- Capítulo 16 - Um falso e assassino Jime

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Ao atravessar o arco, as paredes não se desfizeram, como nos arcos anteriores. O lugar continuava o mesmo. Nenhuma pedra sequer estava diferente. Até mesmo o arco em si parecia estar intacto.

— Ali — Roky disse. Ela apontava para um trono que emergia do chão. — Está vazio!

O ar ficou frio. Tudo em volta parecia congelar aos poucos. Um panapanã de borboletas azuis emergiam junto com uma forma humana, ao lado do trono.

— Ana! — Max disse. Ele ai correr em sua direção, mas Roky o segurou.

Não era Anabell que estava em meio as borboletas. Oliver conhecia bem aquele rosto. Albert Evans a encarava, mas dessa vez ele não estava sorrindo e dizendo "Eu te amo minha filha".

— Pai?! — Oliver disse. Albert não respondeu. — Isso... isso não é possível. Você morreu — ela continuou, e então tudo veio a tona. Era óbvio que seu falecido pai ia estar ali. Eles estavam no arco da morte.

O pai de Oliver deu um sorriso caloroso para a filha. Em seguida sua imagem foi substituída pela da senhora Blood. Ela sorriu bondosamente para todos. Lágrimas escorriam pelos rosto de Oliver e Savanna. A mãe de Jime apareceu assim que a vovó Blood sumiu. Jime sussurrou alguma coisa que ninguém escutou, e sua mãe também sumiu.

Foi a vez de Max e Roky chorarem. Um casal surgiu no meio do panapanã. Era o mesmo casal do quadro, na casa deles. Só que dessa vez seus olhos não estavam sem expressão, um brilho vivo emanava deles. Assim que imergiram de volta no panapanã, uma mulher surgiu.

— Mamãe — Roky disse em meio as lágrimas. Ela tentou alcançá-la, mas as borboletas sumiram, levando a sua mãe junto.

— Então é isso que a morte faz? — Savanna disse com pesar na voz — Leva as pessoas que amamos, e nos impede de alcançá-las.

— Infelizmente sim — Roky disse — Mas mesmo que nós destruíssemos toda essa torre, nunca traríamos de volta. A morte é o preço pelo pecado de adão. Não há volta.

— Vamos! — Max disse — Esse lugar está brincando com nossos sentimentos.

— E pra onde vamos? Se eu intendi a saída dos arcos só aparece quando a gente luta ou demonstra nobreza — Roky disse. Oliver lembrou de como havia oferecido comida para o garotinho no primeiro arco, aquilo não foi um ato de nobreza. Foi piedade, e ela sabia mai que ninguém que pena era algo horrível,

— Eu não sei — Max rebateu. — Mas se ficarmos aqui, outros mortos podem aparecer!

Eles seguiram sem rumo pela torre. Não dava para voltar pelo arco que os trouxe, e a saída não apareceu.

— Temos que vencê-la — Oliver disse. Ela estava sentada no chão. Suas feridas não pareciam se curar. Fosse o que fosse, aquilo que estava na flecha ia matá-la lenta e dolorosamente — Temos que vencer a morte.

Todos a olharam como se ela fosse louca, mas aquilo já era algo normal.

— E você conhece uma forma de vencer a morte? — Savanna perguntou. A preocupação em seu olhar era evidente. Oliver sabia que a amiga iria fazer tudo para ajudá-la, e suspirou aliviada com aquilo.

— Sim — Jime disse — Eu sei, você só pede vencer a morte vivendo.

— Isso me parece um pouco óbvio demais não acha? — Max disseram

— É sim, mas não temos nada melhor, temos? — o garoto Jime — Oly aguenta firme, nó vamos dar um jeito okay?

Oliver apenas assentiu com a cabeça. Ela já estava começando a enxergar pontinho negros, que dançavam em sua visão. A cada minuto que passava a dor aumentava, mas ela não se arrependeu de nada. Não se arrependeu de ter levado a flechada por Jime. Ele faria o mesmo por ela. Não é mesmo?

Oliver e os Segredos da Torre - COMPLETO ✍✔✔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora