– Então você vai me dizer por que você está toda sorridente essa manhã? – Eu indaguei nossa filha novamente. Demorou alguns segundos com ela corando e se escondendo de novo para que enfim respondesse:

– Porque a mama está aqui com a gente e eu gosto de ter vocês duas comigo.

– Eu gosto de ter sua mama com a gente também – sussurrei no ouvido da menina ainda corada, fazendo ela rir mais uma vez. O momento tão terno entre nós três foi, porém, arruinado pelo tocar do telefone, o meu desta vez, e Quinn levantou-se para me pegar meu telefone e uma camiseta quando ela percebeu que eu ainda estava nua da cintura para cima. Eu coloquei a camiseta dada por Quinn, peguei o telefone de sua mão e andei em direção ao corredor.

– Alô?

– Rachel, oi, nós vamos precisar que você venha para o trabalho hoje. Estamos com falta de pessoa e lembro que você disse que precisava de muitos turnos – eu tinha prometido a Beth que eu não trabalharia naquele fim de semana, mas eu precisava ir e eu realmente precisava das horas extras. Eu estava ansiosa para passar o fim de semana inteiro com as minhas garotas, mas é claro que eu tinha que arruinar tudo indo para o trabalho.

– Sim, sim, eu chego aí em uma hora mais ou menos – eu desliguei o telefone e permaneci fora do quarto por um minuto, ouvindo as lindas risadas das duas garotas no outro lado. Porra, elas me faziam tão feliz. Assim que eu entrei no quarto com um sorriso amarelo, elas souberam que eu precisava trabalhar, e Quinn confirmou com uma pergunta.

– Mas mamãe, você disse que você não tinha que trabalhar nesse fim de semana! – Beth bateu com seu punho fechado no colchão da cama, por pouco errando a área do membro de Quinn; os olhos dela arregalaram e aquilo me dizia que ou ela sabia o quão próxima nossa filha esteve de atingi-la com um soco ou que "uau, nossa filha é selvagem".

– Eu sei, bebê, mas eu preciso ir. Eu disse para você que eu vou estar trabalhando mais agora – Quinn franziu sua sobrancelha numa pergunta silenciosa de por que eu precisava de mais horas. – Desculpa, Beth, mas eu prometo compensar para você – Beth fungou alto para dramaticamente deixar claro que ela estava chateada. A primeira vez que ela fizera aquilo perto de Quinn, a mulher de olhos verdes correu para abraçá-la e garantir a nossa pequena que ela iria conseguir o que ela desejava. Logo, porém, ela percebeu o quanto nossa filha podia ser dramática quando queria.

– Talvez nós pudéssemos comer café da manhã em seu trabalho? – Quinn propôs, e o rosto de Beth logo se iluminou porque ela sabia que estaria fazendo algo com suas duas mães... e porque ela também sabia que Quinn compraria seu waffle preferido.

Uma hora depois e nós três tínhamos quase que acabado com nosso café-da-manhã, Quinn e eu ajudando Beth com o dela porque, como era esperado, uma menina tão pequena não poderia comer tudo que havia no prato. Beth já tinha superado sua birra de mais cedo e em vez disso estava ansiosa de passar o dia só com Quinn, quem estava igualmente animada em compartilhar que ela estava disponível para cuidar da menor o dia inteiro. Quinn tinha acabado de limpar o creme no nariz de Beth e no meu nariz quando uma mulher se aproximou da mesa. Eu olhei para cima para encará-la e eu imediatamente reconheci a mulher, rapidamente usando as costas da minha mão para limpar o resquício do creme do meu nariz.

– Cassandra?

– Rachel Berry – a mulher sorriu para mim –, faz tempo que não nos vemos – seu sorriso charmoso forçou um similar ao dela em meus lábios. – Então você vai me dar um abraço ou ficar parada aí?

– Claro – eu ri para ela antes de me levantar e colocar meus braços em sua volta desajeitadamente. Cassandra me apertou com força antes de me deixar sentar de volta à mesa. Eu pigarreei e nervosamente comecei aquela conversinha.

The Donor - FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora