Gts 10/10

A garota psicopata

>"quem é mya?"

>sorrio para o psicólogo

>ele não falava nada

>apenas me encarava

>e eu encarava ele

>ele me fazia essa pergunta há tempos

>eu queria saber quem era ela

>quem era essa pessoa que tanto influenciava na minha vida

>seus olhos pareciam mortos pela falta de esperança de que eu lhe desse uma resposta

>engraçado

>não havia som na sala

>não havia vida na sala

>ninguém falaria nesse jogo de dominância

>eu não queria falar, sabia que falar com ele era uma forma de submissão

>essa era a minha casa

>apenas ele entrar nela é um ato ofensivo

>aquele era meu espaço

>meu descanso

>minha sanidade

>e agora uma pedra de desordem a qual eu sempre tentei evitar estava dentro da minha sanidade

>isso me deixava louco

>eu não ia me submeter a falar com ele

>assim eu jogaria o jogo dele

>eu tinha que manter a minha postura

>ele também não falaria

>ele não se rebaixaria até mim

>sua posição mental, dita superior em sanidade o mantinha de pé

>ele não se deixaria dominar por mim

>nem se isso significasse ficar uma hora de terapia sem dizer uma única palavra

>seus olhos eram tão vazios quanto os meus

>eram portas fechadas, onde guardam um simples quadro

>nele está pintado quem você é

>por isso vejo psicólogos como artistas

>ou analistas

>eles entram e abrem a porta para ver o que há dentro, porém, você não sabe o que há

>e por isso eu os acho tão perigosos

>ele pode simplesmente entrar e pintar algo novo

>ele pode lhe dizer: há uma mancha preta

>então você mesmo pintará uma mancha preta em si

>então desde o começo eu e o meu novo amigo, Dr.Ricado tentamos atingir um ao outro

>buscando nas mentes um do outro, a porta que sempre está fechada

>a porta, que especificamente em nós nunca se encontrará aberta

>ou a porta certa em meio a tantas outras portas falsas

>acho que por isso que ele foi tão cauteloso comigo

>eu sei como ele tenta entrar

>eu estudei

>deixei ele entrar em diversas portas falsas