Rizzotto, panna cotta e sorvete

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Terminamos o serviço da noite e sentamos para descansar um pouco, enquanto meu pai terminava de organizar as coisas, eu peguei meu "bebê" para ler as mensagens, tinham várias da Carol, desesperada tentando se comunicar comigo, resolvi telefonar para minha amiga que atendeu no segundo toque.

-Acho bom me dar um excelente desculpa por ter sumido Nat, que ódio de você.

-Eu perdi meu celular Carol, foi mal.

-Aaah, foi?E onde é que tava?

-Você não vai acreditar...- Fiz um resumo do que tinha acontecido a minha amiga, que só reagia um "hum" e "Ah..."

-Que houve Carol, perdeu a voz? Diz alguma coisa!

-Você precisa colocar senha no celular, Nat, até uma criança faz isso, mas você teve sorte, o cara devolveu o celular e ele é gato né?

-Vamos dar uma volta domingo.

-O que? Aiiiii que tudo, Nat, onde vocês vão ? Você já sabe o que vai vestir?

-Não sei direito... - Meu pai, fez sinal para o relógio estava mesmo tarde, tive que me apressar, mas ter aquela conversa perto do meu pai não seria legal.- Carol depois te conto tudo juro, amanhã você vai me ajudar na entrega das doações não vai?

-Ai que droga, claro que vou, você sabe, até amanhã, eu te amo.

-Também de amo.

Cheguei em casa e ainda pilhada, resolvi gastar energia , verificando as sacolas e caixas mais uma vez, esse ano tinha recebido bastante doações, Dona Sueli do lar de idosos iria ficar contente com certeza. Ela me conhecia desde que nasci, minha mãe sempre fez questão de ajudar o lar de idosos. Satisfeita e muito cansada deitei.

Olhei o meu celular e coloquei uma senha, esperava não esquecer minha própria senha, olhei as fotos da noite no "El Burito" e o vídeo que a Carol tinha feito, sorri do mico que paguei, pelo menos dessa vez não teve seguranças, loiras peitudas e clientes raivosos envolvidos, dormi e tive um sonho agitado, que não conseguia encontrar minhas chaves e tinha que revirar a casa. Acordei com o despertador tocando.

Encontrei papai e Laura conversando animados na cozinha, minha irmãzinha estava vestindo um macacão jeans e usava duas tranças, parecia mais nova e de repente senti falta dela pequena.

-Acordou a bela adormecida. –Meu falou pai sorridente, abracei-o de lado e tasquei um beijo nele.

-Nat, chamei a minha amiga Vanessa pra ajudar a gente tem problema?-Perguntou Laura.

-Claro que não, quanto mais ajuda melhor.

-Uhum...- Pigarreou papai fazendo sinal para Laura , que respondeu com uma careta, não consegui entender ,mas minha irmã falou.

-Nat, eu quero te pedir desculpas, sabe eu falei uma coisa idiota, eu não te odeio, eu sei que você faz tudo pra ajudar a gente e... eu te amo.- Falou colocando as mãos no rosto, envergonhada, assim como fazia quando era surpreendida rabiscando a parede, ou usando minhas maquiagens.

Não disse nada , apensas abracei a minha irmã, meu pai sorriu satisfeito, claro que aquilo tinha o dedo ou as mãos dele inteiras, sussurrei um "obrigada" e ele piscou pra mim.

Depois de tomar um café da manhã de princesa, com tudo que eu gosto e mais um pouco, a campanhia tocou, era Carol, com mais sacolas de doações que conseguiu arrecadar com os colegas de trabalho, agradeci a minha amiga , e a abracei.

Enquanto Carol filava um sanduíche na cozinha, a amiga de Laura chegou e era tão tagarela quanto minha irmãzinha, sorri , estava animada, meu pai, coçou a cabeça e disse resoluto que iríamos precisar dar mais de uma viagem até o lar de idosos, para conseguir levar tudo, mesmo com meu carro e de Carol.

Natal BrancoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora