Capítulo 2

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POV LAUREN

Não estava conseguindo prestar atenção nas aulas mais, só conseguia sentir vontade de sumir, ir pra algum lugar bem longe de todo mundo, ver se todo mundo me esquece, quem sabe seria até melhor que todo mundo me esquecesse mesmo, sou um fardo na vida de todos. Uma fraca. Isso que eu sou, fraca, não consigo nem me defender de um bando de babacas. Meu celular notificou uma mensagem e eu saí dos meus pensamentos.

Tay <3:

Laur, a mamãe ligou, disse que está chegando em casa hoje!

Você quer largar mais cedo pra esperar por ela comigo?

Era tudo que eu precisava agora, sair desse colégio e ir pra casa. Respondi a mensagem de Taylor, dizendo que sim, eu queria ir pra casa esperar pela mamãe com ela e ela respondeu que já havia avisado na coordenação, era apenas eu passar lá pra confirmar.

- Meninas, minha mãe chega hoje e a Tay me liberou pra ir esperar por ela em casa - falei arrumando meus materiais quando a aula de história acabou

- Mas Laur, você ta bem? Tipo, bem de verdade? - perguntou Normani e eu sorri fraco, assentindo de leve com a cabeça

- Promete que não vai pra casa se cortar Lo, por favorzinho - pediu Ally e eu suspirei. A lâmina era basicamente minha melhor amiga, eu já tinha tantos cortes recentes no braço que mesmo no calor, eu usava um moletom, para esconder as cicatrizes deles.

- Eu prometo que vou tentar, okay? - minhas amigas suspiraram e eu dei um sorrisinho pra elas. - Nos falamos no Skype, mais tarde?

- Claro, só não esquece, não gosto de ficar esperando - falou Normani e eu dei risada da pose que ela fez

- Até o Skype, Lo, depois te passo as coisas das outras aulas - falou Ally dando um beijinho na minha testa e sorrindo pra mim

- Até meninas, amo vocês - falei saindo da sala e indo direto para a coordenação, onde já tava tudo certo pra eu sair.

Fui pra casa andando mesmo, não era muito longe e eu podia pensar, pensar no quão bosta era minha vida e o quanto ela influencia na vida dos outros. Antes de eu chegar na vida da Normani e da Ally, elas não sofriam o que sofrem hoje. As vezes eu acho que sou uma máquina de sofrimento ambulante que só serve pra sofrer e fazer as pessoas que me amam sofrerem também.

Cheguei em casa, dei um beijinho na Tay e subi pra tomar um banho, tava com tanta coisa na cabeça que nem ouvi a Taylor me chamando e comemorando a volta da mamãe, apenas vesti um short folgado e um top, caindo na cama logo em seguida e apagando. Acordando umas duas horas depois e me animando com a presença da minha mãe de novo.

                  ****************

No dia seguinte me levantei e fui diretamente para o banheiro fazer minha higiene matinal, coloquei meu uniforme e moletom para que ninguém pudesse ver minhas cicatrizes, desci e fui em direção a cozinha.

- Bom dia pessoal, onde está a mamãe? - perguntei assim que entrei e encontrei meus irmãos e meu padrasto sentados na mesa.

- Saiu cedo Laur, você não vai tomar café da manhã com a gente? - Tay perguntou sem tirar os olhos do seu próprio prato.

- Não Tay, não estou com fome - dei um sorriso fraco para ela, que me devolveu um olhar preocupado.

- Por isso que você é pálida garota, não quero ligações da escola falando que você desmaiou ou algo assim, porque eu não movo um fio de cabelo para ir até lá - falou meu padrasto friamente, meu estômago revirou ao ouvir aquilo e meus olhos encheram de lágrimas, mas eu não ia deixar elas caírem, não na frente dele, sai de lá sem nem olhar pra trás.

Fui andando para o colégio pensando no que meu padrasto tinha falado, ele me trata daquela maneira, mas eu o amo, só pelo fato de ele fazer minha mãe feliz.

Entrei no colégio e avistei Mani e Ally em frente aos seus armários e eu me dirigi até lá, com um sorriso fraco no rosto.

- Olá meninas - falei chamando a atenção delas, onde Normani sorriu e fechou a cara logo depois e Ally sorriu carinhosa pra mim.

- Olá Srta. Nos vemos no skype mais tarde - falou a Mani em um tom chateado e eu me senti mal por fazer elas me esperarem.

- Jesus, Mani pare de implicância com a Lo, a mãe dela passou quase quatro meses num cruzeiro e chegou ontem, ela estava aproveitando pra matar as saudades - falou a Ally tentando me defender

- Ela tem toda razão Ally,eu deveria ao menos ter avisado a vocês ,desculpa gente - falei antes de a Normani rebater

- Tudo bem, mas da próxima vez não faça a Queen Normani Kordei esperar - falou a Mani e eu e a Ally caímos na gargalhada,elas realmente sabem me animar.

- Posso saber do que as coisinhas estão rindo? - Ah, não, essa hora da manhã, não, por favor

- Camila, por que você não acha outra coisa pra fazer? - disse Normani revirando os olhos e eu suspirei, esperando pelo que Camila iria fazer comigo

- Vou procurar sim, mas antes... - vi Camila vindo em minha direção, com um sorriso maldoso no rosto, me dei conta que ela tava com um suco de morango e logo após me dar conta disso, me dei conta que algo gelado estava escorrendo pela minha cabeça, droga Camila!

Fui correndo em direção ao banheiro sem me importar com o toque do sinal para os alunos irem para sala e ignorando totalmente os chamados das minhas amigas, entrei na cabine que já era tão familiar para mim, tirei a lâmina da minha mochila e observei meu braço, estava morrendo de vontade de me cortar, mas assim que observei ao redor ,vi algo diferente escrito na porta.

"Cara menina,sinto dizer,mas seu pedido dona morte foi negado,só saiba que algum dia tudo irá melhorar,apenas creia.
                     - Com amor, K"

Guardei a lâmina e fiquei encarando aquele recado a minha frente "essas pessoas nem sabe o que eu passo" pensei e ri ironicamente, retirei um piloto azul da minha mochila e escrevi mais uma mensagem como resposta pra esse ser desconhecido.

"Desculpe-me K,mas isso todos dizem e nenhum chega em mim pra me ajudar. E sim,eu continuo fazendo esse pedido a dona morte todos os dias".

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