2- Luke's arms, my protective wall ✥

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✥ Ouçam a Beside You dos 5SOS enquanto lêem :)

Entrei para dentro do carro tentando assimilar a realidade. Impossível...

O meu pai, aquele homem forte e atraente, com um sorriso lindo e confortante, estava... morto. E eu nem tive oportunidade de me despedir dele, como é que ele foi tão injusto? Como? Porquê? Porque é que nos fez isto? Ele disse que nos amava repetidas vezes. Como é que ele foi capaz de nos abandonar, e deixar-nos apenas um estúpido diário nas mãos?

Berrei e gritei dentro do carro. Quem passasse tomar-me-ia por louca. E se calhar até estou. Sinto algo que nunca pensei sentir, talvez um misto de emoções, das mais tristes e insuportáveis emoções que se poderia sentir. É como se o meu órgão vital tivesse sido arrancado brutamente de mim, e agora estava sendo espezinhado, maltratado de todas as maneiras possíveis e eu nada poderia fazer para evitar essa dor, para além, de pensar na minha mãe, e nas minhas irmãs em casa, o quanto devem estar a sorrir, andando de um lado para o outro, pondo a mesa, ou acabando a sobremesa passando os dedos na tijela onde estaria a massa para o bolo de chocolate; isto tudo enquanto se preparavam se para a chegada de alguém que ela simplesmente nunca mais verão.

E foi aí que percebi o pesado e triste cargo que me tinha sido adquirido, contar lhes o que se passou, sem eu própria saber o que se passou, apenas que para nós apenas ficara um pequeno caderno que outrora fora preto, mas que com o passado dos anos adquirira tons meio acastanhados.

Ao lembrar-me delas recompus-me. Por mais que me custasse teria de ser forte, ou pelo menos para o que se sucederá a seguir. Olhei pelo retrovisor e vi os meus olhos completamente vermelhos, e aquele meu olhar azul estava agora bastante confuso. Peguei naquele diário e pu-lo dentro da minha mala bege. Rodei a chave da ignição e voltei a fazer o mesmo caminho que tinha feito horas atrás.

Desta vez o silêncio reinava sobre o carro. O rádio, depois de sem medir as emoções, o ter esmurrado, continuava sem produzir som algum. Começara a chover, e ao mesmo tempo que a chuva se ia intensificando o meu choro imitando-a, era cada vez mais abundante toda vez que me tentava lembrar da sua voz, do cheiro do seu perfume, do seu sorriso, ficando frustrada por notar que devido aos anos, alguns detalhes seus, iam deixando a minha memória. Respirei fundo antes de entrar na garagem. Depois de trancar o carro, enquanto os meus convers iam pisando a relva por aparar, dirigia me a casa, enquanto abundantes gotas de água caiam sobre mim. É interessante (não é) notar como estava o tempo quando saí de casa. Um sol que sem qualquer vergonha, que se expunha, excluindo a ideia de alguma nuvem aparecer.

 Respirei fundo várias vezes antes de rodar a chave e abrir aquela grande e pesada porta.

Ouvi vários passos na minha direção. Ainda não sabia como os encarar, por isso limitei me a ficar com a cabeça baixa. Mas ao ouvir alguém proferir o meu nome, levantei a face, encarando quatro caras olhando me com muita ansiedade. Ansiedade que se foi ao se darem conta do meu estado. 

“Aleisha, querida...?” Inquiriu a minha mãe com algum receio.

Penso que a Anna percebeu logo porque vi os seus olhos brilhantes, sinal de que iria chorar. Ela era a única que tinha conhecimento daquela conversa que naquele momento me parecera estranha e absurda, mas que agora percebia que fizera todo o sentido.

“Eu, humm... o pai...” disse gaguejando freneticamente sem saber como explicar, enquanto algumas lágrimas teimosas tentavam a todo o custo se expor.

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⏰ Last updated: Oct 11, 2014 ⏰

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