Quando chegamos, Michele pegou uma das minhas mãos enquanto Beth se agarrou na mão de Quinn, e elas nos puxaram em direção à praia – elas sabiam que não podiam correr a nossa frente –, deixando Sant para pegar todos os seus brinquedos na mala do carro (algo que definitivamente não a deixou feliz).

Nós colocamos nossas toalhas de praia numa distância considerável do mar; perto o suficiente para as meninas correrem até o mar para buscar água para fazerem seus castelos de areia, mas longe o suficiente para Sant conseguir reclamar da "longa caminhada" quando ela tinha que acompanhar as meninas até o mar. Nós tínhamos levado comida, bebida, filtro solar e todos pareciam estar felizes. Especialmente Quinn.

No começo ela parecia muito hesitante em estar na praia. Assim que chegamos e nos estabelecemos ali, Sant tirou suas roupas, relaxando em seu biquíni assim como todas as demais pessoas na praia. Exceto eu e, claro, Quinn. Eu demorei um pouco para ficar só de biquíni porque eu não queria deixar Quinn desconfortável e, bem, eu não estava pronta para Quinn, uma quase estranha, me ver com tão pouca roupa. Eu não tinha problemas nos desconhecidos da praia me verem desta forma porque eu jamais os veria novamente, de qualquer maneira. Mas, se quase todas as pessoas eram inibidas em relação a pelo menos uma coisa, eu era inibida em relação a praticamente tudo. Tirar a roupa na frente de um estranho era difícil, mas na maioria das vezes você superava. Tirar a roupa na frente de alguém com potencial para se tornar alguém muito importante na sua vida era intimidador, principalmente porque o que quer que eles pensassem de você importava. E eu definitivamente me importava com o que Quinn pensava de mim. Uma boa parte de mim pensava que ela jamais julgaria alguém com base na aparência física, de qualquer forma, devido ao julgamento que ela própria parece fazer em relação a si própria. Mas tente falar isso às minhas inseguranças.

Eventualmente, porém, eu percebi que minhas inseguranças não eram nada se comparadas às inseguranças demonstradas por Quinn. Depois de algum incentivo de Sant, eu finalmente reuni coragem para tirar minha roupa, tentando passar despercebida por Quinn – o que Santana me revelou ter sido uma tentativa fracassada.

– Ela estava babando em cima de você, Rach – Sant me disse quando ela veio deitar do meu lado na toalha de praia. Quinn tinha acabado de sair para comprar algumas garrafas de água na lojinha, já que ela já tinha entornado as que trouxemos com toda a ansiedade que sentia. Ela levou Beth, quem queria olhar mais brinquedos de praia. Assim que ela se afastou o suficiente para não nos ouvir, Santana achou que era necessário dividir comigo aquela pequena informação.

– Estava nada!

– Estava! Ela não conseguiu tirar os olhos de você, mesmo tentando muito – ela tentou explicar. Eu rolei meus olhos em descrença. Eu não tinha tentado chamar a atenção de Quinn enquanto me despia, mas eu me interessava em saber onde os olhos dela estavam fixados quando eu tirei a roupa e definitivamente não eram em mim.

– Santana, você pode calar a boca? Quinn nem estava olhando para mim. Ela não olharia para mim.

– Ela não olharia para uma garota gostosa com uma bunda cubana enorme que está vestindo quase nada? – Santana me perguntou com a sobrancelha arguida. – Aham, vai nessa. Eu estou apenas surpresa que eu não vi uma tenda se levantar nos shorts dela.

– SANTANA!

– Hey, Rae, Beth disse que....

– Caralho! – Eu coloquei minha mão sobre meu peito no susto que levei ao ouvir a voz de Quinn. Eu não tinha notado que ela estava parada bem ali próxima da gente. Eu não a tinha ouvido se aproximar. Bem, é claro que não ouviu, ela estava andando na areia!

– Mamãe, essa palavra é feia! – Beth me repreendeu com as mãozinhas na cintura.

– Desculpa, baby, eu apenas me assustei – soltei uma risada baixinha enquanto tentava regular minha respiração acelerada.

The Donor - FaberryWhere stories live. Discover now