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Carter caminha pelos destroços de onde um dia de outrora havia sido uma pequena cidade. Prédios ruindo, janelas estraçalhadas, tetos desabando e com outras marcas das ofensivas, ainda abrigavam alguém.

Carter ouve um barulho de rádio e tem a pista que precisava.

Segue até onde o som o leva e encontra-a. Steyce ainda estava de olhos úmidos, em uma mesa empoeirada com uma garrafa de rum, onde ali fora um cabaré, em outros dias. Ela se vira ao ouvir os passos de Carter ao entrar no recinto, mas se vira e continua com suas lágrimas inevitáveis, limpando o canto dos olhos, o que já nem adiantava mais.

-O doutor Erskine disse que o soro não afetaria apenas os meus músculos. Que afetaria as minhas células! -Steyce fala, enchendo seu copo.

Carter caminha e puxa uma cadeira.

-Criaria um sistema protetor de regeneração e cura, ou seja, -Steyce, o encara. -Não fico bêbada! -Ela diz amarga.

Steyce vira o copo e engole o conteúdo, na esperança que ele a deixe com tanta dor de cabeça a ponto de esquecer aquela dor do coração. A dor da perda.

-Sabia disso? -Ela pergunta.

-O seu metabolismo queima quatro vezes mais rápido do que o de uma pessoa normal. Ele achou que talvez pudesse ser um dos efeitos colaterais. -Carter responde.

Steyce não responde. Não há o que se falar. Ela não queria falar!

Carter se sente tocado. Ele não havia passado por situações como aquela, nunca! Mas, com Steyce, sentia que sabia como conforta-la.

-A culpa não foi sua. -Ele fala.

-Leu o relatório? -Steyce responde com uma pergunta.

-Li. -Ele fala, depois de um tempo mudo.

-Então sabe que não é verdade.

-Você fez tudo que podia! Você acreditava na sua amiga? Você a respeitava? Então pare de se culpar. -Ele diz, com uma voz delicada, medindo as palavras para que não a machucasse.  -Dê a Barnes a oportunidade de ter uma escolha. É claro que ela sabia que você valia a pena.

Steyce assente.

-Eu vou atrás do Schmidt. -Steyce avisa. -Não vou parar até todos da Hydra terem morrido ou serem capturados.

Carter assente e estica a mão, pousando na dela.

-Não estará sozinha. -Ele diz.

Steyce olha a mão de Carter e em seguida direciona seus olhos para os dele.

*

Base secreta subterrânea britânica dos aliados...

-Johann Schmidt deveria estar num hospício! -Coronel Philips solta. -Ele se acha um Deus e está pronto para provar isso explodindo meio mundo começando pelos Estados Unidos.

Howina chega e tira seu casado, entregando a alguém. Logo em seguida ocupa seu lugar na mesa de reuniões, já lotada.

-Schmidt está trabalhando com forças além das nossas capacidades. Se ele cruzar o Atlântico, -Ela se ajeita, na cadeira. -Ele vai destruir toda a costa leste em uma hora!

-Quanto tempo temos? -Um dos soldados, parte da equipe de Steyce, pergunta.

-De acordo com o meu mais novo amigo, -Philips fala, se referindo a Zola. -Menos de vinte e quatro horas.

-Aonde ele está agora? -A ruiva corpulenta pergunta.

-A última base da Hydra, fica aqui. -Philips mostra a foto. -Nos Alpes. Cento e cinquenta metros abaixo da superfície.

-E o que vamos fazer? -O homem com traços asiáticos pergunta. -Não podemos simplesmente bater na porta dele.

Todos se entreolham.

-Por quê não? -Steyce fala pela primeira vez. Todas as cabeças se viram em sua direção. -É exatamente o que vamos fazer.

*

Steyce e sua equipe preparam um plano, e ela seria o primeiro peão a ir.

Ela monta na sua moto e desata até o território inimigo. Captura a atenção de vários soldados que a seguem. Eles atiram contra ela, acertando seu escudo, que ela mantinha nas costas.

Steyce seguia, armando emboscadas e conseguiu se livrar de todos os que a seguiam a um certo custo.

Ela chegou até o forte e usou o escudo para se defender. A moto, que a própria Howina Stark havia preparado e equipado com as melhores armas projetadas pela sua empresa, conseguiu fazer com que a garota invadisse o forte.

Steyce salta da moto que bate no portão e explode a lataria, ela se posiciona e começa a lutar com os soldados. Os joga um com os outros, sem nem medir força, mas dois deles usam lança-chamas, impedindo que ela avance.

Não demora muito para ser cercada e capturada.

Esse era o plano, afinal. Batendo na porta e na cara da Hydra.

*

Steyce é detida e presa. Os captores a levam até o interior da base, seguindo até uma sala, onde uma figura vermelha repugnante já a esperava.

-A arrogância pode não ser uma característica exclusivamente americana, mas vocês são melhores nisso que qualquer um! -Schmidt caminha até a garota. -Mas há limites para o que até mesmo você pode fazer, Capitã. Ou Erskine lhe disse o contrário?

-Ele me disse que você era louco. -Ela responde, petulante.

-Ah. -Ele imita uma surpresa. -Ele se ressentia da minha genialidade e tentou me negar o que era meu por direito. Mas a você ele deu tudo! Então... O que tornou você tão especial?

Steyce esboça um sorriso debochado.

-Nada. -Ela fala.

Schmidt range os dentes.

-Sou apenas uma garota do Brooklyn. -Ela dá de ombros.

Schmidt, já sem paciência, puxa o punho e o lança com toda a força, na mandíbula dela. Ela vira, sentido a dor lancinante. Ele dá-lhe outro tapa, e um chute no estômago. Ela perde o fôlego, contudo ergue a cabeça e o encara.

-Posso fazer isso o dia todo. -Ela fala.

-Ah, é claro que pode.  -Ele diz, e puxa sua arma da cintura e aponta para a cabeça da garota. -Mas infelizmente eu tenho pouco tempo pra isso.

Ganchos se prendem na encosta da montanha, bem na frente da janela da sala de Schmidt. Ele olha surpreso, pessoas se lançando com cordas em direção ao recinto.

-Eu também. -Steyce responde.

A equipe de Steyce invade a sala, estraçalhando os vidros. Eles já chegam atirando, enquanto Schmidt corre para fugir.

-Rogers. -A ruiva corpulenta chama. -Pode precisar disso. -Ela lança o escudo e Steyce o pega no ar.

-Obrigada. -Ela responde, já saindo à busca de Schmidt.

Continua....

****************
Ai, meu pai, tá acabando :(

Capitã América - A Primeira VingadoraWhere stories live. Discover now