Primeiro dia, primeiro contato

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-Aqui está o seu almoço. Coloquei uma nota de um dólar aqui para você comprar seu leite. -meu pai entregou-me um saco marrom.

-Você sabe o meu número, sim? De qualquer forma, escrevi, só para garantir. Guarde na mochila e não perca. Qualquer problema me liga, ok querida? Está pronta? -os olhos da minha mãe lacrimejavam enquanto ela falava.

-Acho que tô.

-É o grande dia da minha Flaca!

É normal os pais chorarem no primeiro dia de aula dos filhos, assim como os meus, mas isso acontece quando se tem uns cinco anos de idade e eu, tenho dezesseis e sempre fui educada em casa.

Sei o que você está pensando, crianças educadas em casa são esquisitas... Ou crentes, sei lá!

Mas minha família é completamente normal, acontece que minha mãe recebeu uma oferta de trabalho melhor aqui e então eu disse tchau para Cuba e olá para o Ensino Médio.

Despedi dos meus pais e atravessei a rua, quase sendo atropelada por um ônibus.

-Estou bem... -tranquilizei-os.

Soltei um longo suspiro antes de me enfiar no meio da multidão na frente da escola.

Brigava para conseguir uma carteira disponível nessa aula.

-Se fosse você não sentaria ai. -uma morena, com uma jaqueta e uma blusa de alguma banda aconselhou-me. -Ele fede. -eu deveria ouví-la?

Passei o intervalo dentro de uma cabine do banheiro feminino. Eu sei, nojento. Mas quando eu conseguia um lugar vazio no refeitório, era fuzilada por vários olhares e palavras muito maldosas.

Voltei para casa e meus pais estavam sentados na varanda, talvez esperando por mim.

-Como foi o primeiro dia? -meu pai perguntou sorridente.

E apenas bufando em resposta, subi para meu quarto.

                                  *

O sinal tocou. Segundo dia, espero que seja melhor que o primeiro.

Andei apressadamente até uma classe e tirei meu casaco.

-Sua bunda é natural? -um menino de cabelos longos me perguntou. Um pouco inconveniente.

-É... Sim.

-É enorme. -mais uma vez inconveniente.

-Obrigada?

-Viu, eu quero mais ou menos desse tamanho. -ele bateu no ombro da menina da frente, a mesma que me aconselhou ontem.

-Ele é o Harry. Ele é gay demais da conta. -a menina se pronunciou.

-Prazer em conhece-lo. -sorri tentando ser simpática.

-Eu sou a Lucy.

-Oi, meu nome é Camila. Sabem onde fica a sala G14? -entreguei o papel para eles.

-Saúde, terças e quintas. Sala G14. -Harry leu o papel impresso entregue pela direção nessa manhã.

-Acho que é no prédio lá de trás. -ela palpitou.

-Ah é, fica no prédio de trás -eles conversavam entre si.

-A gente te leva lá. -Lucy ofereceu.

-Obrigada.

Depois do fim do período enfrentamos o terror do corredor.

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