✉Capítulo 3✉

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*Contém cena de sexo - indicação: 16 anos*

Valentina

Depois daquele fora que levei de Pedro no shopping, sempre me recordava de suas palavras em algum momento do meu dia, nos dias seguintes.

"Você sabe bem onde enfiar esse seu "perdão"!

Quem ele pensa que é? — falava comigo mesma, num misto de raiva e decepção.

Mas a cada dia que passava, me sentia pior. Como se algo estivesse em falta no meu ser e não conseguia entender o porquê.

Até o dia do aniversário de Pedro.

Acordei naquele dia decidida a lhe pedir desculpas novamente e tentar pelo menos criar um vínculo de amizade com ele. Ele jamais seria um homem qualquer para mim. Foi meu primeiro amor, meu primeiro relacionamento, minha primeira entrega. Pedro jamais seria alguém esquecível, nem que eu quisesse.

"E com aquela aparência nova então, nem se eu me esforçasse poderia esquecê-lo."

Tentei me convencer de que restava apenas ficar bem com Pedro e tudo se ajeitaria, logo o tal vazio iria embora. Deve ser angústia, pensava eu.

Mas não deu muito certo. Acabei usando a desculpa da melhora de Laira para ir até Amanda, mas quando cheguei lá logo me arrependi e quis ir embora.

O fato era que ela jamais imaginaria que meu ex chegaria na própria festa acompanhado pela "companhia feminina do dia" e imaginaria muito menos que ele me trataria com ironia a ponto de passar a mão na minha bunda.

Abusado! Pervertido!

Meus pensamentos estavam a todo vapor após sair da bendita festa onde jamais deveria ter ido.

Meu relacionamento com Juliano sempre foi pacífico e tranquilo. Ele nunca me obrigou a nada que eu não quisesse e sempre me respeitou até na hora de me tocar nas primeiras vezes. Nunca tive ninguém depois de Pedro, e tudo que vivi em termos de relacionamento após nossa despedida, foi apenas com Juliano. Era inadmissível que meu ex — não o mesmo de dezesseis anos atrás, pois esse era totalmente outro ao meu ver — fosse tão audacioso e provocador a ponto de desrespeitar-me de tal modo!

Mas eu não imaginava que em breve, pediria por mais dele.

Pedro.

Semanas se passaram e eu decidi, como sempre, anular meus sentimentos e tentar seguir em frente. Em breve faria uma prova para ser promovido no trabalho e com isso reduziria minha jornada em poucas horas semanais, distribuídas como eu preferisse. De bônus, ainda ganharia mais do que atualmente ganho. Dediquei-me então a estudar e afastar a mente de Valentina e minha repulsa pela mulher que aparentemente havia se tornado.

Os dias passaram de modo veloz, e logo se tornaram alguns meses.

Tentei esquecer o fato da minha ex estar prestes a casar, feliz e indiferente a mim, porém não consegui. Fiz um esforço descomunal, mas meus pensamentos iam e voltavam, acompanhados de cada traço das palavras escritas nas cartas de Valentina endereçadas a mim, no passado.

Não é possível que tenha me esquecido assim, não é possível. Eu fui tudo pra ela, ingrata! Eu daria minha vida inteira por aquela mulher e hoje gruda no primeiro milionário que a olhou com compaixão. Ah, querida, você não perde por esperar...

Com esse pensamento louco, decidi então arriscar-me uma última vez. Só queria provar à Valentina que ela jamais me esqueceria. Era inadmissível ter me esquecido e não nutrir nem que fosse compaixão pelo seu primeiro homem na vida. Agora eu era supervisor administrativo de hospitais e tinha tempo livre para fazer outras coisas. Amanda já morava na casa que comprou após a morte de Henri e com isso, não devia mais explicações a ninguém, mas mesmo assim, queria um conselho antes de executar o plano que tecia em minha mente.

2- Imensurável {AMOSTRA}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora