Capítulo 18

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Henry

A visão que me esperava quando parei na porta de Julia me fez prender a respiração. Ela estava segurando o travesseiro onde eu havia dormido perto do rosto e parecia estar respirando nele. Mas que porra? A visão foi direto para o meu pau. Isso queria dizer que ela estava me respirando? Não, ela não podia estar fazendo isto. Ela nem sabia que eu estava ali, muito menos que tinha dormido no seu escritório com aquele travesseiro, não é?

Limpei a garganta, sem querer prolongar minha própria agonia. Ela era linda, apesar de estar um pouco pálida. Me perguntei se estaria bem. Conversamos um pouco e fiquei feliz quando ela não reagiu à minha menção de Connor de outra forma que não platonicamente. Graças a Deus. Do jeito que seus emails foram eu pensei que isso tinha sido amor à primeira vista. Poderia até ser, para ele, mas não para Julia. Eu lidaria com a paixonite de Connor depois, aquele filho da puta não perdia por esperar. Precisava me entender com ele sobre seus comentários sobre como Julia corando era kryptonita.

Voltando para o escritório, percebi que a deixei corando de novo e, de novo, minha saída repentina foi para que ela continuasse sem ter ideia das minhas ereções incontroláveis na sua presença.

Ela passou pela porta aberta do meu escritório no horário do almoço e ouvi quando avisou Stephanne que estava indo na farmácia mais próxima. Eu estava certo, ela estava mais pálida de manhã. Esperava que estivesse bem. Um pouco depois, sua fragrância adorável atravessou minha porta aberta, me deixando saber que estava de volta, e imediatamente me senti mais calmo. Ridículo, realmente, um homem adulto estar tão... Tão a porra que eu estava.

Minha porta continuou aberta durante o restante do dia. Eu vi aquele maldito Baker aparecer para vê-la. Ela deve tê-lo mandado embora com o rabo entre as pernas, porque ele não ficou lá por nem um minuto. Um sorriso irônico passou pelo meu rosto, ela era boa, tinha que admitir. Quando Stephanne passou segurando o que parecia ser uma jarra de lírios, me levantei da mesa e fiquei de pé atrás da minha porta aberta. A reação de Julia parecia genuinamente surpresa, mas ela parecia feliz por receber flores tão belas. Stephanne contando a Julia sobre o cartão nas flores me deixou ainda mais interessado. Ela não sabia de quem elas eram. Por que seria? Nota mental: ela gostava de flores. Discuti comigo mesmo sobre por que isto importava. Eu estava realmente começando a me cansar agora. Precisava crescer.

Esperei o máximo que podia antes de me ver indo para a mesa de Stephanne, casualmente perguntando para quem eram as flores.

— Elas eram para Julia, coisinha sortuda. Ninguém me manda flores assim, nunca. — ela resmungou.

— Então, de quem eram? — perguntei, tentando sem muito sucesso soar casual.

— Não sei, Henry. Ela me colocou para fora do escritório antes de abrir o cartão. De qualquer forma, por que está interessado? — ela estava me olhando com curiosidade, como se estivesse tentando resolver o maior mistério do mundo. — Agora que estou pensando a respeito, você estava rabugento segunda, quando Julia não estava na reunião... — ela pausou por um momento antes de uma expressão de compreensão atravessar seu rosto. Me encolhi internamente. — Ah! Henry, foi você quem mandou as flores? — ela perguntou, erguendo uma sobrancelha. Merda, hora de começar a recuar.

— Não seja tola, Stephanne. Por que eu mandaria flores para Julia? E eu não estava rabugento na reunião, só fiquei surpreso por nossa mais nova associada não estar lá. Eu já sei o motivo e está tudo bem. — esperava que isso fosse ser o suficiente para acalmá-la e mudar o assunto. Precisaria ser mais cuidadoso com ela. — Então, preciso me desculpar com você sobre antes, sabe, sobre antes de ir para Paris. Me desculpe por não falar isso antes. Sou um babaca, eu sei, você não precisa me dizer.

— Já tinha me esquecido disso, Henry. Hmm, talvez se você me comprar umas flores eu pense em te perdoar. — ela acrescentou, com uma piscadela.

Enquanto voltava para o meu escritório, falei por sobre o ombro.

— Não force a barra, Stephanne.

Ela me mostrou a língua e eu soltei uma risada.

A porta de Julia se abriu e ela saiu, provavelmente para ver o que era o barulho, justamente quando eu estava passando diante dela. Ela reparou no meu rosto e sorriu timidamente.

— Está tudo bem aqui? Normalmente é tão quieto... — ela acrescentou, encarando suas sandálias de salto pretas e corando. Merda, eu estava duro de novo.

— Desculpe se a incomodamos, Julia, estávamos só sendo um par de velhas fofoqueiras. — Stephanne estava tentando ser divertida, mas não conseguiu. Não consegui deixar de rir. Steph gritou da sua mesa. — Ah, Julia, o Sr. Roger aqui está bem interessado em saber de quem te mandou as flores. Ele está distribuindo pedidos de desculpas também, então se ele estiver te devendo algum é a hora de cobrar.

Julia olhou de mim para Stephanne e de volta, sua pequena boca meio aberta, como se fosse dizer alguma coisa.

— Ignore ela, Steph está puta porque ninguém compra flores para ela. Ela me pediu para comprar, mas já disse para desistir. Vamos, vamos para o seu escritório. — peguei seu cotovelo antes de pensar no que estava fazendo, tentando ignorar os choques elétricos atravessando meu corpo, e fechei a porta atrás de nós.

— Me desculpe por aquilo. — falei, olhando para minha mão de novo. — Mas quando Steph começa, ela vai render o dia todo se não sair de perto. Agora, sobre as tais flores... Elas são lindas, aliás.

— Elas são de Connor, um tipo de agradecimento, eu acho.

Kenway... Eu deveria ter imaginado.

— Connor te mandou flores?

— Sim, tem algum problema nisso?

— Bem, não, só estou surpreso, ele não me parece o tipo de cara que manda flores, não é? Quer dizer, ele deve ter mais de dois metros e é largo.

— Henry, pare de exagerar. E eu não sabia que você precisar ser um tipo específico de cara para poder mandar flores para alguém. Acha que ele é menos homem por isso? — ela soou furiosa. — Ou talvez seja só eu.

— O quê? Não, nunca falei isso. Só acho que não o conheço tão bem quanto achei que conhecia. Só isso.

— Queria alguma coisa, Henry, ou posso voltar a trabalhar? — ela me dispensou friamente, realmente furiosa.

De volta no meu escritório, me senti um idiota. Não apenas Steph e eu havíamos atrapalhado o trabalho de Julia, mas então eu a insultara. Se ela já não me odiava, com certeza odiaria depois de hoje.

Decidi que precisava conversar com Connor e ver o que ele estava aprontando.

De: HenryRoger

Para: ConnorKenway

Precisamos conversar! Assim que tiver uma hora livre. Em breve.

Henry

Em cinco minutos meu celular tocou. Era Connor.

— Então, quando podemos nos encontrar? — perguntei, sem me preocupar em ser educado.

— Ah, olá para você também, Henry. O quê, nenhum "obrigado por me ajudar enquanto eu estava em Paris, Connor"? "Fez um bom trabalho com o caso de Julia, Connor"? Bastardo rabugento. Você quer marcar de dia ou de noite.

— Tanto faz, desde que seja logo. E sou grato pela sua ajuda com o caso, sabe disso. Então como está sua agenda?

— Está vazia agora, hoje à noite, e amanhã depois das duas da tarde. Quando preferir, sério.

— Okay, amanhã às três na minha casa. Traga a cerveja que providencio a comida.

— Adam e Fred vão estar lá.

— Okay, até amanhã então, e diga oi para minha Julia por mim. — ele desligou antes que eu pudesse rosnar para ele.

Merda, dava para notar que ele estava zoando comigo.

Tentação ProibidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora