Quando você chega, uma participação é suficiente. Depois mais participações, depois um gol, dois. E quando você não faz nada, algo está errado.

O que mais me pressiona nisso tudo é que o espaço para erro parece não existir. Mas as pessoas esquecem que eu não sou sozinho, dependo de outras 10 pessoas fazerem um bom trabalho. E o detalhe disso é que eu sinto todas essas pessoas nas minhas costas. Suas ansiedades, suas vontades de conquista.

Assim que entrei no campo, comecei a me movimentar e tocar algumas bolas com Alonso, ja sentindo alguns flashes fortes sobre nós.

O destino tinha me colocado de frente para a Tribuna, então foi fácil vê-lo. Até por que ele estava rodeado de pessoas tirando fotos e provavelmente querendo autógrafos. Eu gostava desse momento da minha vida. Tudo era bem novo, eu queria ser solicito com todo mundo, não deixar ninguém pensar que eu estava sendo chato ou algo do tipo.

Seis meses depois eu já estava tão pressionado que não conseguia mais lidar com nada.

Eu sabia que ele estava olhando para mim, mas não dava para ver se era diretamente para mim.

Eu acho que mais queria que ele fizesse isso do que só tivesse ali para nos ver jogar.

Harry era muito bonito mesmo, e com certeza não demoraria muito para ele arranjar alguém para ele. Não o conheço então não sei como ele é, mas rumores dizem, vulgo Zayn, que ele é doce e incrível. Era primavera então a Arena não estava fria. Harry estava com uma camisa azul, com alguns botões acertos e um chapéu bege, que parecia se encaixar perfeitamente na sua cabeça.

E o sorriso

Um sorriso enorme e um entusiasmo jovem que eu queria sentir de novo, mesmo tendo a vida dos sonhos de qualquer pessoa.


Não consegui vê-lo aquele dia. Eu tive uma reunião com o time depois do jogo e acabamos não saindo de lá tão cedo. Mas quando eu o vi no vestiário no seu primeiro dia, me lembrei facilmente do sorriso que ele estampava no dia da minha partida. Por que era o mesmo.

Era doce e animado.

Eu queria não ser assim as vezes. Me colocando nesse tipo de situação como a de agora, onde estou dentro da banheira de Harry, com um cheiro de aromatizante que ele colocou em pequenos suportes com maderinhas dentro, alguns sais de banho e toalhas fofas para quando eu saísse.

Eu me sinto anestesiado. Assustado. Com medo.

Nunca me senti assim na vida.

Harry descobriu algo que eu escondia na parte mais escura de mim mesmo e essa sensação que ele agora sabe demais me corroe um pouco.

Os olhos dele não são como eu imaginava. Eles não foram julgadores, nem ofensivos. Eles só eram confusos, um pouco cansados.

Eu me sinto ainda mais estúpido por decepciona-lo.

Eu não consigo parar de chorar! Que merda. Calma Louis, respira. Você precisa ficar calmo.

Eu tenho tanto medo....de ficar ainda mais só. De agora ele ter um pensamento de mim que eu sou infantil e acho que alguns cortes no braço são para chamar a atenção. E está tão longe disso...tão longe...

Afundei minha cabeça na água, prendendo a minha respiração e por aquele tempo tentando esquecer as coisas que me incomodavam...tentando ficar quieto...

O ar começou a faltar nos meus pulmões e como todas as vezes eu quis continuar ali. Mergulhado, esperando que os meus tormentos se esvaíssem.

E eu senti os braços de Harry me envolvendo, como se ele estivesse ali, só o calor daquele momento que tínhamos passado na noite anterior e eu subi, respirando ofegante, por um momento segurando na borda do banheiro para que eu não me desequilibrasse.

GOALS (l.s.)Where stories live. Discover now