Capítulo 06

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Olá gente, tudo bem?

Prometi capítulo ontem, mas não tive tempo e quando parei para respirar eu já estava desmaiada de sono. Me desculpem, viu? Seguiremos a programação normal de um capítulo por dia sempre que der.

Um beijão e até o próximo (:

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"É sempre em tempos como este
Quando eu penso em ti
E me pergunto se você alguma vez
Pensa em mim
Porque está tudo tão errado
E meu lugar não é
Vivendo na tua preciosa lembrança"

- A Thousand Miles, Vanessa Carlton.

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BETO

Eu e a Alana havíamos começado muito bem, isto é, com o pé esquerdo. Para ficar perfeito só faltava mesmo piorar um pouco mais.

— Um brinde à harmonia da casa! — ergui uma taça imaginária e bufei, pronto para ir embora depois que ela me deu as costas e me deixou na sala de estar dos nosso avós.

O plano era esse: eu iria para a minha casa, tomaria um banho e engoliria algum remédio que, se Deus quisesse, me ajudaria a dormir até o dia seguinte. No entanto, no momento em que tive esse pensamento, tudo me leva a crer que o Todo Poderoso respondeu-me com um "não quero".

— Onde pensa que vai, neto desnaturado? — a voz do meu avô me fez parar quando eu já cruzava a sala, em direção à porta de saída.

— Embora. — me virei parcialmente, com a mão pairando a um palmo da maçaneta. — Já finalizamos a reunião, certo?

— Sim, está terminada, mas a sua avó preparou um pequeno jantar para a família. — ele anunciou e a minha primeira reação foi negar com a cabeça.

Jantar com a família? Passo.

— Estou sem fome, vô.

— É mesmo? E você terá coragem de fazer essa desfeita, depois de todo o trabalho que a sua avó teve?

Ah pronto.

— Eu tenho um compromisso. — menti e chequei meu relógio de pulso, que marcava nove e vinte e cinco da noite.

Meu avô se aproximou e eu recuei um passo. Eu conhecia muito bem aquele olhar. Velhinho manipulador.

— Estou velho e prestes a bater as botas, que compromisso pode ser mais importante do que um jantar com o seu avô? Pode ser o último, pense nisso.

— Não começa! — ergui a mão, cortando-o. — E para início de conversa, o senhor nem tem permissão para jantar numa hora dessas. O que aconteceu com as restrições que o doutor fez? Decidiu ignorar todas?

— Escute aqui, Roberto Speziali... — meu avô apontou seu dedo enrugado na altura do meu peito. — Não use esse seu tom de ordem para cima de mim, porque não sou um dos seus bandidos! Se eu morrer amanhã, não venha chorar arrependido no meu caixão! Eu dispenso suas lágrimas!

— Ah, que ótimo! — me irritei com o jogo baixo e passei por ele, fazendo o caminho de volta. Era tudo o que eu queria: um jantar em família para ficar de espectador de romance alheio.

Adentrei a cozinha com insatisfação e a minha avó sorriu para mim. Mas não se enganem, essa senhorinha simpática era a maior cúmplice daquele velho chantagista.

— Vamos servir o jantar na sacada, Beto. Você pode me ajudar com essa travessa? — a vó pediu e eu caminhei até ela bem pouco feliz.

— Me deixe te ajudar também, dona Portíria. — Arthur se ofereceu. Me contive para não revirar os olhos feito um adolescente de dezessete anos, afinal, eu tinha vinte e oito.

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