Capítulo Três - Castelos de areia podem desmoronar

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Minha vida não poderia estar mais perfeita, agora eu tinha um filho lindo que crescia forte e feliz, meu marido saiu da empresa onde trabalhava, para abrir uma loja de carros com um amigo dele. Eu ficava em casa cuidando do meu bebê.

Tudo parecia ir bem, os negócios pareciam que estavam dando certo e o Léo a cada dia que passava se tornava uma criança ainda mais preciosa.

Um dia o André entra em casa completamente transtornado:

- O que foi André? Por que está assim?

- Aquele crápula do Otávio, descobri que ele estava desviando dinheiro da loja. Filho da puta, quebramos o pau.

- E agora?

- Agora se eu quiser ter algo, terei que comprar a parte dele, ou voltar a trabalhar como funcionário.

- E o que você quer fazer?

- Sempre foi meu sonho esta loja, agora aquele filho da puta faz essas canalhices.

- Então fica com ela.

- Mas não tenho condições de fazer isso sozinho.

- Meu bem, estamos juntos nessa.

- Posso levar o Leozinho conosco, assim te dou uma força lá.

- E a casa?

- Pode deixar damos um jeito.

E assim, juntos, compramos a parte dele, fazendo um grande empréstimo em um banco. Ficava na loja boa parte do meu dia, um pouco antes das 6 da tarde vinha para casa com o Léo para preparar o jantar e nossa marmita do dia seguinte.

O começo foi muito difícil, ficamos apertados por muito tempo e após 3 anos de muita luta, a loja começou a nos dar retorno.

Nesta época carros estavam quase que valendo mais do que uma moradia, então conseguíamos tirar uma boa quantia para nossa família.

Quando o Léo estava fazendo 10 anos, nos mudamos para uma casa ainda maior, linda e completamente nova. Contratamos um arquiteto para fazer a casa do jeito que sonhávamos e ele fez direitinho.

Entrar naquela casa parecia muito mais do que um sonho realizado, parecia que conto de fadas era algo real e possível, pois só nestas histórias é que tudo dava tão perfeito.

Deixamos nossa antiga casa alugada, assim poderia nos render um pouco mais de dinheiro, uma segurança a mais.

Como tudo estava dando certo na loja, achei melhor me dedicar novamente ao meu lar e ao Léo, afinal ele estava tendo dificuldades na escola e se eu não ficasse no seu pé para estudar, ele não conseguiria seguir sozinho.

O André estava cada dia mais dedicado a loja, chegava tarde quase todos os dias, mas mesmo assim éramos uma família completa e feliz.

Nossos cafés da manhã pareciam cena de filme americano, todos reunidos a mesa, comendo e falando sobre como seriam nossos dias.

Tudo lindo e mais do que perfeito.

Até que...

Um dia o André chega em casa na hora do almoço, eu até me assusto pois ele dificilmente almoçava em casa.

- Meu bem, você aqui, que surpresa boa, por que não avisou que viria? Assim poderia ter preparado algo especial para nós.

- Lourdes, precisamos conversar.

- O que foi, está tudo bem? – seu olhar sério começa a me preocupar.

- Para mim sim, agora para você não sei se vai ficar...

Castelo de Areia | CONTOWhere stories live. Discover now