Prólogo

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Não acredito em destino no sentido de que independente das minhas ações determinada situação iria acontecer. Não, na verdade eu acredito que cada decisão que eu tome pode resultar em diferentes conclusões. E esses resultados podem mudar minha vida completamente.

Era uma quinta feira ensolorada e tudo tinha dado errado desde o momento em que acordei. Eu deveria acordar cedo para ir ao trabalho, mas mesmo que o despertador tocasse diversas vezes, como ás 7h, ás 7h30min, ás 8h, ás 8h30min, não conseguia acordar. Quando finalmente deu 9h, dei um pulo da cama.

Eu sou muito preguiçosa de manhã e precisaria acordar mais cedo para dar tempo de fazer tudo, por isso coloco diversos despertadores. Mas como sempre, não foi dessa vez que eu consegui. Levantei, fui ao banheiro, depois fui em direção á cozinha tomar café da manhã, banana com canela e mel, porque tinha acabado o pão. E um copo d'água, não costumo tomar café ou chá pela manhã. Tomei o café da manhã e voltei para o quarto. Vesti minha calça jeans, mesmo fazendo um calor da porra, e uma blusa leve com a manguinha bem curta e para finalizar, minhas havaianas preferidas. Não costumo me maquiar em dia de semana. Saí de casa já eram 10h.

A distância que eu faço todos os dias é do Recreio dos Bandeirantes a Penha. Como ainda não possuo habilitação, tenho que ir de BRT, o que leva 1h30min ao todo, quando de carro apenas levaria 40 minutos. Peguei o ônibus em direção ao terminal Alvorada e desci. De lá, peguei o BRT em direção ao Fundão para descer na estação da Penha. Enfim, parafraseando Murphy, se algo pode dar errado, dará. Não basta estar atrasada, depois de pegar esse BRT e chegar na estação de Madureira, manaceia, a locomoção parou e desligou o motor.

Para quem não vive no Rio de Janeiro pode parecer estranho, mas até que é algo normal de acontecer. O que aconteceu foi que queimaram um BRT mais para frente e fecharam todas as estações. Ninguém seguiria mais por lá. Mais tarde descobriria que foi um protesto dos moradores do morro por matarem um outro morador, Desceram pro asfalto e começaram a tacar pedra e queimar os veículos.

Enfim, esse não é o foco da história, o problema mesmo é que eu não conhecia outro caminho para ir ao trabalho. Liguei para a minha funcionaria que me indicou pegar o ônibus 721. Lá vai Bia, andar sozinha por um bairro que não conhecia catando esse ônibus, depois de encontrar o ponto de ônibus e esperar meia hora, finalmente o ônibus chega, mas como fecharam a passagem do caminho original, o motorista pegou um atalho por Rocha Miranda, para piorar, estava muito quente, como o sol na minha cara e o ônibus não tinha ar condicionado. Desfecho dessa situação, cheguei ás 13h quando deveria chegar antes de meio dia.

O dia seguiu normal, teria que sair mais cedo por causa da faculdade, que ficava na barra, e como todas as estações continuavam fechadas, peguei um UBER.

A real história começa depois quando voltava da faculdade, às 19h, peguei o BRT. Meu celular estava com problemas no touch screen então decidi levá-lo a loja da Apple no Village Mall para tentar consertá-lo. Depois disso, sai do shopping e fui em direção ao sinal para atravessar a rua com o objetivo de pegar o BRT de novo voltando para casa e foi aí que aconteceu. 

Olhos cor de melOnde histórias criam vida. Descubra agora