Capítulo 5 - Pensando em Você

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	Eu só tinha pensado que seus braços em trariam excitação; suas mãos me provocariam, sua boca me satisfaria

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Eu só tinha pensado que seus braços em trariam excitação; suas mãos me provocariam, sua boca me satisfaria. Até este momento, de todos os jeitos que já pensei em Caden, nunca achei que ele se transformaria tão rápido em alguém que me vê de verdade, que consegue me fazer sentir realmente segura. Posso ver agora em seus olhos verdes, que me encaram preocupados, como ele me entende, como não preciso me provar para ele.

Não preciso me exaustar constantemente pela leviana e efêmera sensação de que importo, de que sou relevante. Ele me olha como se mais nada fosse.

"Você não precisa ficar," diz, com toda a intenção de me consolar.

Mas é isso que ele não enxerga. Ele me vê, mas não vê o resto do mundo ao meu redor. Não sabe o que é sentir todos os olhos em mim, saber que todos estão torcendo para que eu tropeça, tanto física como emocionalmente. Me admirando ao mesmo tempo que querem que eu desapareça. Posso fazer uma besteira qualquer amanhã, sem a menor intenção de ofender ninguém, e vê-los todos jurarem que eu não presto e não mereço sua atenção.

Caden é bom demais para imaginar o quão podre é esse mundo. A indústria da música faz Hollywood parecer jardim de infância, e dormir no topo definitivamente não é garantia nenhuma de que se lembrarão do seu nome no dia seguinte.

"Não posso," respondo, balançando a cabeça.

Ele me segura pela cintura, nós dois escondidos em um banheiro, cuja porta ele travou para me deixar recuperar de toda a humilhação de antes. Posso ver em seu rosto também a apreensão de seu toque, como se soubesse que eu o quero, mas ainda não se atrevesse arriscar demais sua liberdade ao meu lado. Talvez seja por ele saber também que é estrangeiro nesse meio, que não entende a política que me envolve e todo o sistema de bajulação e reprovação no qual vivo.

"Obrigada por me tirar de lá," consigo fazer sair pela minha garganta depois de mais alguns segundos em silêncio. Já deve fazer uns dez minutos que estamos ali, pois consigo ouvir a música do teatro começar a tocar.

Em pouco tempo, meu clipe vai começar a passar. É a primeira coisa que vai ter no VMA, o primeiro ao vivo no país inteiro, independentemente do fuso horário. E a última coisa que eu quero é voltar para lá, só porque sei que terei que sentar do lado de Liam.

Caden não se atreve a mexer. Para quem estava antes trocando a atração eletrizante que parece sempre correr entre nós quando estamos perto, ele agora me segura com carinho, e é exatamente disso que eu preciso.

Então, quando ele diz: "Só fiz meu trabalho," chego mais perto dele, me impedindo no último segundo de silenciá-lo com um beijo.

As lágrimas pararam de correr logo que ele me trouxe ali, mas ainda posso sentir o resto do peso da humilhação de antes terminando de se desprender de mim.

Por isso, tenho que balançar a cabeça várias vezes, mirando seus olhos verdes e bondosos. "Não," digo. "Você fez muito mais."

Minhas mãos estão em seu peito, sentindo as batidas de seu coração. E então, como se eu acabasse de notar sua presença ali, olho de verdade para ele. Para seus ombros, seu peito, seus braços à minha volta, ele todo sentado à minha frente no pequeno divã, paciente e atencioso. Suas tatuagens ainda fogem pelas mangas do terno, como provas vivas de sua rebeldia. E meu corpo vai se lembrando, como um arrepio que se espalha com meu próprio coração acelerando, o quanto eu o quero.

Não, o quanto eu gosto dele.

Ele me percebe o observando, percebe que eu já me esqueci do que nos levou ali e de que a única coisa que importa agora é que estamos sozinhos, completamente ao alcance um do outro. Sinto suas mãos deslizando pela minha cintura, uma subindo para segurar em meu rosto quando eu paro a um centímetro do dele. Posso já sentir sua respiração em minhas bochechas, como uma brisa suave que me alivia ligeiramente do calor que ele dispersa pelo meu corpo. Seus dedos brincam com o cabelo em minha nuca, enquanto sua outra mão desce até minha fenda, minha coxa, me atraindo para ele de corpo inteiro.

Já não conseguindo suportar sua aproximação e a distância torturante que insistia em existir entre nós, eu me estico para alcançar sua boca. Mas ele me segura. Só por um instante, só para olhar em meus olhos e me provocar uma última vez.

E então, sentindo sua mão me puxar de volta, conto todos os milésimos que faltam para sentir seus lábios nos meus.

Mas alguém bate na porta, entorpecendo meus sentidos e me impedindo por alguns segundos de perceber que foi a tempo de evitar nosso beijo. Ele se afasta antes que eu o segure forte o suficiente para evitar, e vai responder a pessoa na porta.

É um funcionário qualquer que quer saber por que o banheiro está intransitável. Um idiota que conseguiu me fazer quase desmaiar de frustração e desejo não saciado.

Caden abre a porta antes que eu proteste, e, por impulso, me levanto e vou ao espelho. Nem presto atenção no que ele fala com o tal funcionário, só tento desfazer todos os sintomas do quanto eu o quero em meu rosto. Não posso sair dali com as bochechas tão vermelhas, tão sem fôlego.

"Vamos?" Caden pergunta depois, quando se coloca ao meu lado.

Eu olho para ele pelo reflexo, ignorando a presença do funcionário na porta, que só deve estar ali para se certificar de que vamos mesmo embora.

"Não sei se quero ir."

Caden não aceita minha resposta, para minha surpresa. Ele se vira para mim, me obrigando a olhar diretamente para seus olhos.

"Talvez não seja sua parte preferida, mas ver o resultado do seu trabalho tem que valer a pena passar pelo menos alguns minutos nessa premiação."

E ele está certo.

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