Green (AU L.S. OneShot)

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Cinza.

Uma cor que para muitos tem significado, sentido. A mistura perfeita do branco e do preto, luz e sombra em uma completa harmonia capaz de trazer paz, alegria, raiva e milhares de outros sentimentos apenas por ser olhada.

Cinza.

Para Louis o cinza nunca foi tudo isso.

Para o pequeno garotinho de olhos azuis assustados que deitava no colo de sua mãe em noites chuvosas, essa cor era a simples representação do medo. Era a paz dando lugar às trevas, pouco a pouco sendo tomada pela escuridão da amargura, tentando se libertar em forma de rajadas de luz pelo céu, fazendo um estrondo a cada colisão e atingindo brevemente a terra a cada tentativa de escape sem sucesso.

Para ele a chuva nunca foi um anjo tomando banho ou Deus chorando, muito menos os trovões sons de pinos sendo derrubados em um jogo de boliche celestial, como supunham seus amiguinhos da escola dominical. Ela era perversa. As nuvens escuras e carregadas traziam uma energia negativa para a pequena cidade de Doncaster, os sons tenebrosos vindos do céu só podiam significar que a paz e o caos estavam em um conflito perigoso bem acima de suas cabeças. E os raios? Ah, os raios, eles eram a pior parte. Mostravam que a luz nem sempre ganha, que a tranquilidade é pouca e frágil quando te acompanha desde sempre, mas que quando sai e retorna novamente pode não ser mais tão perfeita assim, a luz pode ferir os olhos e, até mesmo, queimar o tão precioso verde das matas que cercavam Don.

Cinza.

Para Louis o cinza agora não passa de cimento, concreto ou mais amplamente qualquer coisa que sua visão pode alcançar. Chega a ser engraçado para o garoto que antes vivia em meio ao mais belo dos verdes, agora se ver cercado por todos os lados pela cor com a qual tanto fantasiara na infância. Cinza.

Com o avanço cada vez maior da tecnologia e o alastramento dos grandes edifícios, pouco a pouco até mesmo cidades pequenas como a escondida Don se tornaram mares de concreto, miniaturas de florestas de arranha-céus onde as pessoas andavam em suas roupas sociais de um lado para o outro, sempre com o celular na mão e o pensamento nos afazeres.

Conforme os olhos azuis do garoto iam perdendo o medo em frente as tempestades e sendo cercados por todo o tipo de edificação da cor tão conhecida o jovem ia crescendo, amadurecendo.

Mas uma coisa que nenhuma eternidade poderia tirar dele era o apreço pelo verde, uma quase adoração pela natureza e o modo dela de ser, tentando surgir até mesmo nos lugares mais imprevisíveis, desafiando todo o cinza simplesmente para ser o que é: Viva.

Verde.

Louis passou toda a adolescência e poucos 4 anos de vida adulta sentindo falta do verde, da vida e de tudo de bom que ele trazia. Ele estudou e se formou, como tantos outros, tornando-se um arquiteto famoso no entanto, e atraindo ainda mais investimento para sua pequena cidade. Ou mais cinza, chame como quiser, ele sabe que não faz a mínima diferença.

Trabalhando em seu ramo da construção escolhido a dedo entre as mais diversas opções de curso, Tomlinson tentou ao máximo usar materiais alternativos ao concreto, talvez até mesmo recicláveis, mas no final ele sempre voltava para o cinza, como um ciclo que se repete, o maldito looping infinito da vida.

Isso até encontrar seu próprio pedaço de verde.

Essa coisa reconfortante não era um lenço, um prato, uma tinta ou uma encosta de lago repleta de árvores. Ele descobriu ao longo do tempo que esse verde e a paz que ele trazia poderiam o acompanhar em quase todas as situações: jantares, festas, dias preguiçosos, noites frustrantes de derrota, comemorações de vitória... O verde estaria consigo até o final dos tempos.

Também aprendeu que aquele pouco verde com vários tons diferentes era algo precioso, raro, mesmo parecendo tão comum aos desatentos. O verde o animava, o estressava, o divertia e o fazia ficar sem graça; o verde trouxe tudo de bom, como sempre.

Cinza.

Como eu disse, Louis vive em um ciclo infinito onde tudo começa em cinza e termina em cinza, sucessivamente. Porém, ele não se importava de encerrar o dia em um cantinho cinza se os olhos verdes de seu marido estivessem ali, o enchendo de vida.

"O verde é vida, Harry

Ele é esperança

Obrigado por ser meu verde

E não me deixar chorar nas tempestades, como eu fazia quando era criança

Por me abraçar e me dar seu coração

Por sempre querer o meu bem sem nenhuma cobrança

Um dia eu disse que o cinza era a pior coisa do mundo

Mas com você, meu pontinho verde, até mesmo o cinza é seguro"


Curto, mas acho que foi a melhor coisa que eu já escrevi ... O.o

O poeminha desconfigurou, culpa do Wattpad.

Sorry pelos erros e pela capa bosta, valew
Xoxo, Gaby

28/09 Feliz aniversário de casamento Larry Stylinson #4years. !!!!!!!

GreenWhere stories live. Discover now