Achados e Perdidos

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A princípio pareciam murmúrios, então os murmúrios aumentaram e pareciam ser uma cacatua gritando, até que eu entendi que era a Agnes falando histericamente. Uma bola girou dentro de mim e sem ter aberto os olhos ainda, cuspi ela para fora. "Água..."

–Ah! Ela está viva, ela está viva siiim!!! – Reconheci claramente a voz da Agnes no meio da falação.

– Para trás, deixem ela respirar! – Alguém falou. Quando olhei para cima, eu estava cercada de curiosos e Agnes ministrava o circo.

– Eu fiquei tão preocupada, o que você estava pensando quando foi para o lago, você não sabe nadar!!! – Agnes me abraçava repetidas vezes como se estivesse recompensando uma vida de abraços. Na verdade, eu sabia nadar, eu cresci com um lago no meu quintal, mas desde aquele dia fatídico eu escolhi dizer que não sabia nadar para me poupar de explicar sobre a fobia de água e o motivo dela.

– Se o garoto aqui não tivesse te visto cair, nem quero dizer o que teria acontecido... – Agnes deu um abanar de mão quando se referiu ao garoto, que agora que estávamos falando dele, o percebi ajoelhado ao meu lado. "Eu cai no lago? "

–Por um tris e você já era. – Sua voz soou como uma sentença e não parecia ter alivio ali, mesmo assim era uma voz convidativa, algo atraente. Olhei para Agnes, talvez ela tenha percebido o mesmo que eu, mas minha amiga estava bem longe disso, sua atenção estava no pequeno grupo de curiosos que nos cercava, por outro lado o garoto continuava ali, me olhando quase curioso para mim.

– Eu já estou bem! – Falei enquanto ele me ajudava a ficar de pé. – Eu sei que está, só estou me certificando que tudo está em seu devido lugar, aproposito, eu sou Natan! – com a mesma mão que ele me ajudou a levantar ele balançou levemente pra cima e pra baixo quando se apresentou. – Eu sou Aiylla, mas pode me chamar de... – Ila?! – Ele completou minha frase.

–Não, não pode, só meu pai me chamava assim!!! – respondi um tanto enfurecida, quase gritando, não sei o que me deu, não fazia meu estilo, aprimorei por muito tempo a habilidade de engolir cada frase ressentida que forma em minha garganta. Natan pareceu indiferente a minha grosseria, ele sorriu erguendo levemente o lado esquerdo do lábio como se soubesse de algo e eu não, dei as costas para ele e segui deixando-o para trás.

–Ei, qual é, desculpa meu sem jeito... – Quando ele falou, passando próximo do meu ouvido e parando na minha frente, eu estremeci. Me senti péssima, ele tinha acabado de me salvar e eu estava sendo uma grosseirona esquisita.

– Tudo bem, não tinha como você saber... – olhei bem para seus olhos, queria que ele visse que eu falava a verdade. Tomei um susto. Os olhos dele eram uma mistura de verde com azul, não tinha nada a ver com turquesa, ok, não era a junção das duas cores, mas uma mixelania, eu conseguia ver o verde, mas também via azul. Quase me esqueci como é que se falava, tamanha minha surpresa, ele deve ter percebido por que de seu rosto brotou um sorriso límpido e perfeito.

–Obrigada por ter salvo minha vida! – disse por fim, sem conseguir encarar aqueles olhos exóticos por muito mais tempo e me concentrei em olhar para os meus pés descalços. "Perdi meu all star quando cai, só pode. "

– Não foi nada...e se me permite dizer, você deveria se calçar e vestir algo seco logo, está frio! – sorri concordando, levantando o dedo indicador como que para enfatizar minha observação, que ambos, tanto ele quando eu estávamos completamente molhados, mas achei que poderia soar sarcásticos demais, visto que ele só estava molhado por que resolveu me salvar.

– Sabe o que é, sou novo por aqui e seria legal ter alguém que também estivesse molhado dos pés à cabeça para me acompanhar... – eu ri, não resisti achei fofo.

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⏰ Terakhir diperbarui: Jan 12 ⏰

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