#16

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Desci do táxi, vendo vários alunos sentados em alguns bancos que ficavam em frente a porta da escola.
Andei apressadamente para dentro indo em direção ao refeitório, que estava vazio por conta do horário.
Acho que cheguei cedo demais.
Me sentei em uma mesa que ficava no fundo, bem isolada, coloquei meus fones e fiquei ouvindo minhas músicas doidas.

-Menina, posso me sentar aqui?- perguntou um garoto, já sentando na mesa sem me dar tempo de responder- Obrigado, me chamo Otávio, e você?

-Me chamo Luana- sorri forçadamente tentando parecer amigável.

-Lindo nome Luana, mas o meu é muito mas bonito, não acha?- balançou a cabeça.

-Acho?- respondi não entendendo onde ele estava querendo chegar.

-Vamos combinar que não é só meu nome que é bonito, eu também sou, não é atoa que já peguei todos os jogadores do time da escola- ele diz pegando um espelho dentro do bolso da calça, para ajeitar a sobrancelha...Mas espera, ele disse jogadores.

-Oi?- tirei o fone, que até agora já não tocava nenhuma música- Acho que você disse alguma coisa errada.

-Queridinha- olhou nos meus olhos e segurou minha mão- Da fruta que você gosta eu engulo o caroço.

Olhei atentamente pra ele, que ainda segurava as minhas mãos.
Ata, ele é gay...
Sem nenhum motivo e sem saber o por que, eu comecei a rir descontroladamente atraindo alguns olhares curiosos.

-Tá rindo de que piveta?- perguntou indignado.

-Eu n...eu não sei- respondi enxugando uma lágrima solitária que acabou de cair.

-Tá vendo Otávio, isso que dar querer fazer novas amizades chegando assim...Sem nenhum discurso.

-Não...Não, tudo bem Otávio- fui sincera- Então...Você é novo?- perguntei, nunca tinha visto ele.

-Sou, me mudei semana passada- cruzou as pernas, o jeito dele era engraçado, ele é muito afobado, serve pra ser melhor amigo da Maria, mas esse posto já é meu.

-Veio de onde Otávio?- apoiei o cotovelo sobre a mesa e segurei o queixo.

-San Diego- suspirou- tive que me mudar junto com meus pais, que vieram pra cá a trabalho, tive que deixar todas as amizades pra cá, acredita que já é a quarta vez que me mudo...Se eu ver os chefes dos meus pais, eu mato.

-No que seus pais trabalham?

-Garota, por acaso tu é da FBI?- arregalou os olhos

-Não, só estou curiosa, desculpe.- levantei as mãos em sinal de rendição.

-Hum- estreitou os olhos, mas logo depois sorriu e continuou falando- Minha mãe é dermatologista, e meu pai trabalha na Cavaliery Jóias.

Casamento ForçadoWhere stories live. Discover now