1. Just to find a love that feels this right.

536 37 66
                                    



n.a.:
Existe uma diferença nessa idade, mas eu gostaria de deixar bem claro, ao longo da narrativa, que não concordo com relacionamentos de idades tão distintas e entre professor/aluno, sou chata mesmo. HUAHAUHAA Porém, é ficcional, eu explico, durante esses três pequenos capítulos, que o mais novo sempre foi o que deu o "ponta pé inicial" pra tudo. Não é uma justificativa, mas foi a que eu encontrei, afinal, essa fic foi um prêmio de um concurso na outra rede social e o tema foi sugerido pelas ganhadoras. ♥

Enfim, não vou enrolar muito. <3

------------------------------------------

- Qual é, Mikes! Eu sei que você tá escondendo alguma coisa. E tipo... Uma coisa das grandes. – Frank grunhiu as frases, adentrando a sala de artes (um grande quadrado colorido em meio às salas tediosas de Lawrenceville, o maldito colégio interno em que a mãe havia lhe arranjado uma bolsa generosa de estudos), a mochila de couro gasto pendurada pela alça em um dos ombros e o olhar cravado na face do melhor amigo. Não precisava somar um mais um para descobrir que o "dois" da expressão impassível de Mikey era um segredo escondido.

Odiava quando Mikey tinha segredos. Ou qualquer coisa misteriosa em seu olhar. Achava ridículo quando o magrelo mexia em seus óculos, com aquela pseudo intelectualidade e o fazia erguer o rosto para olhá-lo melhor, como se Mikey fosse o Deus supremo de todas as verdades. Frank tinha experiência em ser um bom amigo e sabia que o mais alto se considerava assim. Ás vezes, Mikey era quase convincente, se Frank não soubesse que geralmente fazia um drama gigantesco para algo muito bobo. E, mesmo assim, ele ainda ficava curioso para descobrir qual era a bobeira da vez.

Mesmo que lhe custasse ficar resmungando durante todo o trajeto até a enorme mesa branca que havia auto intitulado sua, da sala de artes. O lugar possuía espaço para um grupo de cinco pessoas, mas Mikey e Frank sabiam espalhar suas mochilas e matérias escolares muito bem para apenas duas pessoas se sentarem ali. Não gostavam de se misturar e havia sido assim desde o primeiro ano.

Agora, no último, as pessoas sequer se intrometiam na poderosa dupla que formavam. A não ser Bert, mas o amigo mais pirado sequer dava as caras no colégio, então nem se preocupavam em guardar lugar para ele. Bert só aparecia na aula de música ou literatura. Ás vezes nem nas duas. McCracken era um dos bolsistas, mas, mesmo faltando e sendo um péssimo aluno, conseguia passar por todas as provas finais com tranquilidade. Mikey e Frank tinham a teoria de que ele era rico e escondia de todo mundo, o que logo sumia, quando Bert aparecia com o uniforme do colégio quase resumido a trapos. Eles conviviam com pessoas riquinhas todos os dias, era praticamente impossível alguém com tanto dinheiro se vestir como Bert.

Quanto aos dois: Mikey e Frank se obrigavam ao usar o uniforme formal do colégio (terno e calça em um tom de azul escuro, a camisa branca impecável debaixo daquilo tudo, juntamente da gravata naquele tom de vinho antiquado), embora ainda parecessem descolados demais. Way, com seus óculos retangulares e as inúmeras touquinhas que usava ao longo da semana... E Iero, com os olhos ligeiramente delineados, realçando o tom âmbar, e as unhas pintadas de preto. As tatuagens... Bem, a grande maioria era imperceptível, apenas a de escorpião era visível e isso lhe dava uma errônea fama de bad boy na instituição.

Frank não fazia mal nem ao menos a uma mosca, chorava quando era injustiçado e só gostava de se isolar, por saber que não encontraria pessoas tão legais quando Mikey e Bert naquele colégio. Sabia que não se encaixava e se achava sortudo o suficiente para encontrar duas pessoas fantásticas naquele colégio repleto de gente esnobe e mal educada. A família de Mikey era rica, possuía propriedades em toda Nova Jérsei, mas nem assim o amigo parecia gabar-se disso por aí.

Iero e Way se entendiam perfeitamente bem. Desde o gosto estranho para músicas, até o de filmes de terror e as piadinhas de humor negro que alegravam suas manhãs tediosas naquela instituição. Era desagradável passar tanto tempo longe da cidade (os alunos dormiam em Lawrenceville e só possuíam permissão para sair no fim de semana) e o único pedacinho de normalidade que tinham era aquela amizade excêntrica e, acima de tudo, verdadeira.

They Don't Know About Us || FrerardWhere stories live. Discover now