Mas eu sempre tive um foco, um sonho, o Manchester United.

E eu finalmente consegui. Fui uma das melhores contratações feitas pelo time nos últimos anos.

Meu último jogo no Real, meu penúltimo dia na Espanha, consagrado com o melhor de mim.

Ja estávamos em fila, para pegar a medalha. Cumprimentamos todos os jogadores adversários e subimos. Um a um, liderados por Iker Cassillas.

Como capitão do time, eu fui o último a apertar a mão do Presidente da UEFA

- Parabéns Louis.

- Obrigado senhor.

E todos os meus companheiros de time estavam no palanque, aguardando a minha chegada. Sorrindo, alguns com os olhos marejados.

Eu me juntei a eles, que seguravam meus ombros, me balançavam, e eu sorria de volta. Alegre. Me sentindo parte de tudo aquilo.

A Taça veio ao meu encontro. Platini a segurava, sorrindo, e eu segurei o meu sorriso, e assim que ela tocou minhas mãos, eu gritei e a levantei para o alto

Fomos ovacionados, o Estádio gritando e vibrando. Meus companheiros de time saltavam, papéis picados nos tocavam e explodiam pelos canhões.

E nesse momento, eu só queria saber como é não dar um sorriso programado como o que eu tenho no momento. Eu queria saber como é me sentir feliz de verdade.

Depois de todo o nosso momento ali, eu vi a minha família me esperando ja em casa. Era impossível que eles me esperassem no estádio. Quando cheguei, minhas irmãs menores vieram me encontrar e me abraçar. Os gêmeos riam no colo da minha mãe e de Dan. Eu gostava muito de estar com eles, pessoas que me passavam muito amor. Carinho.

Hanna era minha noiva, estávamos juntos desde meu primeiro ano em Madrid, mas desde que fui contratado pelo Manchester, decidimos que nosso relacionamento não poderia continuar. Hanna não queria sair da Espanha para ir comigo, e eu jamais deixaria isso de lado. Sempre colocamos nossas carreiras em primeiro lugar e agora não foi diferente. Mas ficamos amigos e ela estava aqui hoje por que torcia por mim. E eu era grato por isso.

Quando minha mãe me abraçou, senti meu coração se aquecer. Seus braços me envolveram e eu chorei. Mas diferente de todas as noites que eu chorava, sozinho, agora eu chorava por tê-la ali comigo, e por sentir que ela tinha orgulho de mim.

Eu queria dizer 'mãe, olha pra mim, por favor', mas a única coisa que saída da minha boca era ' Obrigado mãe. Obrigado'

Subi para tomar um banho e ficar só. Sorri para meus familiares, o mesmo sorriso que eu estampei o dia todo. E assim que virei as costas para subir as escadas da minha casa, meu sorriso se fechou.

O peso que eu sentia da minha própria existência caiu sobre mim. Meus ossos pareciam novamente espremidos, como todas as vezes que eu ficava só. A minha respiração se tornou pesada, meus olhos ja doíam, e a minha mente começava a pedir por alívio.

Entrei no quarto e tranquei a porta. Me sentei no chão, respirando rápido, tentando pensar em coisas boas.

Eu tinha acabado de alcançar o que eu mais queria. Minha mãe estava feliz. Ernest e Doris tinham aprendido a andar.

Todas as coisas tinham vindo de outras pessoas, nunca de mim. Por que eu não tinha valor nenhum.

Eu sentia meu peito apertar, todas as expectativas que foram depositadas em mim hoje, estavam me esmagando, me deixando ainda menor. Eu sentia como se nada que eu fizesse tivesse algum tipo de utilidade para a minha própria vida.

GOALS (l.s.)Where stories live. Discover now