Capítulo 05. Atrasada na Vida

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Conselhos de sobrevivência da Ariel, dica número 01: Uma dama de bom berço é cuidadosa e refinada, se veste de forma impecável e jamais se atrasa em seus compromissos.

  Senti algo grudento se espalhar por minha bochecha, meus olhos estavam pesados, suspirei, ainda sem abri-los, me aconcheguei ainda mais ao travesseiro, aquelas peles eram tão fofinhas

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Senti algo grudento se espalhar por minha bochecha, meus olhos estavam pesados, suspirei, ainda sem abri-los, me aconcheguei ainda mais ao travesseiro, aquelas peles eram tão fofinhas... Espere um pouco, os travesseiros não eram de pluma de ganso? Abri os olhos, estava aninhada ao meu casaco de neve, sentei-me na cama, bocejando e limpando a baba que escorria por meu rosto.

Olhei para as dezenas de roupas espalhadas ao meu redor, deveria organizar minhas coisas, mas no meio do processo me senti cansada e resolvi tirar um rápido cochilo, apenas cinco minutinhos... Olhei o relógio de parede acima da lareira, marcava exatamente sete e cinquenta, Ariel saiu do alojamento às seis, disse que eu tinha uma hora para arrumar tudo e descer. Tinha exatamente cinco minutos para me arrumar!

Saltei da cama parecendo uma desvairada, ajeitei a saia, coloquei as meias, o primeiro sapato que encontrei, vesti o casaco, não havia tempo para escovar os dentes, enfiei uma bala de menta na boca, peguei a mochila de couro a qual já havia arrumado com os materiais que necessitava e corri.

Os corredores, antes ocupados por alunos em polvorosa, estavam vazios, o único barulho que se ouvia eram os meus saltos de verniz. Desci as escadas até chegar ao salão principal, retirei o papel com os horários de aulas, deveria estar às oito horas no auditório. Onde raios ficava o auditório? Desci outro lance de escadas, chegando ao pátio que Ariel falara, para meu desgosto ele era enorme, com dúzias de corredores e centenas de portas, eu estava ferrada, quando ouvi risadinhas e duas garotas saindo de um banheiro, suspirei aliviada, estava salva.

- Com licença. – Interrompi a caminhada delas.

Ambas se viraram ao mesmo tempo em um timing perfeito, eram meio fadas, tinham os mesmos cabelos ondulados e azuis como o meu uniforme, na verdade eram idênticas, do nariz fino aos olhos verdes, definitivamente eram gêmeas.

- Sim? – A da esquerda me olhou de cima a baixo com cara de poucos amigos.

– Olá. – Tentei meu melhor sorriso. - Poderiam me informar onde é o auditório?

- Auditório? – A da direita parecia igualmente antipática. – Você é nova aqui?

- Exatamente, me chamo Aimil. – Estendi a mão para cumprimenta-las, mas não obtive sucesso, pois elas nem se moveram. – Eu sou nova. – Recolhi a mão, esfregando-a na saia, um tanto quanto desconcertada. – Minha primeira aula é no auditório. Poderiam me informar onde fica?

- Uma mestiça? – A da direita olhou minhas orelhas com repugnância. – Não devia falar...

- Não seja descortês Suria. – A da esquerda cutucou o braço da irmã. – Ela é uma novata e terá problemas ao se atrasar para primeira aula e nós, como boas veteranas, devemos indicar o caminho para ela. Entendeu? – Sorriu docemente.

A Era dos Dragões III A Princesa AprendizOnde as histórias ganham vida. Descobre agora