Capítulo 26: Achados e Perdidos

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A frustração foi imensa quando Cora e Leonardo adentraram no antigo quarto de Luci e o encontraram vazio.

- Bom, e o que fazemos agora? Desculpe, mas sou completamente inútil nessa coisa de detetive.

- Mas que droga! Onde essa mulher se meteu com a Luci? – Caminham de volta à sala, agora sem se preocuparem com os sons. – Me ajuda a encontrar a tomada, talvez ainda tenha luz. Depois vamos procurar pistas, sei lá, só consigo pensar nisso agora.

- Tudo bem. – No escuro eles tatearam as paredes em busca de um interruptor. Leonardo se surpreendeu, pois Coralina não demonstrava medo pelas teias de aranha nem de possíveis insetos pelos cantos. Ela era realmente diferente.

- Achei! – Disse e a luz se fez assim que clicou.

- Ótimo! E o que vamos procurar?

- Coisas que indiquem o paradeiro da Selma, não sei, papéis com endereços, nomes, telefones. Pode ser que não encontremos nada, mas precisamos tentar.

- Certo.

Durante 15 minutos eles se colocaram procurando alguma coisa que não sabiam pelos cômodos abandonados da casa. Voltaram a se encontrar, agora na cozinha, depositando sobre a mesa empoeirada o que haviam encontrado.

- Achei duas moedas de cinco centavos, 3 embalagens de bala, um maço de cigarro fechado, 2 comprovantes de cartão de crédito, uma conta de celular e um brinco sem par. – Leonardo falou enquanto reunia os achados.

- Ótimos tesouros meu caro Gatorino! – Cora parabeniza o psicólogo com um tom teatral sorridente. – Bem, eu achei um imã de geladeira, um folder de propaganda de botijão de gás, um cartão de visitas do shopping Zamparini, um resultado de exame ginecológico e grampos de cabelo.

- Vamos ver se encontramos algo que nos dê uma pista com esses trecos?

- Vamos. Acho bastante promissor.

- Se você acha, quem sou eu pra contestar! – Puxaram as cadeiras e sentaram-se, Cora começou:

- Dos seus achados, acho que os comprovantes do cartão e a conta do celular podem ser muito bons. Dos meus, só me intriguei com o exame. O que ela comprou com cartão?

- Compras no supermercado, muita comida e material de limpeza. Foi um gasto astronômico de dois mil quatrocentos e noventa e dois reais com dezessete centavos.

- Uau! Que gastança absurda! Isso só serve pra comprovar mais ainda minha tese de que ela está com a Luci.

- Verdade. Isso vem muito de encontro com sua teoria.

- E a conta? – Ela pergunta apontando com o dedo indicador.

- Tem bastante ligação pra um mesmo número, na verdade pra dois números, mas creio que esse aqui se tenha mais. – Ele mostra pra ela o número e ela concorda acenando a cabeça.

- Vamos ligar!

- Você acha que é uma boa?

- O que temos a perder?

- Sinceramente? Acho que só os créditos do celular. – Ele riu.

- Nem isso, eu ligo, é da mesma operadora, não vai me custar nadinha.

- Certeza?

- Claro menino. Daqui que eu vou ligar. – Ela pega a conta das mãos dele e retira o celular do bolso, pensando que poderia ter usado o celular pra iluminar invés do isqueiro. Agora já era, nem sempre dava pra se ter as melhores ideias o tempo todo.

Cora disca a sequência numérica e aguarda com certa impaciência. No sétimo toque uma voz masculina atende.

- Alô?

A Lucidez de Luci (Completa Até Dia 01/12)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora