— Deixe-o entrar – falei por fim.

Corri para o espelho para ver se eu estava com uma aparência melhor. Soltei meus cabelos que estavam presos em um coque bagunçado e esperei pelo toque da campanhia.

Não demorou muito para ouvir o barulho.

Controlando meus nervos segui para a porta. Segurei a maçaneta da porta com força, dando uma última respirada antes de abrir a porta.

Quando abri, fui pegar de surpresa. Eduardo estava vestido com terno e gravata e em suas mãos, trazia um buquê de rosas vermelhas, as minhas preferidas.

— O que veio fazer aqui? – perguntei me recuperando antes que ele percebesse o meu choque.

— Trouxe rosas, as suas preferidas.

— Não gosto mais – menti.

Eduardo abriu um leve sorriso.

— Não mudou nada. Esqueceu que sei quando você está mentindo?

— Sério que ainda lembra? Achei que me esquecer tivesse sido a primeira coisa que fez quando foi embora.

— Você não é uma pessoa fácil de esquecer...

— É melhor você ir embora – falei ignorando seu comentário.

— Está com medo de Gabriel chegar e me pegar aqui?

— Medo? Por que eu teria medo?

— Ora Lia, não vamos fazer joguinhos logo agora. Sabemos que o motivo maior de vocês terem vindo embora ontem foi porque Gabriel queria te manter longe de mim.

— Está enganado se pensa isso. Gabriel tem responsabilidades...

— Vai me deixar entrar para continuar essa conversa, ou vamos discutir aqui mesmo na porta? – seu sorriso continuava igual à primeira vez que nos encontramos.

Mesmo contra minha vontade, abri a porta e deixei que ele entrasse. Fechei a porta com cuidado e me virei para ele.

— Não posso dizer que meu irmão não tem bom gosto, ou é isso ou tem dedo seu na decoração – ele disse depois de dar uma boa olhada na sala.

— Gabriel cuidou de tudo – falei cruzando os braços sobre o peito.

— Mas com certeza tem um toque seu.

— Uma coisa ou outra.

— As flores... É melhor colocar em um vaso antes que murchem – disse me entregando.

— Já lhe disse que não gosto mais de rosas – fui categórica.

— Ok – disse sorrindo – vou deixá-las em cima do sofá. Pode jogar fora depois que eu for embora.

— Não duvide que será a primeira coisa que irei fazer. Agora porque não me diz o real motivo de vir aqui.

— Sempre direta. Foi essa uma das qualidades que sempre admirei em você.

Como não falei nada, Eduardo se aproximou de mim.

— Eu queria te ver, precisava falar com você...

— Me viu na fazenda, não entendo a necessidade de querer me ver.

— Vi você por algumas horas e não pudemos conversar já que Gabriel estava ao seu lado.

Tentei me afastar, mas Eduardo pareceu ocupar todo o meu espaço.

— Queria um momento a sós para conversar, explicar algumas coisas...

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora