A luta não apareceu do nada na minha vida, desde muito pequeno aprendi a lutar pela minha liberdade e pela minha dignidade. A luta que faço neste momento nem chega perto daquilo que lutei para me manter vivo.

Solto um rugido raivoso e deixo que o punho vá numa velocidade estonteante contra o material velho do saco. Limpo a testa com a costa da mão e apanho a garrafa de água do chão. Bebo-a até não sentir nenhuma secura na minha garganta. Por segundos os meus olhos capturam o grande relógio preso na parede que marcava 16h30 minutos da tarde, uma hora boa de dar por terminado o meu treino e ir para o meu serviço que começaria as 17 horas em ponto.

Não sou um homem que tenha o trabalho mais fácil do mundo, mas também não sou um homem que goste de trabalhos fáceis e sem graça alguma. O trabalho de onde estou está cheio de perigos e não há um dia que não tenha de fugir da morte para salvar aqueles que estão sendo protegidos por mim. Sendo guarda-costas pessoal de um multimilenário não é fácil, mas também não é difícil. O mais difícil é esconder a minha vida pessoal daqueles que me rodeiam todos os dias.

Passo os dedos cumpridos pelo cabelo molhado e saio do carro que foi acabado de ser estacionado no estacionamento exclusivo para os funcionários que trabalham para o Sr. Green. Este estacionamento situa-se na parte de trás da casa num local bem escondido, de baixo do solo.

Tranco o Audi A1 e dirijo-me ao elevador. Chamo-o e num abrir e fechar de olhos ele abre as portas cinzentas. Entro e carrego no andar que dará à ala dos empregados, não demorou para que chegasse ao corredor que levar-me-ia ao meu quarto suplente. Antes que possa rodar a maçaneta da porta do meu quarto, sou parado pela voz de uma jovem empregada que se apressa em dar o recado antes de seguir o meu caminho.

— O Sr. Green quer te ver dentro de dez minutos, Dominick.

Concordo com a cabeça e agradeço antes de entrar no quarto. Largo o saco de ginásio perto da cama e avanço na direção do guarda-roupa. Não tenho muito por onde escolher, o meu trabalho exigi que use um fato preto e uma simples gravata da mesma cor. Por isso pego num há escolha dos seis que tenho expostos no cabide. Visto-o, quando estava a dar o nó na gravata ouço um simples bip vindo do fundo do guarda-fato. Suspiro acabando o nó da gravata e aproximo-me do armário. Afasto as roupas para os lados para obter a visão da pequena parede falsa do armário. Retiro a tapa quadrada que chega a ser do tamanho de uma carteira de senhora e retiro o IPhone escondido.

Desbloqueio para ver uma simples mensagem em código.

Morto, um dos nossos.

Rapariga freira desprotegida.

Vê se consegues subir o cargo.

— Foda-se! — Vocifero baixo, bloqueando o telemóvel e voltando a polo onde estava.

Antes de sair do quarto, verifico se está tudo em ordem. E se a gravata está bem alinhada e com um excelente nó. Estando tudo certo, pego na chave cinzenta do quarto e ao sair verifico se há alguém no corredor para logo depois fechar a portas as chaves.

Não quero intrusos a mexer onde não devem.

Principalmente não quero desconfianças sobre a minha pessoa, porque o que tenho que fazer em Zermatt é mais do que ganhar um segundo salário.

Principalmente não quero desconfianças sobre a minha pessoa, porque o que tenho que fazer em Zermatt é mais do que ganhar um segundo salário

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PERIGOSAMENTE TENTADORWhere stories live. Discover now