Por debaixo do Véu

Cap 2- Surpresa de família...

- Alô? - Atendi o celular um pouco nervosa. Doug segurava minha mão, tentando passar calma.
- Oi Jennifer! - Sua voz sempre sarcástica. - Como vai?
- Muito bem, até você resolver me ligar. - Disse tentando parecer corajosa, mas estava com medo.
- Que isso irmãzinha? - Disse e parecia que eu via o sorriso irônico em seus lábios. - Não sentiu saudade?
- Fala logo o que você quer, Justin. Tenho coisas para fazer.
- Tipo o que? Se pegar com seu namorado? - Nesse momento meu queixo caiu e eu olhei pra Doug com a mão na boca.
- Do que está falando? - Tentei me fazer de desentendida. - Botei no viva-voz pra Doug escutar.
- Eu voltei Jennifer, e agora estou por todos os lados. Estou te observando desde segunda.
Eu e Doug nos olhamos surpresos e ele puxou o celular da minha mão.
- É o seguinte Justin. Some, se você fizer tudo que você fez de novo com a Jennifer, eu vou atrás se você! - Doug disse gesticulando e olhando pelas janelas pra ver se Justin estava mesmo por perto.
- (risada exagerada e irônica). Olha Douglas, não tenho medo de você, mas você vai acabar tendo de mim! - E desligou.
Meu coração de disparado começou a parar aos poucos, e minha pressão abaixou, minha cabeça girou e eu quase desmaiei.
Só vi Doug correndo pra pegar sal, mandou eu pôr embaixo da língua e eu dei uma melhorada.
Você deve estar se perguntando o que houve, então deixa eu contar do começo.
Eu e Justin somos irmãos gêmeos, sempre fomos unidos, apesar de Justin sempre ter sido meio problemático.
Depois que acabamos o ensino médio, viemos para Califórnia juntos. Era muito bom ter a companhia dele, ainda mais porque tinha dificuldades em fazer amigos, e tinha deixado alguns para trás.
No começo foi tudo normal, aí eu conheci Doug, nós nos gostamos e começamos a namorar. Aí que tudo começou a ficar estranho. Justin odiava ele e sempre tentava arrumar brigas sem sentido.
Um dia eu e Doug estávamos estudando, ele não tava em casa ainda. Tentamos estudar antes do horário dele chegar da academia, só que nesse dia ele chegou antes. Abriu a porta e estava com um buquê de flores na mão, quando viu Douglas, partiu pra cima dele, e eles começaram a brigar, só pararam quando entrei no meio, Doug foi embora depois de muita insistência minha, e Justin entrou pro quarto e não saiu mais.
No outro dia, algo mais estranho. Estava dormindo e senti um braço na minha cintura, uma respiração na minha nuca e um corpo muito colado no meu. Acordei virando pro lado, achando que poderia ser Doug, mas era Justin. Ele sorriu e me beijou. Levantei correndo assustada e liguei a luz. Gritei: " O QUE É ISSO? TA FAZENDO O QUE AQUI?". Aí ele disse algumas coisas como "fica comigo, eu te amo, sempre te amei", eu só sacudia a cabeça e me afastava dele. Aí ele tentou me agarrar, e eu tentava me soltar. Ele chegou a tirar meu short de dormir, e me jogar na cama, mas eu consegui bater nele e sair correndo. Eu corri em direção a casa do único conhecido que tinha: meu namorado.
Quando cheguei toquei a campainha várias vezes até Doug, por sorte não seus pais, aparecerem na porta, o abracei e comecei a chorar, depois de entrar e explicar o porque estava de calcinha, Doug ligou pra polícia, só que adivinha? Justin tinha sumido, desaparecido, evaporado.
Nos dias seguintes, eu fiquei recebendo umas mensagem aterrorizantes, como "você vai me pagar por ter me machucado", "eu te amava, agora você vai morrer".
E quando o acharam, ele ficou internado numa clínica de malucos e meus pais me falaram que não deixariam isso acontecer de novo, que manteriam ele longe de mim...
Depois de irmos pra casa (eu e Doug), tomamos um banho e depois de comer uma pizza que ele tinha pedido, fomos deitar pra dormir. Só que obviamente não consegui dormir, então fiquei a noite inteira em claro. E quando amanheceu, que o relógio anunciou que já eram 9:00h, eu levantei.
Me arrumei e só depois Doug acordou, ele sempre acorda 9:30h, porque vai de carro e se arruma em 20 minutos. Doug comeu um biscoito e eu não comi nada, muito difícil eu comer de manhã. No caminho pedi pra ele passar na cafeteria, precisava de um café.
Chegamos na escola 10:10h. Dez minutos atrasados, mas beleza.
Entramos pra sala e já tava tendo prova, depois da prova, (que por acaso devo ter me dado mal), saí pro intervalo e fiquei no jardim, que é um dos meus lugares favoritos, o outro é o banco do corredor.
Abri o livro que estava em minhas mãos, havia pego no meu armário. Comecei esse livro semana passada, já era pra eu ter terminado, mas veio a semana de prova e eu mal consegui tocar nele. São 400 páginas, to na 230.
Comecei a ler, mas uma voz me interrompeu de primeira.
- Oi Jennifer! - Parecia meia brava, mas também magoada.
- Oi Jenny. Como vai? - Quis parecer simpática.
- Como eu vou? COMO EU VOU? - Jesus, ela gritou exageradamente alto.
- O que? O que foi? - Franzi o cenho. O que essa garota queria?
- Você não retorna minhas ligações, ignora minhas mensagens. Sempre te chamo pra sair e você nada. Qual o problema comigo? - Nessa hora todos já olhavam para o escândalo que ela tava fazendo.
- Não tem problema nenhum..., é só que...- Tentei terminar, mas ela me cortou.
- Só que o que? Sou feia, pareço chata? Quero saber!
- Você não tem problema algum Jenny, só não tenho tempo pra ficar saindo todos os dias, eu estudo e trabalho aos finais de semana, quando você me chama, estou ocupada.
- Eu tentei ser sua amiga, tentei ser legal e não rolou, então você acaba de ganhar uma inimiga. - E saiu andando.
Nunca tive uma inimiga, quer dizer, não nessa escola. Não ligo pra isso, não tenho nem amigos, nem inimigos. Quer dizer, tenho amigos, só nenhum da minha idade. A minha única amiga tem 25 anos.
O final das aulas foi um saco, e olha que dificilmente acho uma aula chata.
Saí da escola e Doug me levou em casa. Ele não pôde ficar comigo, porque disse que sairia com seus pais, até me chamou, mas eu não estava afim.
Quando cheguei, joguei sapato para um lado e bolsa pro outro.
Deitei no sofá e coloquei "Todo mundo odeia o Chris".
Depois de assisti uns dois episódios, peguei no sono, estava um caco por não ter dormido a noite.
Acordei apenas com a campainha berrando em meus ouvidos, aí que descobri que estava com dor de cabeça.
Abri a porta meia lesada de sono, e meu queixo caiu.
- Justin? - O olhei surpresa, mas também com nervoso e medo.
- Olá irmã!
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Olá gente. Ta aí mais um capítulo. Se estão gostando, deixem sua estrelinha e se quiser comentar, fique a vontade!!!