Capítulo Um - Bjorn e Malika

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    Uma breve história...

    No ano de 849 depois de Cristo os vikings da Noruega, Suécia de Dinamarca começaram a expandir seu "campo de pilhagem". Enquanto os dois primeiros grupos concentraram-se em Portugal os dinamarqueses foram bem mais ambiciosos, chegando até as terras quentes e exóticas de Al Andaluz, parte da Espanha que seguia a fé Árabe. Lá encontrariam uma terra de riquezas imensuráveis e relativamente pouca resistência dos nativos de pele cor de oliva. O povo do marrocos se referia aos invasores como "Al-Majus"(os magos), ou simplesmente "adoradores do fogo", pois eram um povo pagão, inclinado a violência e com costume de adorar as forças da natureza.

 Mas logo o povo de Andaluz se cansou de tanta guerra e ódio por parte dos Majus e expulsou-os de volta para sua terra. Pouco tempo depois uma trégua foi firmada pelos dois lados, garantindo que não se atacariam e até mesmo poderia vir a trocar recursos pacificamente. Por dez anos não houveram notícias de exaltação por nenhum dos lados. Isto é, até agora...

Costa dinamarquesa, 859 d.C

    Bjorn acomodou seu escudo na lateral do drakkarque usaria para cruzar o oceano. A ponta da embarcação tinha uma escultura em forma de cabeça de dragão que havia acumulado um pouco de neve durante a noite. Ulrik, que havia participado da incursão anterior anos antes lhe dissera que o lugar era quente como um braseiro e só se via areia para todos os lados, como uma enorme praia sem água. Ele estava curioso em admirar tais terras, apesar de não imaginar o que poderia haver de interessante num lugar como este.

 Há alguns meses atrás uma frota de doze drakkars já havia partido em direção as terras arenosas. O povo mais ao norte já se encontraria quase a meio caminho de seu destino agora e em pouco tempo eles fariam o mesmo. Seus esforços seriam concentrados em uma pequena vila que não ficava muito longe da praia e era alimentada por um único braço de rio. Ele esperava encontrar pelo menos um pouco de ouro lá. Compraria um novo barco de pesca e quem sabe uma extensão de terra maior.

 Os demais guerreiros começaram a embarcar e acomodar-se, entre eles quatro mulheres. Este era um costume normal para seu povo: Servir aos deuses independente de seu sexo para ganhar o direito de acessar os salões de Valhala*, onde o hidromel jorrava de fontes e a música nunca parava. Seu amigo Ulrik acomodou-se logo à seu lado. Tinha a barba ligeiramente grisalha dividida em duas longas tranças adornadas com contas de pratas e um dos olhos faltando, perdido para um maldito galês ainda na juventude. O homem grande e de bochechas coradas deu-lhe um tapa forte nas costas e riu alto.

- E então, rapaz? Pronto para conhecer as éguas andaluzes?

 Claramente ele não se referia aos animais, mas sim as mulheres do lugar. Para Bjorn elas eram apenas números. Somatória para um lucro maior. Diziam que eram criaturas exóticas. Delicadas com a pele bronzeada e suave feito orvalho. Mas para ele isto não interessava. Já chegando aos vinte e oito anos, idade surpreendentemente alta para um homem estar solteiro, suas intenções estavam com Vibeke, a filha do ferreiro. Criatura encantadora e graciosa, caseira e excelente nos trabalhos manuais lhe renderia uma boa esposa, presenteando-o com uma bela quantidade de filhos fortes e guerreiros.

- ...Bem - disse, finalmente acordando do transe. - Espero que sejam tão vistosas como você anuncia. Todo o norte está carente de mulheres e pretendemos que os espólios sejam bons na hora da divisão!

- Ha, jovem filho de Aren! Sempre centrado nos negócios! Parece um velho!

- Oras, Ulrik estou apenas prezando pelo meu futuro e pelo de minha tão logo esposa.

- Falas de  Vibeke, a filha do ferreiro? Criatura lindamente desenhada, não é mesmo? Lindos cabelos, voz doce, enormes...qualidades... - O mais velho comportou-se ao receber o olhar de reprovação do amigo.

A Estrangeira (Degustação)Where stories live. Discover now