minha moto? Billy por quê você deu as chaves pra ele sua idiota? - perguntei balançando as mãos no ar. 

— Desculpa amiga, ele chegou dizendo que você estava pedindo. 

Passo as mãos pelos cabelos impaciente. Quê droga de noite é essa? Primeiro o cara que estava saindo some com qualquer uma, e pior, com a minha moto. Depois eu estava sendo perseguida por um bêbado, obcecado por mim que não entende o que significa a palavra "não".

— Você vai atrás da minha moto depois, se vira. Agora vamos sair daqui antes que...

— Billy saia de perto dela! 

Ouvimos gritar do meio da multidão, virei-me pronta pra descarregar toda raiva e frustração que estava sobre mim naquele loiro patético, mas em vez disso eu petrifiquei. As pessoas ao redor começaram a gritar e correr, meus olhos vagava dele ao revólver e vice-versa.

— O que você está fazendo? - Billy, completamente inerte aos últimos acontecimentos se põe entre nós dois. — Abaixa isso Blake, você fumou merda?

— Saia daí ou eu vou atirar em você também - ele gritou caminhando de vagar ao nosso encontro.

— Billy, eu vou correr - sussurro no seu ouvido.

— O quê está acontecendo aqui? Será que dá pra vocês falar alguma coisa? - ela segura meu pulso sem tirar os olhos de Blake.

— Você sabe Billy, ela é a Alex, a mulher da minha vida e nós vamos ficar juntos. Mas ela é uma piranha que só quer o Jay porque ele tem o troféu, ele é tão rico como ela.

— Tudo bem Blake, abaixa isso e vamos conversar como pessoas civilizadas.

— Não tem ninguém civilizado aqui sua idiota - ele começou a gritar completamente descontrolado. — Você só tem uma escolha agora Alex. Ou você vem comigo, ou você não saí daqui respirando.

Engoli em cego, essa foi minha única e mais discreta reação. Ele tinha o dedo sobre o gatilho e agora estava a centímetros do meu rosto, seus olhos queimavam como brasas de fogo, e suas mãos deslizavam pelo meu corpo. Foi aí então que eu ouvi a voz do papai depois de três anos sem vê-lo.

— Você não é uma vadia, você é esperta e corajosa. Fuja enquanto sua coragem ainda está em você porque fugir é sempre mais fácil. Corra Alex!

Eu olhei o cano do revólver, e sem raciocinar bem eu dei um soco no ombro de Blake fazendo a arma cair no chão. Falei "três" e Billy correu no sentido contrário do meu. Eu estava a uns vinte três quilômetros da minha casa, mas se eu tivesse sorte poderia encontrar alguém na estrada. 

Naquele momento, sozinha no meio da avenida, eu corria desesperadamente. A chuva londrina chicoteando meu corpo, meus coturnos batendo bravamente contra as poças de água, minha mente só me motivava s correr e não ficar nos pulmões clamando por respiração.

"Para de sair com esses cretinos, você vai enfiar o pé na lama ainda." As palavras de Geórgia Schelb são como castigo nesse momento, o quê eu não precisava era da voz dela justamente agora esfregando meu fracasso na minha cara.  Mas tá bom mãe, eu estou encrencada, porém nenhum vagabundo colocou as mãos em mim. Eu sou vacilona por não ter acabado com qualquer gracinha de Black antes, mas olha pra mim agora, eu corri quase uma maratona e com certeza perdi uns quilos, você não acha? Eu não sou tão gorda agora, só espero estar com o coração no lugar quando deitar na minha cama.

Antes Que Não Haja Amor Where stories live. Discover now