Quarto 226

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O renomado escritor foi obrigado a descer de seu carro, caminhando pela rua dezoito... Ele sabia que ali por perto havia um motel e que ele poderia passar a noite lá, o saguão era iluminado apenas por alguns abajures. -Me desculpe pela iluminação! o lustre quebrou e mandamos para reforma. O escritor apenas sorriu indo para o balcão. -Não acredito! Você é o escritor de A FLORESTA NEGRA e BEIJOS A MEIA NOITE.

-Sim sou eu! Respondeu-lhe.

-Sou sua grande fã! ainda não pude ler A NUVEM DE MISÉRIA, mas assim que chegar na livraria da cidade vou comprar.

-Então a espera acabou. Falou o escritor tirando o livro citado da bolsa. -Fique com essa cópia se quiser autógrafo!

-Ficaria honrada! Então o que lhe trouxe ao motel? precisa de ajuda?

Naquele momento ele só queria descansar para fugir da tempestade, pois ainda teria um longa viagem pela frente. -Quero um quarto,  o mais barato possível não tenho muito dinheiro comigo. A mulher entrega a chave do quarto dois, dois, meia ele se despede fugindo para o quarto,  o cheiro de sexo predominava o local, velas foram acesas para amenizar o cheiro. Com o fogo da vela o escritor acende um Marlboro duas tragadas são dadas de primeira. Havia uma poltrona de couro perto da janela e lá ele se senta observando a chuva bater no vidro o bloco de notas em sua bolsa ajudava em preservar ideias para um próximo livro; Um curioso movimento de carros no estacionamento lhe chama atenção, sua mente começa a trabalhar  talvez escrever sobre uma fuga de carros poderia render uma história e tanto.

            MEIA NOITE E MEIA:

O escritor já estava dormindo, mas foi acordado com batidas vindas do banheiro. -Que merda. Falou ele quando acordou porém o sono não o permitia checar o que poderia ser. E elas continuavam incansavelmente, vencido pela insistência do som ele levantou abrindo a porta com arrogância, se acalmem não era nada de sobrenatural a descarga apenas disparou.

            UMA E MEIA DA MANHÃ :

 O som de tiros foram nítidos e pareciam ser do próprio cômodo, e novamente ele é acordado.

      DUAS E VINTE DOIS DA MANHÃ:

Ele já desistira de dormir sentado na poltrona outro Marlboro é tragado, do lado de fora da janela um fidalgo de asas negras como a noite pousa no para peito empoleirando-se ali. -Procura abrigo? E lá ficou o corvo as luzes dos faróis no lado de fora iluminavam as reluzentes penas negras do fidalgo formando a sombra de um grande pássaro embora a ave estivesse pequena tentando se aquecer. -Não é muito educado espiar alguém em um quarto de motel. Disse ele soprando a fumaça pelas narinas. -Não irá responder? devo me apresentar? Como se chama vossa senhoria? perguntou ele dando uma profunda tragada, o corvo bate suas asas duas vezes assustando o escritor que se engasgou até a morte com a fumaça.

A Mariposa: Canções para o Diabo.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora