29 - Reconciliação

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Estou tão angustiada com o sumisso de Ariel. Sant ainda está vestida de noiva na esperança de casar com o meu noivo. O pai dos gêmeos ainda insiste na história de que Ariel e Sant são um casal verdadeiro.

Isso tudo está me dando nos nervos.

— Acalme-se fadinha.

— Não me pessa calma, Juan — falo irritada.

Ele me acompanhou por todos os lugares que fui na esperança de achar meu noivo e trazê-lo a tempo de nos casarmos.

Mas não o encontramos. Ainda.

— Eu já tinha ouvido histórias de noivas fugindo, mas noivos... — ele riu, e eu o lançei meu olhar mortal fazendo-o rir ainda mais. — Quem fugiria de uma fada como você?

— Ele fugiu.

Sento em uma calçada, cansada de andar. Meus pés estão me metando e eu ainda não tenho nenhuma pista de onde meu noivo foi parar.

Juan suspirou, sentando ao meu lado em seguida.

— Ele não fugiu de você. Na verdade ele fugiu de nós dois — disse sem um pingo de orgulho ou sárcasmo na voz o que me deixou surpresa. — Ariel achou que estávamos juntos por isso fugiu.

— Eu poderia ter explicado tudo.

— Você não o conhece mesmo.

Ele riu, chamando minha atenção.

— E desde quando você o conhece?
— pergunto com a sobracelha arqueada.

— Conheço bem o suficiente para saber que ele é inseguro em relação a você — diz calmamente. — Ariel tem medo de te perder. Ele tem medo de você ver que tudo isso foi um erro e voltar para...

— Você — completo e ele assente.

Ariel não precisa ter medo. Eu não iria a nenhum lugar sem ele, e sei que ele também não iria sem mim. Eu o amo e já provei o meu amor diversas vezes. O que ele quer mais?

Fecho os olhos por um minuto e tento pensar em algum lugar específico que ele pode ter ido. Algum lugar especial, lugar esse onde ele pudesse ficar só e pensar um pouco.

— Eu já sei onde ele está — levantei em um pulo.

— Vou com você.

— Você fica — beijei seu rosto. — Vá atrás de Sant e a faça mudar de ideia, conte toda a verdade sobre vocês. Ela irá lhe escutar.

Juan segurou minha mão.

— Boa sorte.

— Pra você também.

Saio correndo atrás de um taxi. Não demora muito até um encostar no meio fio.

— Vamos pra confeitaria agora.

— É 30 reais senhora.

— Vamos! — grito, fazendo com que ele dirija o mais rápido possível. Abro a bolsa atrás de algum dinheiro mas nada encontro, só minha varinha e um vale de 50% de desconto na Marisa.

E agora?

Assim que o taxi estaciona no meio fio eu salto dele.

— Me espere aqui, tudo bem?

— Claro, mas vou cobrar por isso.

— Faça o que quiser — digo, entrando na confeitaria que como eu previa está com a porta aberta. Mesmo a placa do lado de fora dize o contrário.

Entro devagar, um pouco receosa da reação de Ariel.

Me assusto ao escutar sua voz.

— Eu sabia que me encontraria.

— Como soube? — pergunto, em passos lentos até o balcão onde ele se encontra bebendo café quente. Sento ao seu lado, ainda sem olhar em seus olhos amarelos.

— É algo que não pode ser controlado, Belinda. E você já devia saber disso, pois somos como dois imã, um sempre atrai o outro — diz tomando um gole de seu café.

Espero ele tomar o café e digo:

— Sobre aquele momento na praia eu...

— Vocês não estavam prestes a se beijar, sei... minha irmã me falou isso quando sai correndo de lá — ele falou me deixando surpresa e intrigada ao mesmo tempo.

— Então por que fugiu? Ariel, você fugiu de mim.

— Não, eu não fugi. Eu só... tive medo de você ter desistido de mim por causa do meu pai e de Sant. Sei o quanto isso te afetou e está afetando você — ele segura minha mão. — Ele pode te dar uma vida, Belinda. Sem Sant, sem brigas de famílias. E eu, bom. Se ficar comigo terá que enfrentar isso diariamente.

— Eu enfrento o que for por você.

Ele fecha os olhos sorrindo. Tenho vontade de beijá-lo, mas não o faço. Espero ele abrir os olhos e me olhar intensamente.

— Eu amo você. E é por amá-la que não quero que passe por isso.

— Não vê que juntos somos mais fortes? — pergunto. — Somos um par, Ariel. Dois são mais fortes do que um. Não me faça desistir do que temos se o próprio destino nos uniu.

— O quê?

— É o que ouviu. Fomos destinados um ao outro, mas forjaram e nos fizeram pensar que nossos pares eram Sant e Juan.

Ele franze o cenho pensativo.

— Tudo faz sentido agora.

— E então, vai desistir de mim? De nós dois? — ele segura meu rosto e me beija apaixonadamente. Retribuo aliviada. Eu não o perdi. Não vamos nos separar e agora é para sempre.

Eu sabia que ele estaria aqui. Sabe o por quê? Vou lhes dizer... Aqui foi onde nos beijamos pela primeira vez ao meio de uma lambança de sorvete. Naquele dia eu percebi que havia algo a mais entre nós, que fadas poderiam sim sentir. Podemos nos apaixonar como os humanos e como sei disso?

Bem.

Eu estou completamente apaixonada por Ariel. E eu sinto que é recíproco. Fomos destinados a ficar juntos e é o que vamos fazer. Nem que pra isso temos que enfrentar algumas pessoas, queremos o que todos querem. Um amor tranquilo, e sermos felizes sem interrupções, brigas, farças, mentiras.

O amor é capaz de mover montanhas e hoje eu posso dizer que enfrentaria tudo de novo, só para tê-lo em meus braços.

— Estamos atrasados pro nosso casamento.

— Sim, mas eles podem esperar um pouquinho mais — sorri, puxando ele pelo colarinho e o beijando sem pressa. — Eu ainda tenho uma pendência.

— E qual seria?

— Clara tem direito a três desejos e lhe foi concedido apenas dois. — Ele me abraça pela cintura, olhando para as janelas onde vê o taxista parado na calçada com cara de poucos amigos.
— Temos que ir agora.

Dou um selinho nele e vamos de mãos dadas até o taxi.

— Para a praia, senhor.

Sentamos no banco de trás com um sorriso que não nos cabia de tão iluminado. Ariel me abraçou, deitei a cabeça em seu ombro, sentindo o seu cheiro maravilhoso.

Agora é oficial.

Estamos indo pro nosso casamento.

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Oi amores, agora falta pouco pro fim!

Estão animados pro casório? Eu estou muito.

E qual será o último pedido de Clara? Curiosos? Saberão tudinho no próximo capítulo.

Votem e comentem e até o próximo capítulo de A Fada <33

A FADA Where stories live. Discover now