Parte 5 - Revolta

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- Eu gosto muito de pintar!

O sol na cozinha agora se fazia mais presente, fazendo a questão de aconchegar meu corpo num calor natural, a luz da manhã fazia Jungkook parecer ainda mais transparente. Eu sorri, cruzando meus braços, surpreso pelo interesse dele, algo que definitivamente não esperava, mas, de repente, fazia todo o sentido que Jungkook gostasse de pintar.

- Pintar? Que maravilha!

- Eu poderia fazer um teste ou algo assim para ser o pintor real?

Assenti com a cabeça, em resposta, seu sorriso gentil aumentou, se é que isso fosse possível, jurava que podia sentir em mim que ele estava radiante. E então, ouviram-se passos entrando na cozinha, virei minha cabeça para a direção do barulho, Jin vinha carregando uma bacia de batatas para a cozinha. Um risada descontrolada saiu de meus lábios assim que tomei consciência da situação do meu amigo.

Ele estava inteiramente vermelho, queimado do sol.

- Jin, mas o que... ?

Minha risada ainda saia descontrolada quando o Kim colocou a bacia sobre o balcão e me atingiu com um olhar tão quente quanto sua pele. Mas mesmo o olhar de reprovação não me impediu de gargalhar. Claro, eu já sabia o que havia acontecido, pois esta mesma situação sempre se repete (e em todas elas, a risada me falha e eu caio na gargalhada). Jin havia ido colher batatas na horta, e sem nem mesmo um chapéu.

- Rir da desgraça alheia é pecado, Jimin - Jin cerrou seus olhos, com raiva. Jungkook me acompanhava nas risadas de forma involuntária, afinal, a situação era realmente engraçada. Jin parecia uma pimenta.

- Aish! saiam daqui, vocês dois!

Eu e Jungkook nos retiramos da cozinha ainda aos cochichos incontrolados, que tiveram de parar assim que o fôlego nos faltava. Respirando fundo depois da pequena "crise de alegria" eu encostei-me na parede do corredor, segurando a barriga, pois a mesma doía pelos risos.

Meus olhos se fecharam, enquanto eu tentava guardar na memória aquele momento, assim como todas as vezes em que Jin se queimou do sol. Mas algo interrompeu meu transe, a voz de Jungkook se prolongava num grunhido de admiração. Meus olhos se abriram curioso para observar o que ele olhava, e foi só então que notei onde estávamos. No corredor dos quadros da família real, onde gerações e gerações de reis estavam retratados em consecutivos quadros.

Jungkook caminhava por este mesmo corredor admirado, o queixo entreaberto, os ombros relaxados e o olhar de admiração caminhavam junto à ele. Desencostei-me da parede e apressei meu passo para acompanha-lo, colocando as mãos atrás do corpo, observando as pinturas junto com ele.

- Nós ainda não temos um da nossa família - Comentei, prevendo a pergunta que imaginei que iria fazer - Talvez você possa pintar o dessa geração, é um trabalho importante.

- Eu não poderia, olhe estes detalhes! São tão perfeitos! Tão realistas! E além do mais...

E de um momento para outro, sua expressão tornou-se triste, talvez decepcionada, a cabeça balançou num ato debochado.

- Eu teria que saber escrever para pintar um quadro assim, todos eles tem o nome dos membros embaixo, eu não sei escrever nem mesmo meu nome, Jimin.

AmaldiçoadoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt