31. Tela de Bloqueio

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Harry quase caiu para trás e Sirene me olhou assustada.

─ Ora, ora, o que temos aqui... ─ Voltei a falar e coloquei minhas mãos na cintura.

No mesmo instante, Harry, antes agachado, levantou-se de sua posição e virou para mim. Pude notar que havia deixado meu marido sem jeito e com as bochechas extremamente coradas. Ele se encontrava constrangido, fazendo com que eu sorrisse para mim mesmo.

─ Vamos, hm, preparar o café? ─ Harry tentou desviar do assunto de forma fracassada, visto que só dei risada com aquilo.

─ Então quer dizer que gosta de Sirene? ─ Não deixei que aquele assunto morresse. ─ Gosta de Sirene, hm? Se quisesse esconder isso de mim por mais tempo, deveria ter escutado eu me aproximar. Como era aquilo mesmo... Eu gosto de cachorros, só não gostou dos seus cachorros. ─ Imitei-o. ─ Uma merda!

─ Ok! ─ Disse derrotado. ─ Eu gosto de Sirene, yeah? Agora será que podemos começar a fazer o café da manhã? Eu tenho que trabalhar daqui a pouco...

Harry estava tão constrangido que tive de dar risada internamente.

Eu gostava de vê-lo assim, pois dava margem para que eu o provocasse.

─ Eu não vou deixar você esquecer isso tão fácil. ─ Ameacei e então olhei para a minha cachorra. ─ Sabia que ele andava por aí dizendo que não gostava de você? ─ Sirene latiu uma vez. ─ É verdade! Dá para acreditar? Na sua frente, Harry é todo bonzinho, mas por trás está aí falando mal para todo mundo. Eu não deixava, Sirene... ─ Harry começou a se aproximar de mim e tive de entortar meu corpo para poder ver a minha Sancho Pança melhor. ─ Eu não deixava...

─ Ok. Você já está se enrolando.

Harry estava extremamente próximo de meu corpo naquele momento.

Fitei-o com a expressão confusa tentando compreender o que se passava.

Será que ele poderia se distanciar um pouco?

Não era ele quem queria ser só o meu amigo, afinal de contas?

Além disso, eu não desejava que minha pressão abaixasse apenas por estar próximo dele.

Não mesmo.

Nope.

Imagine se tenho uma vertigem?

─ Venha. ─ Ele então segurou meu braço com delicadeza e começou a me levar para perto do fogão. ─ Vou ensinar você.

Sirene latiu mais uma vez, pôs a língua para fora e balançou seu rabo de um lado para o outro toda contente, fazendo com que eu revirasse os olhos.

Ele me deu um fora ontem, Sirene, pensei comigo, não fique muito animada.

─ Pra que tudo isso? ─ Perguntei estranhando, assim que vi a grande quantidade de ingredientes dispostos na bancada ao lado do fogão.

─ Para fazer o nosso omelete. ─ Harry explicou enquanto permanecia parado bem ao meu lado e ainda roçando seu braço no meu.

Por Deus! Eu queria manter a minha sanidade intacta, mas aquele cheiro incrível de seu perfume insistia em tomar conta de cada poro meu.

Quase levantei os braços para o céu, esperando que o universo me levasse embora.

─ Deve ter até canela aí no meio. ─ Zombei.

─ E tem. ─ Ele falou com um sorriso de covinhas. Aquele maldito sorriso de covinhas. ─ Vamos fazer uma panqueca com recheio de banana e canela.

Strange Destiny (Larry Stylinson)Where stories live. Discover now