Como Tudo Começou

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   Karen Fadel. Eu mesma.
É clichê começar uma história no estilo "cinquenta fatos sobre mim", não é? Ainda mais para mim que não tenho Leão em nenhum lugar do mapa astral, se é que vocês me entendem...
Mas aqui vai um pouco sobre mim.

Me chamo Karen, tenho dezenove anos. Sou de Nova Iguaçu - RJ, mas moro atualmente em Mesquita - RJ com minha mãe, padrasto e irmão.

Possuo muitos traumas de infância devido ao bullying que sofri quando pequenina por ser magra, feia e totalmente fora dos padrões medíocres que a sociedade impõe. Preciso dizer que estes traumas me perseguem até os dias atuais - não que me sinta feia, jamais. Pois tratei de melhorar minha aparência, e, hoje, posso dizer que sou uma jovem cheia de autoestima e de muitos amigos. Mas o que quero dizer é que estes traumas deixaram marcas na minha AUTOCONFIANÇA, e isso mais pra frente vocês entenderão.

Tenho uma ótima e péssima relação com minha mãe ao mesmo tempo, o que consequentemente acaba sendo uma das causas de diversos problemas da minha vida.
Meu genitor (pai biológico), me abandonou antes mesmo de me conhecer, deixando minha mãe na merda total - perdoem-me pelo chulo palavreado. Porém, nunca senti falta de uma figura paterna, pois quem sempre fez jus à paternidade foi meu querido avô, Sr. Virtulino, que atualmente está bem doente. Este homem é a razão da minha vida.

Vocês me verão falar bastante de minha tia, Aninha (é assim que a chamo sempre). Ela é como uma mãe pra mim, a qual sabe mais sobre minha vida do que minha própria mãe.

Agora que falei o necessário sobre mim, vamos ao que interessa.

[ Janeiro de 2017 ]

Fizemos a primeira viagem do ano à Cabo Frio, onde meu padrasto, Alexandre, possui casas de praia.
Fomos nós cinco: Alexandre, sua filha Clara, de 12 anos - a qual considero minha irmã de sangue, seu melhor amigo (Ricardo Rodrigues), Dougue (cachorro de Ricardo) e eu.
Minha mãe, Claudia, havia ficado em casa com Arthur, meu irmão de um ano de idade.

Quatro deliciosas horas de viagem.
Eu estava bem feliz por mais um novo ano o qual alcançamos com saúde e união; estava disposta a cumprir todas as metas que estabeleci para este ano e sigo cumprindo todas.

Estrada vai, estrada vem... curtindo minhas músicas no fone de ouvido - como sempre muito nostálgica, bá... uma ótima hora pra pensar na vida ou se imaginar em momentos bons, e, era exatamente isto que eu estava fazendo. Nada poderia estragar a vibe em que eu me encontrava naquele carro.

Decidimos então - como de costume - parar em um posto de gasolina para abastecer e comprar uns aperitivos, afinal, a viagem é um pouco longa. Assim fizemos.
Alexandre então estacionou e imediatamente entrou na loja de conveniências para comprar os lanches, enquanto ficamos no carro.
No aguarde, Dougue (cachorro de Ricardo) se inquieta...

— Ricardo, por que não dá uma volta com Dougue? Talvez esteja precisando fazer as necessidades. - Sugeri.

Ricardo olha para mim com um semblante de concordância, e ao mesmo tempo de encanto.

— Verdade, obrigada. - Responde Ricardo, já se retirando do carro com o cão.

Pensei estar enganada ao pensar que aquele olhar havia sido diferente, porém, ainda assim, aquilo não saiu da minha cabeça.

Minutos depois, meu padrasto chega no carro com os lanches...

— Ricardo, bora! - Exclama meu padrasto.

Olho para o lado e vejo Ricardo se aproximando do carro olhando para mim. Me constrangi na mesma hora. Peguei meu lanche, pus meu fone de ouvido de volta e segui pensando na situação; pensando no que poderia ter significado aqueles olhares dele, e, concluí que poderia ter sido por ele nunca ter me visto na vida, afinal, foi naquele dia em que nos conhecemos e, na correria da viagem, passamos rapidamente em sua casa para buscá-lo. Daí conclui-se que não houve tempo dele sequer olhar para mim.

Um Amor Impróprio (quase ao fim)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt