Capítulo vinte e cinco

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Dan era tão criativo que decidiu me levar pra um barzinho com uma música xexelenta. Ele meio que se sentou em um banquinho, ao lado de uma mulher cigana e pediu um petisco. Fiquei lá, encarando ele, como se estivesse rodeado de baratas, até que decidi perguntar.

− Qual é a sua definição de diversão?

Ele pegou um petisco. Camarão mergulhado no sal e no limão.

− Não posso comer um petisco antes de ir dançar? – ele me perguntou. Limão e sal escorriam pela sua boca elegante.

Fecho a cara.

− Poderia ter me avisado antes de sair do seu apartamento. Eu teria feito miojo.

Ele fez uma careta, entortando a boca.

− Não tem em casa. Tenho que fazer compras.

− Imprestável.

− Não me xinga, não.

− Quero sair desse bar deprimente.

− Aqui tem a melhor vodca do mundo. Quer experimentar?

Eu duvidava – e muito – sobre aquele lugar vender a melhor vodca do mundo. Eu só queria dançar, soltar a franga em alguma boate e voltar para casa sem se lembrar de nada como nos velhos tempos, mas dessa vez eu não teria a minha bunda desfolhada pela minha avó.

Meu coração se aperta de repente, por pensar na minha querida avó. Como será que ela estava? De repente, uma vodca do bar esdrúxulo não seria tão ruim.

− Você está bem? Você parece meio morta...

− Eu estou morta, seu filho da mãe! Termine de comer esse inseto e vamos dançar.

− Não é inseto, é cama...

− Eu sei o que é!

Demorou cinco minutos para que Dan terminasse de saborear seus camarões. Ele nos levou até o seu querido carro – vulgo algo meramente espacial – e então nós chegamos lá em dez minutos. Daniel saltou na frente e eu fui atrás, tentando não olhar pra bunda bonitinha dele.

Quando chegamos à boate, Dan cumprimentou quase todo mundo. O cara era popular ali e aquele era o seu espaço. Não que eu tivesse ficado surpresa. Dan era bonito, inteligente e possivelmente, tinha a mesma quantidade monetária que o Trump.

− Dan! Você está aqui! – exclamou um número considerável de meninas usando top, com os seios quase explodindo para fora. Fiquei assustada.

Dan apenas assentiu, se sentindo.

− Minhas bonecas, eu tenho que ir. Minha queridíssima Brooke aqui está louca pra se embebedar e cair na culatra.

− Eu não estou não. – falei, franzindo o cenho.

− Ela está sim – ele falou em um tom mais alto que eu. Fiz uma careta.

− Não grita comigo, seu filho da mãe!

− Adeus, meninas! Precisamos ir! Ela está praticamente implorando...

As garotas se entreolharam e acenaram para Dan. Ele soltou um "ufa" e largou meu ombro. Parei pra observar o cenário. Bom. Muito bom mesmo. Um ótimo lugar para um Anjo da Vida com bônus especial visitar.

A música era ensurdecedora. Mulheres dançavam como se não tivessem costelas e os homens riam e falavam alto sobre coisas inúteis. Eu balancei o braço no estilo miss para algum cara, pois não queriam que visse meu "tchau banhento". Eu estava cercada de homens bonitos, estava na hora do show.

As Faces de um Anjo I livro doisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora