Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)

Quarenta e quatro

×Samyra×

Depois que ouvi da Emilly/Yanka que ficarei em segundo plano, não disfarcei o medo que tomou conta do meu interior.
Logo Claire entra na cozinha acompanhada de outros doadores.

_Por sugestão da Central de Ajuda, vocês irão ganhar um aparelho telefônico._Ela coloca uma caixa grande em cima da mesa._Não sei por que eles se importam com vocês.

_Ah, cala a boca, Claire._Nina diz surpreendendo-a._Passa logo o meu aí.

Ela faz uma cara de reprovação e abre a caixa. Cada celular está dentro de uma caixa menor contendo o nome de cada um no exterior. Claire vai chamando os nomes de cada um e entrega seus aparelhos.

_Bom, esses aparelhos é uma prova de que os vampiros se importam com vocês. Através deles vocês podem comunicar-se com seus familiares, amigos e etc._Ela fecha a caixa vazia._Bom, usem com cuidado. Qualquer coisinha, poderão ser punidos.

Ela sai rebolando naquele vestido inapropriado para a idade dela. Pego meu aparelho e vejo que dentro da caixinha tem um pedaço de papel. Olho pra Vera e ela balança um papel em minha direção. No papel está escrito um número e um aviso pedindo para ligar sempre que quiser. Aproximo-me de Vera e arrasto ela pra um canto da cozinha.

_Eu irei ligar para elas hoje mesmo._Sussurro._Você me dá cobertura se perguntarem por mim.

Vera assente e se mistura com os outros doadores. Saio de fininho até a área externa da ala e disco o número no telefone. Coloco pra chamar e em três toques alguém atende.

_Alô?_Ouço a voz da Margot.

_Sou eu, a Samyra._Respondo._Precisamos esclarecer umas coisinhas. Coisas essas que não foram ditas a mim em nenhum momento desde quando aceitei fazer parte da Resistência até agora.

_Diga então, Samyra. Estou com tempo livre pra você._Sua voz me irrita ainda mais.

_Por que vocês colocaram uma bruxa dentro do meu corpo?_Pergunto um pouco alto logo arrependendo-me._Vocês estão loucas?

Um silêncio fica no ar e não consigo ouvir o que ela sussurra para alguém.

_Estou aguardando uma explicação, Margot._Estranho a demora.

_Samyra, como você está sabendo disso? Como essa informação chegou até você?_Sua voz entrega seu nervosismo.

_Não importa!_Berro tentando controlar-me._Tem uma bruxa dentro de mim e eu sei que vocês a colocaram aqui através daquele líquido. Por que vocês fizeram isso? Acham mesmo que ela irá se vingar de Héctor por vocês?

_Não seja idiota, Samyra._Sua voz agora é ríspida._Precisamos eliminar o Héctor e toda essa raça de vampiros imundos. Precisávamos achar uma sangue Z que fosse descendente de bruxa. Encontramos em você a chance de livrar o mundo desses monstros.

_Não seja idiota você, Margot. Você acha que eu não descobriria? Essa Salim já deve estar acordando e eu não quero morrer._Sinto um nó na minha garganta._Eu prometo que vou dar um jeito de matar vocês.

Escuto sua risada debochada do outro lado da linha e tenho vontade de estourar o aparelho em minha mão.

_Colocamos pessoas vigiando seus pais e um passo em falso seu, acabamos com eles. Vai arriscar perder seus pais, Samyra? Melhor deixar a Salim vir e podemos fazer de tudo pra trazê-la sã e salva.

_Eu odeio todos vocês.

Desligo a chamada e deixo algumas lágrimas caírem. Enxugo rapidamente e quando viro-me para ir embora, dou de cara com o Bryan.

_Shiu._Ele leva o dedo indicador aos lábios._Eu já sei que você é imune aos nossos poderes.

_Co-como?

_Não se finja de idiota, bonita._Ele cruza os braços._Mas eu tenho uma certa curiosidade. Por que nossos poderes não te afetam?

_Eu não sei._Minto._Não sou nenhum ser sobrenatural, mas também não sei o por quê disso. Fingi pra salvar a minha pele. Sei que no meu lugar você faria o mesmo.

_Você é de fato muito esperta._Ele se aproxima e toca no meu queixo._Agora eu sei que o trouxa do Albert está mesmo apaixonado por você.

_Não acho._Dou um passo para trás._O Albert é grosseiro comigo e isso não é demonstração de amor.

_Eu sei o que eu estou dizendo._Ele olha dentro dos meus olhos._Estranho. Seus olhos eram de um dourado cintilante e está mudando de cor. Bom, a gente ainda vai se esbarrar por aí.

Ele some rapidamente e eu enfim posso respirar em paz. Eu estou numa casa de loucos. Meu Deus, onde eu fui me meter?
Guardo o celular no bolso e volto para o quarto. Todos estão conversando no chão do quarto empolgados com seus aparelhos telefônicos. Passo direto e deito na cama. Começo a pensar nos meus pais que não tem culpa de nada e estão sob a mira de pessoas perigosas. E tudo por minha culpa. Meus olhos enchem-se de água, mas antes de me permitir chorar, ouço Yanka me chamando.

_Samy?_Ela me chama.

_Oi, Yan... Emilly._Me corrijo rapidamente._Algum problema?

_Posso subir aí pra falar com você?

Afirmo com a cabeça e ela sobe no beliche. Enxugo as lágrimas que não desceram e encaro seu rosto.

_Seus olhos já estão mundando de cor..._Ela toca no meu rosto.

_Eu sei. Já ouvi isso hoje.

_Darei um jeito da Salim manter sua identidade preservada aqui dentro. Até por que ela estará usando sua aparência. Pode complicar muita coisa pro seu lado.

_É disso que eu tenho medo._Olho pra minha mão._Eu estou com tanto medo. Eu só queria voltar no tempo e não ter ido me inscrever pra ser doadora. Minha perdição foi ter feito isso.

_Oh menina, não entristeça vosso coração._Ela toca no meu peito._Eu sinto que você tem um coração bom. Sei tambem que Salim não quer te proporcionar tristeza.

_Estou perdida..._Sussurro antes de deixar as lágrimas banharem meu rosto.

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