Capítulo 23

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Vou seguindo a menina de cabelos loiros até uma parte do jardim, onde tem várias flores.

Ela vai até um roseira, e se abaixa, começando a tirar algumas.

- Você gosta? - ela pergunta me estendendo uma rosa, ela é uma garotinha legal, diferente da tia.

- Claro, você também pelo visto, qual são suas flores preferidas? - pergunto me abaixando também, e a ajudando a pegar mais.

- Rosas - ela diz com um sorriso inocente.

- São as minhas preferidas também - digo me lembrando de quando era pequena, e fui em uma floricultura com meu pai, para escolher um buquê para minha mãe.

Lembro que eu gostei tanto das rosas, que praticamente obriguei meu pai a comprar um buquê pra mim também, e quando cheguei em casa, coloquei no criado-mudo ao lado da minha cama.

- O que vamos fazer com as flores? - ela pergunta com sua vozinha de criança, e um monte de flores na mão enquanto olha pra mim.

- Hum...não sei...- respondo tentando pensar em algo, acho que já sei o que vamos fazer.

- Já sei, que tal a gente colocar num vaso e deixar em cima da mesa de jantar? - pergunto animada enquanto me levanto.

Passo as mãos na minha roupa para tirar a terra, que ficou na mesma, e pego as flores que deixei do meu lado com uma mão.

A meninina que mais tarde eu precisarei perguntar o nome, começa a correr em direção a casa, me deixando para trás.

Corro atrás dela, até que ela para subitamente, aparentemente me esperando.

Chego até ela, e me curvo um pouco, tentando recuperar um pouco de ar, que foi perdido com essa pequena corrida.

Me levanto, e me preparo para caminhar, vou seguindo em frente e sinto uma mão tocar a minha.

Olho pro lado encontrando a menina, sorrindo pra mim, enquanto andamos ela aperta minha mão.

Chegamos a cozinha, e começo a ouvir alguns gritos, a filha de Henry corre em direção às escadas, me deixando sozinha, vou me aproximando devagar da sala, o lugar de onde vem os gritos.

- Você tem que deixar isso pra lá, já faz muitos anos que isso aconteceu - uma voz de mulher diz gritando para alguém, só pode ser Branca, mas com quem ela está falando?

Me aproximo mais da sala e me escondo em uma parede próxima, tento ouvir mais da conversa, o que não é difícil, já que eles estão gritando.

Espio um pouco e vejo Henry passar suas mãos pela cabeça, ele parece nervoso.

- Eu não vou esquecer, até que ele pague por tudo o que ele me fez - Henry diz apontando pra Branca e depois para o nada.

Vejo Branca suspirar e acentir com a cabeça, enquanto pega sua bolsa em cima do sofá.

- Tudo bem então, vá fundo nessa sua vingança, só não envolva Ellouise nisso, ela não merece, já basta ela ter um pai ausente, não quero que ela sofra mais ainda. - ela diz por fim e começa a gritar por Ellouise.

Vejo a filha de Henry descer, e pelo que pude constatar, ela deve ser Ellouise.

Só não consigo entender, o que a menina tem a ver, com uma possível vingança de Henry.

- Onde você vai? - Henry pergunta ao ver Branca sair com sua filha no colo pela porta da frente.

- Como sempre se esqueceu que ela tem uma consulta de rotina hoje. - ela diz se virando para Henry antes de sair, e revira os olhos, vejo Henry soltar um suspiro frustrado. O qual foi a resposta que ela precisava, ela logo desaparece do meu campo de visão, ao passar pela porta.

Um Sequestro Que Virou AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora