Capítulo um - Rossane

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           Cabelo, está! Maquiagem, está! Sapatos, está! Confiança? Espero que sim. Hoje é o meu primeiro dia de trabalho na "Simply Perfect", uma empresa grande de cosméticos, e estou muito  nervosa. Eu serei a assistente de Vincent Flynn, um homem que dizem ser do pior. Eu nunca o vi na minha vida. Apenas tenho de me manter firme para conseguir manter o emprego. Não deve ser tão difícil assim aturar aquele homem.
           Eu sei que sou uma pessoa bastante sensível, mas ele não deve ser do pior. Bom, pelo menos eu espero que não. As pessoas podem sempre nos surpreender. Eu acredito que sim.
          Suspiro e pego na minha bolsa. Tudo o que eu tenho que fazer é agir como uma profissional. Não posso deixar uma má impressão principalmente no meu primeiro dia. Senhor Flynn tem de me ver como alguém indispensável.
          Minha melhor amiga Nia sai do quarto vestida com um terno cinza e o cabelo num coque. Ela é linda, magra, é descendente de asiáticos, tem uns olhos pretos puxados e um sorriso lindo. Não sei o que eu faria sem ela.
            Nos conhecemos aos dez anos no orfanato. Eu tinha acabado de perder meus pais e ela vivia lá desde os dois anos. Eu ficava sempre isolada e ela era a única que falava comigo. Daí, fomos nos tornando grandes amigas. Fomos nos tornando irmãs.
           Quando finalmente saímos do orfanato, nos focamos em estudar arduamente e procurar um emprego para poder comer e pagar as nossas contas. O que não foi assim tão fácil. 
           Nia sempre foi super inteligente e se saiu melhor que eu, pois ela é advogada e eu tenho muito orgulho nela. 
             — Você está pronta para o seu primeiro dia de trabalho na Simply Perfect? — Ela pergunta sorrindo para mim, enquanto gira as chaves do carro nos seus dedos.
             — Eu estou com certeza! — Bem, eu acho que estou. Suspiro. — Eu estou nervosa.
              — Não se preocupe que vai correr tudo bem. Você vai ver. Até o fim do mês você será a melhor funcionária.
            — É impossível.
          — Você é muito cética, sabia? E mais! Você está linda!
          — Você também está, amiga. — Sorrio.
            — Eu sei. — Ela anda até mim e me abraça. — Estou orgulhosa de você!
            — Eu também.
            — Vamos?
            — Claro que sim.
            Saímos do apartamento e entramos no BMW Série 2 Active Tourer. Não sou boa quando o assunto é carros, mas como Nia vive o tempo todo me dizendo sobre o seu carro, decorei a marca.
           Entramos no carro assim que o telefone de Nia tocou. Ela revira os olhos e atende.
           — O que você quer? — Seu tom é ríspido. — ... Sério?... Vou fingir que acredito... Cala a boca e me deixa em paz! — Ela desliga.
            — Problemas no paraíso? — Pergunto tentando evitar um riso.
            — Thomas me tira do sério! Ele acha que eu vou perdoar o que ele fez? — Ela coloca a chave na ignição e liga os motores.
             — Ele apenas estava abraçado com uma... amiga e você entendeu tudo errado. Nem deu tempo dele explicar.
             — E se não for apenas uma amiga?
             — E se for?
             — Você viu! O jeito que eles se abraçaram e sorriam, por isso não podem ser apenas amigos.
             — Você é muito ciumenta, Nia! Oiça o que Thomas tem a dizer.
            — Já chega desse assunto, por favor!
            — Como você quiser. Mas eu acho que você devia conversar com ele.
            — Porquê é que eu iria ouvir alguém que nunca teve namorado? — Uau! Essa doeu.
            — Tem razão. — Digo me preparando para me esconder no meu mundo de tristeza.
            — Aí, Roxy, desculpa. Eu... estou apenas zangada. Não queria descontar a minha raiva em você!
            — Não faz mal.

             O carro pára na frente do enorme edifício da Simply Perfect. Saio do quarto e despeço Nia.
              Um novo mundo dentro desse lugar. Suspiro e entro. Meus passos infelizmente são tão inseguros que me denunciam. Cumprimento a recepcionista e entro no elevador.
           Tenho vontade de voltar para casa e fingir uma gripe, assim não tenho de trabalhar por aqui. Ou posso desmaiar para que possa ir para casa porque hoje eu não estou preparada para isso.
             Quando chego no piso superior, as portas se abrem. Meu coração bate forte quando oiço passos ecoarem pelo lugar. Um homem sorri quando me vê e se for senhor Flynn, acho que não é tão mau como dizem.
           — Bom dia, eu sou a nova assistente do senhor Flynn.
            — Muito prazer! — Estende a mão para mim. — Sou o Victor Flynn, o irmão do seu chefe! - Ele sorri e eu aperto a sua mão.
             — Muito prazer. Sou a Rox... — Paro como se tivesse esquecido o meu nome. — Rossane. Rossane Cole.
            — Bem, o meu irmão ainda não chegou, por isso esteja a vontade. — Ele ri. — O seu local de trabalho é ali. — Aponta para a secretária na frente de uma porta. — Ali, é o escritório do meu irmão. — Aponta para a porta.
             — Obrigada, senhor Flynn.
             — Boa sorte com isso! — Ele sorri e entra pelo elevador.
             Boa sorte com isso. Será que se refere ao seu irmão? Isso apenas serviu para me deixar mais nervosa do que já estou. Espero não ser demitida no meu primeiro dia de trabalho.
             As portas do elevador se abrem e eu me viro imediatamente. Uma mulher ruiva se aproxima com um sorriso e me abraça. Eu não entendo nada.
             - Olá! Você deve ser a nova assistente do senhor Flynn. Sou a Jennifer Morissette, assistente do senhor Victor Flynn. — Seus olhos azuis brilham. Parece que as pessoas são simpáticas por aqui.
            — Sou a Rossane Cole.
            — Finalmente vou ter alguém para conversar a hora do almoço. Quer dizer, alguém além de Gus. Você quer almoçar comigo? Você não vai se arrepender. — Sorri.
             — Sim, eu adorava.
             — Ótimo! Tchau. Nos vemos depois. Preciso ir antes que o seu chefe assombroso chega. Você vai ver que quando ele chegar, o céu vai escurecer, as galinhas vão gritar, os cachorros vão latir, os pássaros vão imigrar e a sala vai ficar muito gelada. — Ele é assim tão horrível?
           — As galinhas não gritam. — Digo rindo.
           — Não importa. Ele é tão frio que congela a alma das pessoas. Ele é impossível. Sabe quantas secretarias ele teve em apenas dois meses? — Faço que não. — Onze. Você é a décima segunda. Boa sorte com ele!
            Fiquei com medo.
            — Obrigada. — Minha voz está trémula.
            Ocupo a secretária na frente do escritório do senhor Flynn e tento me acalmar. Inspira e expira, inspira e expira, inspira e expira. Tudo vai correr bem. Tudo vai correr bem.
           Repito mil vezes na minha cabeça para relaxar. Espero que funcione.
            Senhor Vincent Flynn. Ele é licenciado em gestão, e em economia. Deve ser alguém super. Mal posso esperar para ver o meu chefe. Mas também espero que seja um doce de pessoa.
           Me assusto quando o telefone toca. Eu atendo segurando o telefone com as mãos tremendo. Eu sou impressionante. Não num bom sentido, infelizmente.
            — Simply Perfect,  Assistente de senhor Flynn, em que posso ajudá-lo? — Respondo com a voz firme. Felizmente.
           — Sou eu Victor. Quando o meu irmão chegar diga que teremos uma reunião com os investidores na hora do almoço.
            — Sim senhor, mais alguma coisa?
            — Apenas quero te desejar boa sorte. Você vai precisar. — Desliga.
           Eu não entendo porquê...
          As portas do elevador se abrem, mas eu não olho ainda para lá. Deve ser o meu chefe. Com certeza que é ele.
           Seus sapatos batem no chão me fazendo virar em sua direcção. Está com um terno preto e ele é lindo de morrer. Cabelos castanhos, alto, olhos azuis e deslumbrantes, já para não falar do seu corpo musculoso dentro desse terno, que deve ser mais caro que o carro de Nia. Eu pestanejo mais de vinte vezes para ver se é real.
         — Bom dia, senhorita Cole. — Ele diz e se dirige para o escritório.
             — Bom dia, Senhor Flynn! — Digo antes dele fechar a porta. Seu olhar nem cruzou com o meu.
            Acho que isso não é assim tão mau. Ele comprimentou e entrou na sala. O que há de errado com isso? Absolutamente nada. Mas porquê que todos diziam que ele é do pior? E a tal de Jennifer exagerou rodondamente sobre o frio e o céu escurecer.
          O telefone toca novamente.
          — Simply Perfect,  Assistente de senhor Flynn, em que posso ajudá-lo?
            — É Bruno Perez. Diga ao senhor Flynn que precisamos de fazer a revisão dos novos cosméticos.
             — Sim, senhor. — Desligo.
             Ligo para o senhor Flynn. Meu coração bate forte quando começa a chamar, e quando ele atende, meu coração sai pela boca.
             — Sim, senhorita Cole? — Sua voz está completamente aborrecida. — Alguma coisa na minha agenda?
             — Sim, senhor...
             — Venha para a minha sala! - Desliga na minha cara.
             Me levanto e levo o Tablet que tenho apontado tudo. Abro a porta cautelosamente e vejo senhor Flynn sentado na sua cadeira olhando para mim com um olhar assustador, que me faz congelar no lugar.
         — Se há algo que eu detesto é a timidez, menina. Agora entre, fecha a porta e diga o que tem de dizer. Depois pode sair voando para fora da daqui.
          Uau! Estou estupefacta!
          Me aproximo dele e olho na cadeira na sua frente. Não sei se me sento ou se não. Ele arqueia uma sobrancelha, depois suspira.
            — O que está esperando? Que te mostre como se deve sentar? Ou melhor! Quer que eu faça um desenho? — Diz com um tom bastante hostil.
            Sento na sua frente, mas deixo o Tablet cair no chão. Olho para ele que está furioso e abaixo para procurar o Tablet. Está nos seus pés. Como isso foi parar ali? Eu não vou caber ali.
         Levanto da cadeira e vou para o lado do senhor Flynn. Agaicho em suas pernas perfeitas e o apanho. Ainda de quatro no chão olho para cima para ele, que me dá um olhar mortal. Congelei.
           — Por acaso sou a medusa? — Pergunta irritado. Não consigo responder, por isso aceno a cabeça em negação. — Então porquê parece uma estátua aí em baixo? 
          Eu apoio nas suas pernas para me levantar e caio sentada no seu colo. Fecho os olhos. Oh Céus! Isso não está acontecendo!
         — Se você não sair, eu a demito! — Sua voz está áspera.
          Me levanto imediatamente me apoiando no seu ombro e me mantenho em pé. Vou para a cadeira na sua frente, mas caio nela sentada. Que vergonha!
             — Preciso rever o grau de incompetência dos meus empregados mesmo. — Diz acenando negativamente. — Me diz o que está na minha agenda se o maldito Tablet não estragou.
            — Sim, senhor. — Felizmente não estragou. — O senhor terá uma reunião com os investidores na hora do almoço, e também precisa rever os novos cosméticos acabados de ser produzidos.
            — Apenas isso? — Olha para o computador.
            — Sim. — Digo.
            — Sim o quê? — Olha para mim com fúria.
          — Sim, senhor.
            — Sim senhor quê? — Por favor! Ele é mesmo impossível.
            — Sim, senhor Flynn.
            — Pode sair!
            Eu levanto, mas caio novamente na cadeira e rio de vergonha, contudo o senhor Flynn não ri.
           — Acha que a sua figura triste tem graça? — Seu tom é arrogante.
           — Não, senhor Flynn. — Levanto e ando até a porta.
           — Senhorita Cole? — Me viro.
           — Sim senhor?
           — O seu Tablet. — Olho para a secretária.
           — Oh sim! — Volto para buscá-lo e vou até a porta. Empurro, mas não abre. Empurro novamente.
           — Puxe, não empurre! — Diz impaciente.
           — Obrigada, senhor Flynn. — Puxo e saio.
          Que vergonha! Que vergonha! Oh céus! Será que existe alguém no mundo que tenha passado uma vergonha pior que a minha? Eu duvido muito. Essas coisas só acontecem à Rossane Cole.
            — Preciso me acalmar. — Digo.
            Volto para o meu local de trabalho e o meu telefone toca novamente. Atendo.
           — Então como está indo tudo?
              — Quem é?
             — Jennifer.
            — Olá, Jennifer! As coisas estão indo bem.
            — Com Vincent Flynn? Espera só um pouquinho. Você vai ver do que eu estou falando. Não trocaria de lugar com você. Felizmente trabalho com senhor Victor. Ele é bom para caramba.
           — Sorte a sua. Preciso desligar. Nos vemos na hora do almoço.
            — Claro. Tchau. — Desligo.
            O telefone toca novamente. Antes que eu diga qualquer coisa, oiço a voz de senhor Flynn.
            — Traga um café para mim. — Diz e desliga.
           Levanto e vou para a cozinha. Tiro uma chávena e sirvo o café da máquina de café para a chávena.
          Ando cautelosamente até o escritório dele. O abominável homem de terno. O senhor Flynn. Senhor Vincent Flynn. Era tão bom se ele queimasse com o café. Rio enquanto chego até ele.
             — Se espera que eu me queime, acredita que você também vai se queimar! — Ruborizo. Ele leu a minha mente? Bruxo!
             Ele bebe o café e faz cara de alguém que bebeu veneno.
            — É impressionante. Há alguma coisa nessa vida que você saiba fazer? A sua incompetência me assusta! — Ele me entrega a chávena de café. — Faça outro!
            — Sim, senhor Flynn. — Saio da sua sala xingando todos os seus antepassados. Como alguém consegue ser assim?
             Faço outro café e levo até ele. Mas ele não faz cara estranha. Cospe o café no chão.
             — Piorou! Sabe que mais? Me traga um chá verde.
             Faço o que ele diz e trago o chá. Ele ri sem humor algum.
             — Tudo o que você tinha que fazer era colocar a saqueta na água quente! — Fica sério. — Desapareça da minha vista!
            — O senhor está me demitindo? — Pergunto apavorada.
            — Quem me dera! Pediria esse desejo no meu aniversário, mas infelizmente não. É seu primeiro dia. Talvez amanhã melhore. Assim espero. — Diz última parte para si mesmo.
           — Com licença, senhor.
           — Senhor Flynn! — Diz irritado.
           — Sim, senhor Flynn. Com licença. — Saio do seu escritório e volto para a minha secretária.
           Comecei a trabalhar apenas hoje e já estou farta do meu chefe. Impressionante. Mas talvez ele esteja assim porque teve um problema antes de sair de casa. Porquê se ele é assim, que Deus me acuda!

            Na hora do almoço, Senhor Flynn saiu do escritório segurando a jaqueta no ombro e se aproximou de mim.
            — É hora do almoço. Você pode sair, mas não ouse em chegar tarde. Entendeu?
            — Sim, senhor Flynn.
           Ele se dirige ao elevador e entra. Antes que as portas se fecham olho para ele. Com uma mão no bolso, outra segurando a jaqueta no ombro, seus olhos em mim. Ele seria o modelo perfeito. Ele olha para mim de cima a baixo e sorri maliciosamente. Então as portas se fecham.

            Jennifer me leva para o restaurante ao lado. Não é muito caro. Para pessoas da minha classe social. Vamos com Gus, um homem ruivo, lindo, e sorridente. Pedimos filetes de pescada e comemos.
              — Como correu? — Jennifer pergunta. Não consigo mentir.
              — Horrível! Vocês não vão acreditar. Eu ia sentar e deixei cair o Tablet no chão que foi parar nos pés dele, depois tive que me ajoelhar nos seus pés para apanhar, mas antes de levantar eu olhei para ele e ele disse: "Por acaso sou a medusa?" — Imito a voz dele. — Tentei levantar apoiando nas pernas dele e cai sentada no colo do meu chefe. — Eles riem.
           — Uau! — Gus diz.
           — E sabe que mais? Eu cai sentada na cadeira quando queria levantar e não conseguia abrir a porta. E ele cuspiu o café na minha frente.
             — Acho que ele até foi simpático com você hoje. — Jennifer responde sorrindo.
             — Simpático? Se assim ele é simpático, então não quero ver ele zangado. — Eles riem.
            — Infelizmente, você verá. — Gus pisca um olho para mim.
            — Mas me diz! Você não acha ele um gostosão?
            — Bem, não reparei bem.
            — O quê? Por favor! Ele é lindo de morrer. Sempre que vejo ele só o imagino sem roupa. — Jennifer fecha os olhos. — Imagina os peitorais, os biceps, os abdominais, as pernas. — Ela abre os olhos. — Pena que jamais verei ele pelado.
           — Se quer tanto entra na casa dele às escondidas, vai ao quarto dele... — Gus começa, mas ela o corta.
           — Wow! Você acha que eu ainda não tentei isso?
           — Você tentou? — Pergunto chocada.
           — Sim, mas com o irmão dele. Eu estou loucamente apaixonada por ele.
           — Por quem? Victor Flynn? — Gus pergunta com normalidade.
            — Claro que sim. Ele não é como o Vincent Flynn. O seu chefe é insuportável, Rossane. A única coisa que ele tem de bom é a estrutura física.
            — Vocês mulheres só falam disso?
            — Até parece que numa roda de homens só falam de esporte. — Ela revira os olhos.
            — Não! Falamos também de mulheres, mas não na frente delas!
           — Como queira!

            Subo no elevador e me dou de cara com senhor Victor Flynn. Ele sorri para mim depois olha para mim profundamente.
           — Você é bonita. Talvez podesse ser uma das nossas modelos. — Olho para ele. Eu? bonita?
            — Não obrigada. Eu não gosto de ser vista.
            — É só usar o nosso produto, tirar uma foto e ser vista por toda a cidade por algum tempo, depois as pessoas esquecem. 
            — Eu prefiro permanecer no escuro.
            — Como foram as coisas com o meu irmão? — Muda de assunto.
            — Bem intensas!
            — E ele está feliz hoje.
            — Espero que esteja sempre feliz. — Se aquilo não foi fúria então não quero ver ele furioso.
            As portas abrem e ele sai. — Tenha uma tarde maravilhosa.
            — Obrigada, senhor Flynn. — As portam se fecham.
             Chego ao andar superior e saio do elevador. Sento na minha secretária. Espero que o dia termine bem.
             Senhor Flynn aparece em seguida. Ele caminha até mim e olha para mim como se fosse uma espécie estranha.
            — Você está demitida! — Ele diz. O quê? Não chore Rossane! não chore! Digo para mim mentalmente, mas as lágrimas caem. O meu pesadelo se concretizou.

Entre Mim & Você | DEGUSTAÇÃO Where stories live. Discover now