TWO

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Boa Leitura!

“É duro partir com vontade de ficar, é duro sorrir com vontade de chorar mas é mais duro ainda deixar de amar alguém que o coração mais quer amar.”Miranda V. Abreu

ALANA

     Muitos dizem que devemos esquecer e perdoar, mas saberiam o quão difícil é se vivenciassem na pele toda dor. Seria um ótimo conselho teoricamente falando, porque em prática, é quase impossível segui-lo. Quando somos machucados, o instinto nos faz querer devolver na mesma moeda. Olho por olho, dente por dente. Medieval eu sei, porém, não dá para esconder que às vezes desejo arrancar lágrimas de cada um que me fez sofrer. Quando somos traídos, queremos causar de volta a mesma ferida, ou um pouco pior. O único problema é que a nossa acaba nunca cicatrizando, vez ou outro até torcemos para de fato deletar da mente.

     Enfim, nossa viagem foi tão cansativa quanto imaginávamos. Depois de algumas horas dentro daquele avião, desembarcamos no Aeroporto Internacional de Incheon. Ainda não estávamos em Seul, a capital fica a meia hora do local. No entanto, antes de irmos rumo aos portões de desembarque, onde meus sogros e meu cunhado nos esperam, foi preciso fazer todos os protocolos exigidos pela legislação. Mesmo que Jimin e JungHyun sejam cidadãos nativos daquele país, eu ainda costumo enfrentar problemas por conta de minha dupla nacionalidade, nada que nos mantenha mais que o necessário com aqueles funcionários da alfândega.

     Jimin ficou de pegar as malas, logo as colocou em um daqueles carrinhos de transporte para ficar mais confortável. Depois de tudo certo, apenas sentei JungHyun sobre a pilha de bolsas e seguimos juntos em duração ao portão de saída. Meus sogros nos aguardavam aflitos, ao longe era possível vê-los observando apreensivos o painel de pousos e decolagens. Quando nosso anjinho os viu, saiu correndo de braços abertos e com um sorriso lindo no rosto, nem sequer parecia o garoto sonolento que estava em meus braços. Claro, meu marido e eu apenas observávamos aquela cena, orgulhosos da criação que lhe demos.

     – Vovó! – o pequeno disse pulando no colo da mais velha.

     – Oi, bebê. – minha sogra lhe deu alguns beijos na bochecha, e um abraço bem apertado.

     – Vovó, eu já sou um homem, não fique me chamando de bebê. – disse ele nos arrancando uma risada.

     Meus sogros sempre souberam que JungHyun não carrega o sangue da família Park, no entanto, o tratam como neto legítimo desde que ele ainda estava sendo gerado por mim. Impossível esquecer todo apoio que a mais velha me deu durante o período gestacional, a força que tive durante o pós-parto. Nunca desprezaram meu filho, desde que nasceu foi mimado por eles. Por essa razão me emociono vendo como o acolhem neste momento, melhor ainda é ver como o pequeno os ama incondicionalmente.

     – Fizeram boa viagem, meus queridos? – disse senhora Park abraçando meu marido e eu.

     – Sim, Mamãe. – Jimin respondeu por nós, demonstrando toda a emoção de estar revendo os pais depois de um longo tempo.

     – Quanta saudade. – a mais velha novamente puxou o filho para um abraço, deixando evidente que a saudade era na mesma intensidade ou mais que a dele.

     – Como vocês estão, meus filhos? – foi a vez do meu sogro perguntar.

     – Estamos um pouco cansados, mas estamos bem, pai. – então vimos meu sogro sorrir.

     – Então vamos? Vocês precisam dormir, e seu irmão deve estar congelando naquele carro. – senhora Park respondeu caminhando em direção a saída.

Between Two Loves      || PJM / JJKWhere stories live. Discover now